mulher a pressionar a região abdominal

Como ultrapassar a obstipação e manter um trânsito intestinal saudável

5 mins. leitura

A obstipação é um distúrbio intestinal que ocorre, frequentemente, e sem uma causa aparente, podendo dever-se a vários fatores simultâneos. Também conhecida como prisão de ventre, a obstipação carateriza-se por um bloqueio do intestino, parcial ou completo, do qual resulta um grande esforço para evacuar, baixa frequência de defecação, fezes duras ou uma defecação aparentemente incompleta.

A consequência é uma sensação de mal-estar e desconforto abdominal persistente, afetando a qualidade de vida, a que podem estar associadas uma série de comorbilidades, nomeadamente, hemorroidas, fissura anal, distensão (barriga inchada), ou flatulência.

Vulgarmente conhecida como prisão de ventre, a obstipação pode afetar pessoas de qualquer idade, embora seja mais frequente em idosos. Pode, também, apresentar-se sob a forma de episódios agudos, intermitentes ou crónicos.


O que fazer em caso de obstipação

Causas e fatores de risco

Na maioria dos casos, não existe nenhuma doença do aparelho digestivo que esteja na origem da obstipação. As causas mais frequentes estão relacionadas com situações resultantes do estilo de vida. A lista de possibilidades é grande e, habitualmente, inclui:

  • Hábitos alimentares desadequados, nomeadamente, uma dieta pobre em fibra e líquidos;
  • Alterações ao ritmo de vida, como o stress;
  • Pouca atividade física;
  • Fatores psicológicos;
  • Alterações da motilidade colorretal;
  • Disfunção dos músculos pélvicos ou do esfíncter anal;
  • Desidratação;
  • Alterações metabólicas, neurológicas e psiquiátricas;
  • Consumo de certos medicamentos;
  • Gravidez;
  • Não defecar quando tem vontade;
  • Abuso de laxantes;
  • Síndrome do cólon irritável e outras situações de provoquem inflamação no intestino;
  • Lesões anais dolorosas (hemorroidas ou fissuras).

Entre os fatores de risco para a obstipação estão:

  • Género feminino;
  • Baixo nível socioeconómico;
  • Idade avançada;
  • Estilo de vida sedentário;
  • Polimedicação (uso de vários medicamentos em simultâneo);
  • Dieta com baixo teor de fibras ou líquidos;
  • Gravidez;
  • Viagens frequentes ou alterações das rotinas, devido às mudanças na alimentação, horários das refeições e/ou limitação do acesso à casa de banho.

Nalguns casos, porém, a obstipação pode estar relacionada com algumas doenças intestinais ou outras que não têm relação direta com este órgão.

É um problema habitualmente presente em doenças do sistema nervoso central, como a doença de Parkinson, depressão ou esclerose múltipla. Pode, também, estar relacionada a lesão da medula, acidente vascular cerebral, tumor, neuropatia autonómica, doença de Hirschsprung, esclerodermia, ou amiloidose.

É, ainda, frequente na diabetes e noutros problemas metabólicos ou endócrinos, designadamente doenças da tiróide.


Sintomas

Uma grande parte da população conhece bem os sintomas mais caraterísticos da obstipação, pois uma elevada percentagem já sofre, ou sofreu, deste problema.

Os principais sintomas incluem:

  • Fezes duras que causam dor ao evacuar;
  • Ir à casa de banho com menos frequência do que o normal, não evacuando as vezes necessárias;
  • Dificuldades em defecar, mesmo indo à casa de banho com regularidade;
  • Sensação de não ter evacuado tudo depois de ir à casa de banho;
  • Dor abdominal ou sensação de barriga inchada.

Não existe um número “ideal” de vezes que a pessoa deve defecar. Todas as pessoas são diferentes e, por isso, cada uma tem o seu ritmo, que pode variar de duas a três vezes ao dia até três vezes por semana.

Quando a frequência é inferior a três vezes por semana e, por causa disso, a pessoa faz grande esforço para defecar, podemos estar perante um caso de prisão de ventre.

Embora, na maioria dos casos, a obstipação não esteja relacionada com uma situação grave, há um conjunto de sinais que deve servir de alerta e, na sua presença, motivar a ida ao médico tão breve quanto possível. Alguns exemplos:

  • Perda abundante de sangue nas fezes;
  • Aparecimento ou agravamento dos sintomas durante a noite;
  • História de doenças intestinais na família (cancro colorretal, doença de Crohn ou colite ulcerosa);
  • Sintomas intensos que não desaparecem com o tratamento;
  • Alterações recentes no funcionamento habitual do intestino;
  • Perda de peso involuntária.

Tratamento

A obstipação é, habitualmente, um problema de curta duração, sem gravidade e bastante comum.

Quando o médico presume que possa estar associada à toma de medicamentos, a primeira medida é, sempre que possível, a descontinuidade desses fármacos. De seguida, são introduzidas medidas relacionadas com a alteração de estilos de vida e hábitos alimentares, introduzindo na rotina da pessoa a ingestão de fibra, água ou exercício físico de baixa a média intensidade.

O incremento na dieta de alimentos ricos em fibra deve, no entanto, ser feito de forma progressiva e ajustada à tolerância da pessoa. Caso contrário, pode causar distensão abdominal ou flatulência.

Alimentos para a prisão de ventre que deve incluir na sua dieta

Sempre que necessário, são também utilizados laxantes para auxiliar na melhoria global dos sintomas, designadamente, na redução do esforço e dor ao defecar, bem como na redução do número de dias de intervalo entre as fezes.

É, contudo, importante que o uso de laxantes seja breve, pois a sua utilização prolongada e contínua pode causar habituação e, eventualmente, desidratação devido à perda aumentada de água.

Quando nenhuma destas medidas funciona, o médico pode decidir-se pelo recurso a medicamentos que estimulam diretamente a motilidade intestinal (movimento dos intestinos necessários ao seu bom funcionamento), chamados agentes procinéticos. Outra possibilidade é a toma de fármacos estimuladores da secreção de conteúdo líquido intestinal, chamados agentes secretores.

O tratamento da obstipação intestinal pode, ainda, envolver a utilização de probióticos (organismos vivos que contribuem para o bom funcionamento dos intestinos) e a irrigação transanal.

Nalguns casos, a terapia de biofeedback é uma solução com bons resultados. Trata-se de um processo de treino para os músculos que são utilizados durante a defecação.


Como prevenir

A prevenção da obstipação intestinal passa, essencialmente, pela alteração de determinados hábitos de vida. Pode incluir:

  • Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibra. A fruta, os legumes ou os cereais, por exemplo, facilitam a passagem das fezes pelo intestino;
  • Evitar o consumo de alimentos que endureçam as fezes, como queijo, chocolate e arroz;
  • Beber muitos líquidos (água, sumos e sopas);
  • Praticar atividade física regularmente, pois estimula os intestinos;
  • Criar rotinas de ida à casa de banho. Por exemplo, de manhã, durante 10 minutos, após o pequeno-almoço;
  • Não adiar quando sente vontade de evacuar;
  • Colocar os pés em cima de um banco quando se senta na sanita (como na posição de cócoras). Isso ajuda o músculo puborretal a relaxar e facilita a evacuação;
  • Evitar o stress.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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