casal na cama com ar dececionado

O que são testes de fertilidade e quando devem ser feitos

6 mins. leitura

Índice

  1. 1. O que é um teste de fertilidade?
  2. 2. Quando devem ser feitos os testes de fertilidade?
  3. 3. Que tipos de testes existem?
  4. 4. Onde fazer testes de fertilidade?
  5. 5. Como interpretar os resultados?

Os testes de fertilidade, realizados tanto em mulheres como em homens, permitem diagnosticar e tratar diversas causas de infertilidade, desde alterações hormonais a problemas anatómicos.

Neste artigo, explicamos que tipos de testes existem, como funcionam, quando devem ser realizados e o que pode ser feito em caso de diagnóstico de infertilidade.

Se tem tentado engravidar sem sucesso, este guia é o ponto de partida para procurar respostas e também soluções.


O que é um teste de fertilidade?

Um teste de fertilidade é um conjunto de exames clínicos e laboratoriais que avaliam a saúde reprodutiva de homens e mulheres. O objetivo é identificar possíveis causas de infertilidade, nomeadamente:

  • Alterações nos órgãos genitais;
  • Desequilíbrios hormonais;
  • Obstruções no sistema reprodutor;
  • Problemas na produção de óvulos ou espermatozoides que possam afetar a capacidade de conceber.

A fertilidade não diz respeito apenas à capacidade de engravidar, mas também de manter uma gravidez saudável até ao termo. Por isso, os testes de fertilidade são fundamentais não só quando há dificuldade em conceber, mas também como parte da avaliação pré-concecional.


mulher com teste de gravidez na mão

Quando devem ser feitos os testes de fertilidade?

É recomendada a avaliação médica se um casal não conseguir engravidar após um ano de relações sexuais regulares e desprotegidas. No entanto, este prazo reduz para seis meses nos seguintes casos:

  • Mulheres com mais de 35 anos;
  • Presença de sintomas como dor pélvica, irregularidades menstruais, alterações no ciclo menstrual ou ejaculação dolorosa;
  • Diagnóstico prévio de infeções sexualmente transmissíveis (IST) ou doenças que possam afetar a fertilidade, como endometriose, síndrome dos ovários poliquísticos (SOP) ou varicocele;
  • Histórico familiar de infertilidade em qualquer dos membros do casal.

Nestes contextos, os testes de fertilidade devem ser considerados mais cedo, pois o diagnóstico precoce pode aumentar as hipóteses de sucesso nos tratamentos e ajudar a planear a gravidez com maior segurança.


Que tipos de testes de fertilidade existem?

Os testes de fertilidade variam conforme o sexo da pessoa - teste de fertilidade feminino ou teste de fertilidade masculino - e a suspeita clínica.

Tanto homens como mulheres podem precisar de realizar exame físico, exames laboratoriais ou imagem. Detalhamos, a seguir, os principais tipos.


Testes de fertilidade feminina

Os testes de fertilidade feminina são fundamentais para avaliar a função ovárica, o estado das trompas de falópio e do útero, bem como os níveis hormonais, permitindo identificar possíveis causas de infertilidade.


Teste de ovulação

O teste de ovulação é um dos primeiros passos para compreender o ciclo fértil da mulher.

Deteta o pico da hormona luteinizante (LH), que desencadeia a libertação do óvulo (ovulação).

Pode ser realizado em casa, utilizando tiras reagentes semelhantes às dos testes de gravidez ou dispositivos digitais, sendo um método acessível, não invasivo e útil para planear relações sexuais com maior probabilidade de sucesso.


Exame de sangue

Os exames sanguíneos medem os níveis de hormonas como:

  • FSH (hormona folículo-estimulante): avalia a função ovárica e a reserva ovárica;
  • LH (hormona luteinizante): importante para a ovulação;
  • Estradiol: indica a fase do ciclo e a saúde dos ovários;
  • Progesterona: confirma se houve ovulação;
  • Prolactina: níveis elevados podem interferir na ovulação.

Ecografia transvaginal

Este exame permite observar detalhadamente o útero e os ovários.

É usado para monitorizar o desenvolvimento dos folículos (estruturas que contêm os óvulos), avaliar a espessura do endométrio (revestimento interno do útero) e detetar alterações como miomas ou quistos.


Histeroscopia

A histeroscopia é um exame que permite visualizar diretamente o interior do útero, por via de uma câmara fina introduzida pela vagina.

É especialmente útil para identificar pólipos, aderências (sinéquias) ou malformações uterinas que possam dificultar a implantação do embrião ou causar abortos de repetição.


Histerossalpingografia

A histerossalpingografia é um exame radiológico que utiliza contraste para avaliar a cavidade uterina e a permeabilidade das trompas de Falópio.

Trompas obstruídas ou danificadas podem impedir a fertilização natural.


Outros testes

Em casos específicos, podem ser recomendados:

  • Exames imunológicos, para detetar possíveis causas autoimunes de infertilidade;
  • Testes genéticos, quando há suspeita de alterações cromossómicas;
  • Avaliação da reserva ovárica por AMH (hormona antimulleriana), que fornece uma estimativa mais precisa da quantidade de óvulos disponíveis.

Testes de fertilidade masculina

Os testes de fertilidade masculina centram-se na avaliação da qualidade do esperma, bem como na identificação de possíveis causas hormonais, genéticas ou anatómicas que possam interferir na capacidade reprodutiva.


Espermograma

O espermograma é o principal exame utilizado para avaliar a fertilidade masculina. Analisa parâmetros como:

  • Volume do esperma;
  • Concentração de espermatozoides;
  • Motilidade (capacidade de movimento);
  • Morfologia (forma dos espermatozoides).

Este exame permite identificar situações como oligospermia (baixa contagem), astenozoospermia (baixa motilidade), teratozoospermia (anomalias na morfologia) ou azoospermia (ausência de espermatozoides).

Para garantir a precisão dos resultados, recomenda-se a abstinência sexual durante 2 a 5 dias antes da colheita.


Exame de sangue

Os exames hormonais avaliam a função das glândulas endócrinas envolvidas na produção de espermatozoides. As hormonas mais frequentemente analisadas são:

  • Testosterona;
  • FSH;
  • LH;
  • Prolactina.

Alterações nos níveis hormonais podem afetar a espermatogénese (produção de espermatozoides) e indicar disfunções testiculares ou hipofisárias (a glândula hipófise é responsável por produzir diferentes hormonas que controlam diversas funções do corpo).


Ecografia escrotal

A ecografia escrotal é um exame de imagem que permite observar os testículos e as estruturas adjacentes, como epidídimos, vasos deferentes e cordão espermático. É útil para detetar:

  • Varicoceles (dilatação das veias testiculares);
  • Quistos;
  • Alterações anatómicas ou obstruções nas vias espermáticas.

Outros testes complementares

Consoante os resultados dos exames iniciais, podem ser solicitados testes adicionais:

  • Ecografia transretal, para observar as vesículas seminais e a próstata, útil em casos de azoospermia obstrutiva;
  • Análises genéticas, como o cariótipo ou estudo das microdeleções do cromossoma Y, que resultam numa baixa quantidade ou ausência de espermatozoides;
  • Testes de fragmentação do ADN espermático, para avaliar a integridade genética dos espermatozoides.

casal sentado de mãos dadas

Onde fazer testes de fertilidade?

Os testes de fertilidade podem ser realizados em hospitais públicos, clínicas e hospitais privados, bem como em centros especializados em medicina da reprodução.

O primeiro passo é procurar um profissional de saúde - médico de família, ginecologista ou urologista - que possa avaliar a situação e encaminhar para os exames apropriados.

A investigação da fertilidade deve ser feita por equipas multidisciplinares com experiência em medicina reprodutiva.

Em Portugal, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mediante referenciação médica, disponibiliza consultas e exames de fertilidade e tratamento com indicação clínica.

Também existem várias entidades privadas que oferecem serviços de diagnóstico e tratamento, com ou sem necessidade de prescrição médica.

Realizar testes de fertilidade é fundamental para identificar as causas da dificuldade em engravidar e iniciar o tratamento adequado. Quanto mais cedo forem feitos, maiores são as hipóteses de sucesso.


Como interpretar os resultados dos testes?

Os resultados dos testes de fertilidade devem ser sempre interpretados por um profissional de saúde, preferencialmente um ginecologista ou urologista com experiência em medicina da reprodução.

Um valor fora dos parâmetros de referência não significa, por si só, infertilidade, mas pode indicar a necessidade de exames complementares ou de tratamentos específicos.

Os valores de referência podem variar consoante o tipo de exame, a idade da pessoa e os protocolos utilizados pelo laboratório. Exemplos:

  • Um valor de AMH (hormona antimulleriana) superior a 1 ng/ml é geralmente considerado indicativo de uma boa reserva ovárica;
  • No espermograma, uma concentração igual ou superior a 15 milhões de espermatozoides por mililitro é considerada normal, segundo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A interpretação correta deve ter em conta o quadro clínico geral da pessoa ou do casal, o tempo de tentativa para engravidar e outros fatores, como estilo de vida ou histórico médico.


A infertilidade pode ser prevenida?

Nem todas as causas de infertilidade são evitáveis, mas alguns cuidados podem ajudar a preservar a fertilidade:

  • Evitar o consumo de tabaco, álcool e drogas recreativas;
  • Manter um peso saudável;
  • Tratar precocemente infeções sexualmente transmissíveis (IST);
  • Evitar o stress crónico;
  • Reduzir a exposição a toxinas ambientais ou profissionais;
  • Evitar calor excessivo nos genitais (como o uso de roupa apertada ou alta frequência de saunas e banhos muito quentes);
  • Realizar acompanhamento médico regular.

Embora a infertilidade nem sempre possa ser totalmente prevenida, a adoção destes comportamentos pode ajudar a reduzir fatores de risco modificáveis.

Além disso, realizar testes de fertilidade periodicamente, mesmo na ausência de planos imediatos para engravidar, pode permitir a deteção precoce de alterações na saúde reprodutiva.


É possível tratar a infertilidade?

Sim. Muitos casos de infertilidade podem ser tratados com sucesso, dependendo da causa subjacente, da idade dos envolvidos e da duração do problema. As opções de tratamento incluem:

  • Medicamentos para estimular a ovulação;
  • Cirurgias para corrigir obstruções ou anomalias nas trompas, útero ou testículos;
  • Técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), como a inseminação artificial ou a fertilização in vitro (FIV);
  • Uso de óvulos, espermatozoides ou embriões doados, quando necessário.

Graças aos avanços na medicina da reprodução, muitos casais conseguem concretizar o sonho da maternidade e paternidade mesmo após um diagnóstico de infertilidade.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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