
Tomar banho depois de comer faz mal? Saiba o que diz a ciência
• 3 mins. leitura
Índice
- 1. Qual é o risco?
- 2. E os bebés?
- 3. Mitos
É um conselho passado de geração em geração: não se deve tomar banho depois de comer, uma vez que pode causar indigestão. Os sintomas desta podem variar, mas frequentemente incluem náuseas, vómitos, azia, desconforto e inchaço na parte superior do abdómen.
Neste artigo, vamos perceber se esta preocupação faz sentido e esclarecer outras ideias sobre o horário das refeições.
Qual é o risco de tomar banho depois de comer?
A crença popular de que é preciso fazer a digestão antes de tomar banho, molhar a cabeça e mergulhar no mar ou piscina já é bem antiga.
Contudo, a verdade é que tomar banho sem problemas após uma refeição pode depender de alguns fatores.
A resposta não está no facto de tomar banho nem no tempo decorrido após a refeição, mas sim na temperatura da água.
O que poderá originar algum desconforto no estômago e azia, ou seja, uma indigestão, é a temperatura da água e não o facto de ter comido ou o tempo que esperou para tomar banho.
A água fria deve ser evitada, porque pode provocar um choque térmico. Se a água estiver fria, o corpo terá a necessidade de aumentar a concentração sanguínea na pele para manter a temperatura corporal estável.
Ou seja, o maior afluxo de sangue requisitado pelo corpo poderá não ser suficiente para as necessidades de digestão e da manutenção da temperatura corporal. No entanto, se o banho for tomado com água morna ou quente, não haverá problema.
Há também quem recomende que as refeições sejam ligeiras e o banho seja rápido.
O mesmo se aplica aos banhos no mar e na piscina. Nestas situações, deve ter-se o cuidado adicional de evitar grandes esforços físicos.

Devemos ter os mesmos cuidados com os bebés?
Também não faz mal dar banho aos bebés após comerem, desde que a temperatura da água seja ajustada para os 37 °C a 38 °C.
A pele dos bebés é mais fina do que a de um adulto. Por isso, a temperatura do banho de um adulto é provavelmente muito quente para um bebé.
Para verificar a temperatura da água corretamente, utilize um termómetro.
Outros mitos associados
Existem outras crenças que ditam que devem ser evitadas determinadas ações após as refeições. Vejamos se têm razão de ser.
Cortar o cabelo depois de comer faz mal?
O mito de que cortar o cabelo depois de comer é prejudicial não tem nenhum fundamento científico, à semelhança do que se diz sobre cortar a barba.
De igual forma, o ato de cortar as unhas depois de comer também não tem influência na saúde de uma pessoa.
Podemos lavar os dentes após uma refeição?
É recomendável esperar 30 minutos depois de comer ou, em contrapartida, escovar os dentes logo ao acordar e antes de dormir.
Escovar os dentes imediatamente após a refeição pode cobri-los com partículas de alimentos altamente ácidos. Ou seja, acaba por danificar o esmalte.
Podemos praticar exercício físico depois de comer?
Em alguns casos, treinar depois de comer pode melhorar o desempenho da pessoa.
No entanto, após o consumo de uma quantidade significativa de calorias, é recomendável esperar pelo menos 45 minutos para iniciar a prática de exercício físico.
Pode ser perigoso nadar depois de comer?
Não há evidências que sugiram que seja necessário esperar para nadar depois de comer, especialmente se se tratar de um mergulho ocasional.
Normalmente, ao nadar em água fria, a frequência cardíaca não fica elevada e a temperatura corporal diminui, o que significa que o organismo tem volume sanguíneo suficiente para suportar um mergulho e a atividade digestiva em simultâneo.
Por isso, à semelhança de tomar banho depois de comer, recomendações sobre quantidades, horários e tipos de alimentos antes de nadar ou praticar atividades aquáticas não podem ser baseadas em evidências científicas.
Dormir logo depois de comer pode ser prejudicial?
Deitar imediatamente após comer pode não ser bom para o revestimento do esófago.
É melhor esperar até que o corpo inicie o processo digestivo, movendo o alimento para o intestino antes de se deitar.
Isso também pode ajudar a prevenir o refluxo gástrico para o esófago.