Mulher a tomar vacina

Plano Nacional de Vacinação: guia atualizado

6 mins. leitura

O Plano Nacional de Vacinação é gratuito e universal, garantindo proteção para uma série de doenças. Saiba quais e conheça o calendário em vigor.


Plano Nacional de Vacinação: tudo o que precisa de saber

O Plano Nacional de Vacinação foi criado há 55 anos, mas a sua configuração está em constante revisão e melhoria. Um dos objetivos deste programa é administrar ao maior número de indivíduos vacinas apropriadas que garantam proteção individual o mais cedo possível e durante mais tempo. Isso traz benefícios claros para a saúde pública.

O Programa Nacional de Vacinação integra vacinas em função da epidemiologia das doenças, da evidência científica do seu impacto, da relação custo-efetivo e da sua disponibilidade no mercado. Convém recordar que a vacinação é um direito e um dever dos cidadãos que, além da defesa da saúde pessoal, constitui um ato de cidadania em prol da saúde pública.

O Plano Nacional de Vacinação tem como principais caraterísticas, ser gratuito, universal, financiado pelo orçamento de Estado, coordenado pela Direção-Geral da Saúde e administrado por enfermeiros nos centros de saúde e hospitais.


Programa Nacional de Vacinação: calendário atual

Atualmente, este é o calendário do Programa Nacional de Vacinação em vigor.

  • À nascença:
    • 1ª dose da vacina contra a hepatite B (VHB)
  • Aos 2 meses de idade:
    • vacina hexavalente DTPaHibVIPVHB
    • 1ª dose contra a difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa)
    • 1ª dose contra doença invasiva por Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
    • 1ª dose contra a poliomielite (VIP)
    • 2ª dose da vacina contra a hepatite B (VHB)
    • 1ª dose da vacina conjugada contra infeções por Streptococcus pneumoniae de 13 serotipos (Pn13)
    • vacina meningocócica B (MEN B) (para crianças nascidas depois de 01.01.2019)
  • Aos 4 meses de idade:
    • 2ª dose de DTPa, Hib e VIP (vacina pentavalente DTPaHibVIP)
    • 2ª dose de Pn13
    • vacina contra o Rotavírus (vacina ROTA) para grupos de risco (em vigor a partir de 12/2020)
    • vacina meningocócica B (MEN B) (para crianças nascidas depois de 01.01.2019)
  • Aos 6 meses de idade:
    • 3ª dose de DTPa, Hib, VIP e VHB (vacina hexavalente DTPaHibVIPVHB)
  • Aos 12 meses de idade:
    • 3ª dose da Pn13
    • vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C – MenC (dose única)
    • 1ª dose da vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR)
    • vacina MEN B (para crianças nascidas depois de 01.01.2019)
  • Aos 18 meses de idade:
    • vacina pentavalente DTPaHibVIP
    • 1º reforço de DTPa (4ª dose) e de VIP (4ª dose)
    • único reforço de Hib (4ª dose)
  • Aos 5 anos de idade:
    • 2ª reforço (5ª dose) de DTPa e de VIP – vacina tetravalente DTPaVIP
    • 2ª dose de VASPR
  • Aos 10 anos de idade:
    • reforço da vacina contra o tétano e difteria (Td)
    • 2 doses da vacina contra infeções pelo vírus do Papiloma humano de 9 genótipos (HPV9), administrada apenas a raparigas
    • vacina HPV, para todos os rapazes nascidos depois de 1 de janeiro de 2009
  • Ao longo de toda a vida:
    • reforços das vacinas contra o tétano e difteria (Td) em doses reduzidas, aos 10, 25,45, 65 anos de idade e, posteriormente, de 10 em 10 anos

Nota: Os adultos (incluindo as grávidas) não vacinados contra o tétano devem iniciar esta vacina em qualquer idade.


Algumas das doenças evitadas através do Programa Nacional de Vacinação

Uma das principais finalidades do Plano Nacional de Vacinação é, naturalmente, a de prevenir doenças relativamente prevalentes e que podem criar problemas de saúde mais ou menos graves.

Fique, agora, a conhecer algumas das doenças que as vacinas do Programa Nacional evitam.


Vírus da hepatite B (VHB)

O vírus que causa a hepatite B provoca uma inflamação no fígado e pode ser aguda ou crónica. Em cerca de 5% dos casos, a hepatite B torna-se crónica nos adultos e pode provocar cirrose hepática e cancro no fígado.

A maioria das pessoas infetadas pelo vírus da hepatite B (VHB) não desenvolve qualquer sintoma na fase inicial/aguda da infeção. Contudo, quando presentes, os sintomas de infeção aguda podem imitar um quadro gripal com: febre, dor abdominal, fadiga, perda de apetite, náuseas, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e urina escura. Os quadros mais severos podem, ainda, apresentar insuficiência hepática.

As suas formas de contágio mais comuns são por via sexual, parentérica e vertical (de mãe para filho, durante a gestação e durante ou imediatamente após o parto, seja parto normal ou cesariana). Para prevenir a transmissão da doença, é fundamental usar preservativo e evitar a partilha de objetos pessoais que possam ter saliva ou sangue.

A vacina contra o VHB existe desde 1982 e integra o Plano Nacional de Vacinação desde 1995. É uma vacina segura e tem uma eficácia de 95% na prevenção desta infeção.


Difteria

Esta é uma doença infeciosa, provocada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae. Trata-se de uma patologia aguda que atinge principalmente a garganta e as vias aéreas superiores. Ela cria lesões nas amígdalas, laringe e nariz, podendo também afetar outros órgãos.

Alguns dos seus sintomas mais frequentes são febre ligeira, dores de garganta e falta de apetite. Em quadros mais severos, pode haver lugar à obstrução da via aérea, à falência cardíaca e renal, à paralisia dos músculos da deglutição e à pneumonia.

A difteria transmite-se através de gotículas de saliva e o seu período de incubação é de 1 a 6 dias.


Tétano

O tétano é uma infeção aguda e grave, provocada pela toxina do bacilo tetânico, Clostridium tetani. Esta toxina invade o organismo através de feridas ou lesões na pele.

Os seus sintomas mais recorrentes são: espasmos musculares, cãibras e convulsões. O seu período de incubação pode ir de 2 a 21 dias.


Tosse convulsa

Esta doença, também conhecida como tosse coqueluche ou pertússis, é uma patologia infeciosa aguda, provocada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta sobretudo o aparelho respiratório (traqueia e brônquios).

A patologia divide-se em três fases: fase catarral; fase paroxística; e fase de convalescença. Na primeira fase, há lugar a inflamação e a corrimento nasal, tosse não produtiva e febre baixa.

Na segunda fase, ocorre um agravamento da tosse, cianose (coloração azulada da pele e dos lábios) e inchaço da língua. Na última fase, existe uma diminuição da tosse.

A tosse convulsa transmite-se por meio de gotículas de saliva ou do contacto com objetos contaminados com secreções de alguém doente. O período de contágio é mais intenso na primeira semana.


Poliomielite

O vírus da poliomielite é muito contagioso e afeta, sobretudo, crianças. O vírus atinge o sistema nervoso, podendo provocar paralisia total, por exemplo. Felizmente, desde 1988, os casos de poliomielite reduziram em 99%, muito graças à vacinação.

Alguns dos seus sintomas mais habituais são: febre, fadiga, dores de cabeça, vómitos, rigidez no pescoço e dores nos membros. A poliomielite transmite-se através de secreções faríngeas ou de água e alimentos contaminados.


Meningite bacteriana

A meningite é uma patologia provocada pela inflamação das meninges, membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. Esta é uma doença infeciosa que tem origem na bactéria Neisseria meningitidis.

Os sintomas que lhe estão associados são: febre, dores de cabeça intensas, náuseas e vómitos, irritabilidade, confusão mental, cansaço extremo, agitação psicomotora, rigidez da nuca, erupções na pele e choro agudo. A doença transmite-se através do contacto direto com gotículas e secreções nasais de alguém infetado. O período de incubação pode ir de 1 a 10 dias.


Sarampo

O sarampo é uma infeção viral. Os seus principais sintomas são: febre, tosse, conjuntivite, corrimento nasal e manchas vermelhas na pele. Ela transmite-se através do contacto direto com gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Normalmente a doença é benigna, mas, em alguns casos, pode ser fatal. O contágio pode acontecer desde 4 dias antes até 4 dias depois do início da erupção cutânea.

A maneira mais eficaz de prevenir a doença é através da vacinação. Fica-se protegido do sarampo cerca de duas semanas após ter-se sido vacinado.

Meningite B

A vacina contra o meningococcus tipo B existe desde 2014, mas só a partir de 2020 passa a integrar o Plano Nacional de Vacinação. Esta vacina protege contra alguns dos tipos de bactérias mais frequentes.

A BEXSERO®, assim se chama esta vacina, pode ser tomada entre os 2 meses e os 50 anos. Quanto ao número de doses, irá depender da idade do indivíduo no momento da vacinação.

De acordo com o Programa Nacional de Vacinação, esta vacina pode ser administrada a crianças com 2, 4 ou 12 meses de idade, embora as sociedades de pediatria recomendem a sua toma logo aos 2 meses de vida do bebé, até porque esta é uma doença mais frequente no primeiro ano de vida das crianças.

Vírus do papiloma humano (HPV)

Este vírus é responsável por várias infeções, por vezes assintomáticas, mas de difícil resolução. Esta é mesmo uma das infeções sexualmente transmissíveis mais frequentes em todo o mundo, sobretudo entre os mais jovens.

O HPV inclui mais de 200 vírus: alguns de baixo risco, ou seja, não provocam cancro; e outros de alto risco, que podem causar cancros, como os do colo do útero, vaginal, anal, vulva, orofaríngeo e peniano.

Como já referimos, esta é uma doença silenciosa, cujos sinais de alerta podem passar despercebidos. O tratamento, nomeadamente das lesões/verrugas causadas por este vírus, passa pelo recurso a procedimentos como eletrocoagulação, laser, crioterapia ou excisão cirúrgica.

Além do uso de preservativo durante as relações sexuais, outra das formas de prevenir esta doença é, precisamente, tomar a vacina do HPV. A partir de 2020, ela faz parte do Plano Nacional de Vacinação, para raparigas e rapazes com 10 anos de idade.

Rotavírus

O rotavírus é o vírus causador de muitas das gastroenterites infantis, caraterizadas por episódios de febre, vómitos, diarreia, entre outros sintomas.

Esta vacina serve, sobretudo, para atenuar estas manifestações, em caso de infeção por este vírus, algo que pode ser particularmente relevante nos bebés e nas crianças mais pequenas.

A vacina contra o rotavírus deve ser tomada até aos 6 meses, por via oral, e em mais do que uma dose. Porém, esta vacina só entrará em vigor no Plano Nacional de Vacinação a partir de dezembro de 2020, sendo apenas administrada gratuitamente aos grupos de risco, a serem definidos futuramente pela Direção-Geral da Saúde.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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