
Dedo em gatilho: o que é e como tratar?
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Índice
- 1. O que provoca?
- 2. Fatores de risco
- 3. Tratamento natural
- 4. Recuperação
- 5. Prevenção
A tenossinovite estenosante dos flexores, uma condição vulgarmente conhecida como dedo em gatilho ou em mola, dificulta o movimento dos dedos ou do polegar.
Como afeta os tendões, esta situação faz com que os dedos afetados ou o polegar fiquem presos, numa posição «congelada», em direção à palma da mão.
Apesar de a tenossinovite estenosante dos flexores poder afetar qualquer um dos dedos, o mais comum é que se desenvolva nos dedos médios (terceiro dedo da mão).
O que provoca o dedo em gatilho?
As causas do dedo em gatilho são desconhecidas.
Cada tendão é cercado por uma bainha protetora e o dedo em mola ocorre quando a bainha do tendão do dedo afetado fica irritada e inflamada. Isso dificulta o deslizamento do tendão pela bainha.
Geralmente, não há explicação para o facto de os tendões dos dedos ficarem presos. Pode acontecer a qualquer momento, tratando-se de uma condição bastante comum.
Fatores de risco
Qualquer pessoa pode desenvolver tendinite dos flexores do dedo, apesar de ser mais comum em pessoas entre os 40 e os 60 anos. Há uma maior probabilidade de afetar o sexo feminino, geralmente na mão dominante.
Executar movimentos repetitivos extenuantes, agarrar, segurar ou aplicar muita força com os dedos e polegares pode tornar uma pessoa mais propensa a desenvolver o dedo em gatilho.
Alguns exemplos desses movimentos incluem:
- Tocar um instrumento;
- Agricultura ou jardinagem;
- Praticar desportos de raquete;
- Trabalho industrial ou com ferramentas.
A probabilidade de desenvolver tenossinovite estenosante dos flexores aumenta em pessoas com certas condições de saúde, como doenças reumáticas, incluindo gota, diabetes, amiloidose, osteoartrite, artrite reumatoide e doenças da tiroide.

Há algum tratamento natural para o dedo em gatilho?
O dedo em mola, quer afete o polegar ou os dedos, não cura por si só.
É importante consultar o médico se reparar em sintomas como rigidez nos dedos, uma sensação de estalo conforme o movimento do dedo e dedo preso numa posição dobrada.
Após o diagnóstico, o tratamento do dedo em gatilho pode ser realizado de duas formas, que passamos a explicar.
1. Abordagens não cirúrgicas
Normalmente, a primeira abordagem para tratar o dedo em mola envolve métodos não operatórios, particularmente quando a condição não é complicada e os sintomas se manifestaram recentemente.
Os tratamentos não operatórios podem incluir:
- Injeção de corticoides: administrar corticoides na bainha do tendão é frequentemente uma abordagem de tratamento inicial eficaz, sendo menos invasivo do que a cirurgia. Apesar de muitos pacientes se sentirem aliviados com uma injeção de corticoides, a recorrência dos sintomas é um cenário potencial.
- Imobilização: utilizar uma tala, durante 6 a 10 semanas, pode limitar o deslizamento do tendão e reduzir a inflamação. No entanto, não é um tratamento tão eficaz para pacientes com sintomas graves ou prolongados.
2. Intervenções cirúrgicas
A cirurgia ao dedo em gatilho pode ser considerada nas seguintes circunstâncias:
- Dedo em mola irredutivelmente preso;
- Falta de melhorias com tratamento de imobilização e injeção;
- Polegar em gatilho durante a infância, uma vez que os resultados do tratamento conservador em crianças são imprevisíveis.
Com o procedimento cirúrgico, as hipóteses de reconhecer e tratar todas as alterações dos tendões dos dedos presos aumentam quando é possível que o paciente esteja acordado no final da cirurgia para seguir instruções médicas.
Ao fazer com que o paciente consiga dobrar e esticar ativamente os dedos várias vezes, o cirurgião pode verificar se os sintomas mecânicos estão ausentes.

Recuperação pós-cirurgia
Depois da cirurgia ao dedo em gatilho, pode haver alguma rigidez contínua que pode permanecer por algum tempo. Por isso, pode ser benéfico realizar fisioterapia da mão após a cirurgia.
Após cerca de 10 a 14 dias, são removidos os pontos e o penso. Pode haver alguma sensibilidade leve a moderada na área da cirurgia por até vários meses após a intervenção.
No entanto, a maioria das pessoas regressa à rotina sem quaisquer restrições e raramente é necessária a fisioterapia de acompanhamento.
Prevenção
Estar atento é a primeira linha de prevenção. É aconselhável consultar o profissional de saúde ortopédico ao notar um caroço sensível na base do polegar ou dedo, assim como se sentir um estalo.
Para evitar o uso excessivo das mãos, dedos e polegares, são aconselhadas estratégias como:
- Aprender a postura ou técnica adequada para atividades laborais, ou na prática de exercício físico;
- Começar novos exercícios ou atividades com calma para evitar lesões;
- Fazer pausas ao realizar uma tarefa repetitiva que coloque demasiada pressão nas mãos.
Prognóstico
O prognóstico é favorável com tratamento apropriado.
Embora a maioria dos pacientes responda positivamente às injeções de corticoides, alguns casos podem resolver-se espontaneamente quando a condição subjacente é tratada.
No entanto, a recuperação total pode levar vários meses após uma injeção de corticoides.
Geralmente, pessoas com diabetes apresentam uma resposta menos favorável aos corticoides e podem necessitar de cirurgia.
Uma intervenção cirúrgica ao dedo em gatilho tem uma taxa de sucesso elevada, podendo ser recomendada se as injeções de corticoides não resolverem a condição.