mosquito pousado em cima de braço de pessoa

Leishmaniose: que doença é esta que afeta animais e humanos?

6 mins. leitura

Indíce
  1. 1. O que é?
  2. 2. Tipos de Leishmaniose
  3. 3. Causas
  4. 4. Diagnóstico
  5. 5. Tratamento

Geralmente associada aos animais, a leishmaniose também afeta seres humanos. Embora seja mais comum em países subdesenvolvidos, está igualmente presente em Portugal, principalmente na variante canina.

Esta doença é transmitida através da picada de um mosquito infetado por um parasita, mas há outras situações que contribuem para a sua propagação.

Para que possa proteger-se e proteger o seu amigo de quatro patas, é fundamental conhecer as causas da leishmaniose, os sintomas e formas de prevenção.


O que é Leishmaniose?

A leishmaniose é uma doença causada por um parasita, denominado Leishmania, e transmitida por picadas de mosquitos infetados, afetando sobretudo os seres humanos e os cães.

Quem tem o sistema imunitário enfraquecido ou imaturo, como as crianças, é mais suscetível de contrair leishmaniose humana. Esta doença está presente em mais de 90 países, sendo mais comum no Sul da Europa, Norte de África, Médio Oriente, China e América do Sul. É um problema de saúde associado à pobreza e falta de condições sanitárias, o que o torna extremamente raro em Portugal.

A leishmaniose canina é, no entanto, mais prevalente. O estudo 'Seroprevalência e fatores de risco associados à infeção por Leishmania em cães de Portugal', realizado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, revela que os casos de doença passaram de 6,3% para 12,5%, entre 2009 e 2023. A leishmaniose canina é mais predominante no interior do país, em especial nos distritos de Portalegre, Castelo Branco e Guarda.

Nos animais, a infeção dá-se porque os insetos transmissores da doença estão presentes em locais como jardins e matas, mas também em canis ou caixotes do lixo. Alguns cães estão em maior risco, tais como:

  • Cães que vivem no exterior ou que passam grande parte do tempo na rua;
  • Raças exóticas;
  • Cães de pelo curto;
  • Cães com idade igual ou superior a 2 anos.

O parasita causador da doença instala-se sobretudo na medula óssea, gânglios linfáticos, baço, fígado e pele do animal.

Além dos cães, há cerca de 70 espécies de animais que também podem ser afetadas pela leishmaniose, mas com menos frequência. Entre elas estão os gatos, as raposas e os roedores.


mulher com lesões no braço provocadas pela leishmaniose

Tipos de leishmaniose e respetivos sintomas

Após a picada do mosquito que transmite o parasita, este pode permanecer na pele, atingir a mucosa da zona nasal ou avançar para a medula óssea, baço, fígado ou outros órgãos, dando origem a um dos três tipos de leishmaniose.


Leishmaniose cutânea

Também conhecida como úlcera oriental ou tropical, furúnculo de Delhi ou Aleppo, calazar ou úlcera de Bauru, esta é a forma mais comum de leishmaniose. Estima-se que existam entre seiscentos mil a um milhão de novos casos anuais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 95% das infeções ocorrem no continente americano, Bacia do Mediterrâneo, Médio Oriente e Ásia Central.

A leishmaniose cutânea pode revelar-se através de sintomas como:

  • Lesão na pele no local da picada do inseto;
  • Formação de uma úlcera no centro, com uma borda elevada;
  • Surgimento de várias úlceras resultantes de uma só picada.

As úlceras são indolores e podem persistir durante meses ou anos. Quando desaparecem, deixam uma cicatriz parecida com uma queimadura.


Leishmaniose da mucosa

Esta é a forma mais incapacitante da doença, já que provoca a destruição total das mucosas do nariz, boca e garganta. Surge com mais frequência em países como a Bolívia, Brasil, Etiópia e Peru.

Os sintomas da leishmaniose da mucosa podem aparecer meses ou anos depois da picada que lhe deu origem e incluem:

Se a infeção evoluir, pode originar mutilações no nariz, palato, faringe oral ou face.


Leishmaniose visceral

A leishmaniose viral, ou kala-azar, é a forma mais grave da doença, uma vez que atinge os órgãos, principalmente a medula óssea, os gânglios linfáticos, o fígado e o baço. Se não for tratada, é fatal em 95% das situações.

Este problema tem maior expressão na Índia, mas também em África, Ásia Central, bacia do Mediterrâneo, Américas do Sul e Central, e China. A OMS calcula que surjam anualmente entre 50 mil a 90 mil novos casos.

Afeta mais as crianças do que os adultos, mas, como se trata de uma infeção oportunista, também se desenvolve em pacientes com SIDA ou com o sistema imunitário comprometido.

A doença manifesta-se, de forma gradual, durante semanas ou meses, através de sintomas como:

  • Febre irregular;
  • Aumento do tamanho do fígado e do baço;
  • Anemia;
  • Perda de peso.

No Sudão e na Índia, verificaram-se casos de leishmaniose cutânea pós-calazar (LCPC) após o tratamento da leishmaniose visceral. Esta forma da doença carateriza-se por lesões cutâneas achatadas ou com nódulos, contendo muitos parasitas. Acabam por desaparecer de forma espontânea, mas podem ser um reservatório para a propagação da infeção nessas regiões.


Causas e formas de transmissão

A leishmaniose humana transmite-se essencialmente através das picadas de insetos infetados, sendo raros os casos que resultem de transfusão de sangue, contacto direto ou sexual, ou transmissão mãe-filho.

A leishmaniose canina não se transmite aos seres humanos com um sistema imunitário normal. Por isso, mesmo que o seu cão esteja doente, o risco de infetar pessoas é praticamente inexistente.

Embora a causa direta seja a picada do mosquito, a OMS identifica outras razões para que a doença se propague de forma mais intensa em países subdesenvolvidos:

  • Más condições sanitárias;
  • Casas sobrelotadas;
  • Dietas pobres em proteína, ferro, vitamina A e zinco;
  • Mobilidade da população (quando pessoas sem imunidade se deslocam para áreas de elevada transmissão);
  • Alterações climáticas;
  • Desflorestação;
  • Cheias.

Diagnóstico

O diagnóstico é fundamental para que possa ser iniciado o tratamento mais adequado ao tipo de leishmaniose. Caso suspeite que contraiu a doença, consulte um médico o quanto antes, para reduzir as hipóteses de sofrer complicações sérias.

Os testes sorológicos (que permitem identificar anticorpos) e os exames parasitológicos são usados para diagnosticar a leishmaniose visceral. As situações de leishmaniose cutânea ou da mucosa são diagnosticadas através da análise de pequenas amostras de tecido, recolhidas por esfregaço ou aspiração.

Para o diagnóstico da leishmaniose canina, recorre-se igualmente a análises laboratoriais, em que se procura o parasita e/ou anticorpos. Também se recomendam análises de sangue e de urina para perceber o estado geral do animal.


Tratamento

Nos humanos, quando o tratamento é feito de forma atempada e correta, a taxa de cura é superior a 95%.

A leishmaniose é tratada com medicamentos, que dependem do tipo de infeção, do local onde foi contraída e do estado imunitário do doente.

Pode ser necessário fazer cirurgia de reconstrução das zonas afetadas ou amputadas, nos casos mais graves de leishmaniose da mucosa.


cão a ser vacinado contra a leishmaniose

Como prevenir a leishmaniose?

Não existe vacina contra a leishmaniose humana. Assim, se vai viajar para uma zona onde esta doença é frequente, ou se tem o sistema imunitário enfraquecido, deve proteger-se dos mosquitos, recorrendo a repelentes, redes mosquiteiras e outros métodos que evitem picadas de insetos infetados.

Relativamente à leishmaniose canina, a principal medida de prevenção é a vacina,

que pode ser administrada a partir dos seis meses. Aconselhe-se com o veterinário sobre a melhor forma de o fazer e sobre os exames anuais para despiste da infeção.

Há, ainda, outros cuidados que ajudam a prevenir esta doença nos cães, nomeadamente: utilizar coleiras ou sprays com ação repelente e manter os animais dentro de casa desde o anoitecer ao amanhecer, em particular durante as épocas de risco acrescido, como o outono.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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