mulher a olhar pela janela com máscara

Depois da Covid-19: quais os cuidados que deve ter?

6 mins. leitura

A Covid-19 tem vários sintomas associados. No entanto, os mais comuns incluem tosse, febre, dores musculares e letargia (cansaço/fadiga). Algumas pessoas sentem falta de ar, sendo também comum a perda de olfato (anosmia) e perda do paladar.

Nos casos mais graves é necessário o recurso a oxigénio, ou mesmo o internamento nos cuidados intensivos para que o doente seja ventilado.

Contudo, a maioria dos doentes com Covid-19 acaba por recuperar completamente, embora esse processo possa levar semanas ou até mesmo meses.

Após a recuperação, muitas pessoas experimentam a permanência de alguns sintomas de forma contínua, designadamente, tosse, falta de ar, sono deficiente ou reduzido, fadiga, ansiedade e mau humor.

Alguns doentes que recuperaram da Covid-19, sobretudo os casos mais graves, necessitam de um acompanhamento médico para controlar as sequelas da doença.

De uma maneira geral, é importante que a pessoa tenha paciência e não espere uma recuperação total imediata. O normal é que seja gradual, pelo que o doente pós-Covid – e a sua família – deve procurar manter-se calmo à medida que retoma as normais atividades da vida diária.


O que acontece depois da Covid-19

Sintomas

A recuperação de uma doença crítica exige tempo para o total restabelecimento físico e mental. No caso da Covid-19, de uma maneira geral, as pessoas podem notar algumas diferenças em relação ao seu estado normal, anterior à infeção, designadamente:

  • Fraqueza muscular;
  • Falta de ar;
  • Dificuldade em engolir;
  • Tristeza;
  • Preocupação;
  • Problemas de memória;
  • Pesadelos.

Sequelas

A população mais idosa é aquela que tem maior probabilidade de vir a sofrer sequelas provocadas pela Covid-19, designadamente, um risco acrescido de doença grave. No entanto, doentes mais jovens, incluindo os fisicamente aptos antes da infeção pelo SARS-CoV-2, também relatam sintomas meses após a doença.

A comunidade científica mundial está a estudar as complicações decorrentes da infeção pelo novo coronavírus. Entre vários aspetos, tem procurado chegar a um consenso sobre o período de tempo em que se deve definir as fases pós-aguda e a longo prazo da Covid-19.

Um objetivo do estudo tem sido a distinção entre os efeitos na saúde exclusivamente relacionados com a Covid-19 e as consequências dos procedimentos e tratamentos necessários para a recuperação de pessoas com doenças graves de qualquer etiologia (causa).

Embora a informação sobre as sequelas tardias da Covid-19 ainda seja limitada, existem relatos de sintomas persistentes em pessoas que recuperaram da doença. Os mais frequentes incluem:

  • Fadiga;
  • Dispneia (falta de ar, ou sensação de respiração incompleta);
  • Tosse;
  • Artralgia (dores nas articulações);
  • Dores no peito.

Outros sintomas relatados incluem perturbações cognitivas, depressão, mialgia (dor muscular), dores de cabeça, febre e palpitações.

As complicações mais graves são menos frequentes, mas também têm sido relatadas:

  • Cardiovasculares – inflamação do miocárdio, disfunção ventricular;
  • Respiratórias – anomalias da função pulmonar;
  • Renal – lesão renal aguda;
  • Dermatológica – erupção cutânea, alopecia (perda de cabelo);
  • Neurológica – perda ou redução do olfato e do paladar, desregulação do sono, alteração da cognição, perturbações de memória;
  • Psiquiátrica – depressão, ansiedade, mudanças de humor.

Saúde mental

É perfeitamente natural que uma pessoa que tenha passado pelos cuidados intensivos demore algum tempo até recuperar psicologicamente desse trauma. Pode, por exemplo, sentir-se mais preocupada e em pânico do que era habitual.

Após o regresso a casa, algumas pessoas sentem-se mesmo bastante desanimadas ao verificarem que a recuperação é mais lenta do que esperavam, ou porque não são capazes de alcançar ou desfrutar imediatamente de tudo o que desejam. Podem, por exemplo, achar mais difícil voltar a praticar exercício físico como habitualmente ou dormir o suficiente, o que afeta o seu estado de espírito.

Quem passa pelos cuidados intensivos pode também experienciar momentos de alucinações devido à medicação sedativa, à febre e à infeção.

No regresso a casa, algumas dessas pessoas sentem dificuldade em distinguir o que era real do que não era, com a agravante de terem estado separadas da família, não tendo por isso quem o possa confirmar.

Nalguns casos debatem-se, também, com pesadelos e recordações traumáticas do tempo que passaram no hospital. E podem, ainda, sentir que a memória e a concentração ficaram afetadas.

Estas são consequências de vários fatores, designadamente, da fadiga associada a infeções virais, do medo e da ansiedade provocados pela permanência numa unidade de cuidados intensivos e, ainda, do baixo humor.

Uma minoria de doentes com Covid-19, sofre, também, uma inflamação no cérebro, que pode afetar funções como a memória e a capacidade de concentração.

O primeiro passo para recuperar é aceitar que este problema existe, procurando adaptar-se à sua condição e às limitações como normais da doença. A partir daí, é positivo conversar sobre o assunto com a família, amigos e colegas de trabalho, aceitando a ajuda para uma recuperação gradual. Pode, igualmente, ser necessário acompanhamento médico e psicológico.


Recomendações e cuidados a ter

O facto de o SARS-CoV-2 ser um vírus ainda muito recente não permite ter certezas absolutas sobre algumas das suas consequências futuras. Entre elas, por exemplo, a existência de danos pulmonares e/ou físicos permanentes.

Daí o benefício do acompanhamento médico dos doentes recuperados, sobretudo nas primeiras seis a oito semanas após o restabelecimento. Nalguns casos, pode mesmo ser necessária a realização de um trabalho de reabilitação.

Mesmo sem sequelas de maior, de uma maneira geral as pessoas que recuperam da Covid-19 podem sentir algumas dificuldades em retomar as suas atividades diárias normais.

Para um regresso mais fácil podem, por isso, seguir alguns conselhos:

  • Reforce os cuidados com a higiene (lavar sempre as mãos, utilizar a máscara, ter especial cuidado com as fezes, sobretudo no caso de crianças devido à possibilidade de ocorrer a excreção do vírus por essa via);
  • Se regressa de internamento, descanse e aproveite o contacto com a família;
  • Planeie e organize as suas atividades da vida diária (identifique que materiais ou objetos vai necessitar, quais os movimentos que terá de fazer, saiba se vai necessitar de ajuda);
  • Simplifique as tarefas (coloque os objetos usados com mais frequência em locais mais acessíveis);
  • Sempre que possível, inicie sentado as suas atividades (tomar banho, escovar os dentes, trocar de roupa, etc.). Quando se sentir mais forte, poderá mudar para a postura em pé com apoio e só depois em pé sem apoio;
  • Comece por realizar tarefas mais leves, evitando grandes esforços;
  • Procure respirar sempre com calma e devagar. Evite posições que dificultem a sua respiração;
  • Mantenha a sua atenção na atividade que está a realizar. Faça uma coisa de cada vez;
  • Não tenha pressas. Descanse entre o fim de uma atividade e o início de outra;
  • Adapte os seus recursos às suas limitações (engrossar cabos de talheres, usar canecas com pegas, colocar o prato mais perto da boca);
  • Mantenha-se ativo, procurando realizar sozinho as suas tarefas, ou com supervisão sempre que necessário;
  • Realize atividades que estimulem a atenção, concentração e memória;
  • Reserve tempo para atividades de lazer que mais gosta (ouvir música, ler, ver filmes, jogar cartas…);
  • Converse com as pessoas que lhe estão próximas;
  • Tenha atenção à sua saúde mental. Procure estar tranquilo e relaxado, mantendo o contacto com as pessoas que lhe são queridas;
  • Evite o café, bebidas estimulantes, álcool ou cigarro pelo menos quatro horas antes de ir dormir. Um bom sono é muito importante para a sua recuperação total;
  • Mantenha-se atento a mudanças no funcionamento do seu corpo (sono, alimentação, cansaço), ou no seu comportamento e sentimentos (irritabilidade, humor, perda de interesse);
  • Caso necessite, procure ajuda emocional junto de um psicólogo;
  • Organize a sua medicação para garantir que a toma sempre conforme a prescrição médica;
  • Procure um médico se os seus sintomas estiverem a demorar a desaparecer.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

Encontre aqui profissionais de saúde perto de si.

Contribua com sugestões de melhoria através do nosso formulário online.

Este artigo foi útil?

Obrigado pelo seu feedback.

Partilhe este artigo:

Obrigado pela sua preferência.

Irá receber no seu email as melhores dicas de Saúde e Bem-estar.
Pode em qualquer momento alterar ou retirar o(s) consentimento(s) prestado(s).

Receba as melhores dicas
de Saúde e Bem-estar

Precisamos do seu consentimento para envio de mais informação.

Encontre o melhor
Prestador Medicare perto de si

Código Postal inválido

Pesquise entre os mais de 17 500 Prestadores
da Rede de Saúde Medicare.

Artigos relacionados:
Ver mais
1 presente à escolha

ADESÃO ONLINE Presente à escolha

Aderir Online
Cartão Platinium Mais Vida
Quer aderir? Ligamos grátis! Esclareça as suas dúvidas com a nossa
equipa, sem compromisso.
Precisamos do seu consentimento para envio de mais informação.
Formulário enviado Obrigado pelo seu contacto. Será contactado em breve pela nossa equipa de especialistas.
Política de Privacidade