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Síndrome do impostor: o que é e como lidar com este transtorno

5 mins. leitura

Índice

  1. 1. O que é a síndrome do impostor?
  2. 2. Quais os principais sintomas da síndrome do impostor?
  3. 3. Quando podem manifestar-se estes sentimentos?
  4. 4. Qual a relação entre o perfecionismo e a síndrome do impostor?
  5. 5. Como lidar com a síndrome do impostor

A síndrome do impostor é um fenómeno psicológico que faz com que muitas pessoas duvidem do próprio valor, mesmo quando o sucesso é evidente. Afeta profissionais experientes, estudantes e indivíduos em diferentes fases da vida, traduzindo-se num sentimento persistente de não merecimento ou de “fraude” perante os outros.

Neste artigo explicamos o que é, quais os sinais e quando tende a surgir. Abordamos também a ligação entre esta síndrome e o perfecionismo e, sobretudo, partilhamos estratégias práticas para aprender a lidar com as dúvidas internas e fortalecer a autoconfiança.

O que é a síndrome do impostor?

A expressão “síndrome do impostor” descreve um padrão psicológico no qual alguém, apesar do seu desempenho e das suas conquistas, sente-se inadequado ou incapaz e teme que os outros descubram que é “um engano”.

Este fenómeno foi descrito pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes, que o definiram como “uma sensação interna de falsidade intelectual” entre mulheres altamente bem-sucedidas.

Embora ainda não seja reconhecido como um diagnóstico formal no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5) ou noutras classificações internacionais, é amplamente estudado como um fenómeno de saúde mental que pode afetar o bem-estar psicológico e emocional.

De forma geral, quem vivencia a síndrome do impostor tende a minimizar os próprios êxitos, atribuir o sucesso à sorte ou ao acaso e sentir-se vulnerável mesmo perante provas de competência. Estes sentimentos podem interferir com o desempenho profissional, a autoconfiança e a saúde emocional.

Quais os principais sintomas da síndrome do impostor?

Os sinais e sintomas da síndrome do impostor podem variar de pessoa para pessoa, mas existem padrões que se repetem com frequência:

  • Atribuir o sucesso a fatores externos, como “tive sorte” ou “foi apenas coincidência”;

  • Dúvidas persistentes sobre a própria competência, mesmo perante reconhecimento ou resultados positivos;

  • Medo de ser “descoberto” como uma fraude, ou de que os outros percebam que não está à altura das expetativas;

  • Perfecionismo intenso, com padrões irrealisticamente altos e sensação de fracasso face a pequenos erros;

  • Comparações constantes com os outros, geralmente desfavoráveis, e dificuldade em aceitar elogios ou reconhecimento;

  • Ansiedade, exaustão emocional ou burnout, provocados pela pressão interna e pela autocrítica excessiva.

Estes sintomas são comuns em quem enfrenta este fenómeno. Se se identificar com vários destes pontos, é possível que esteja a experienciar a síndrome do impostor.

sintomas síndrome do impostor

Quando podem manifestar-se estes sentimentos?

A síndrome do impostor pode surgir em diferentes fases da vida, mas tende a manifestar-se em períodos de transição ou elevada exigência.

Alguns exemplos comuns incluem:

  • Assumir um novo cargo ou função, ou iniciar uma etapa profissional com maiores responsabilidades;

  • Momentos de aprendizagem ou avaliação intensiva, nos quais a pressão para o bom desempenho é maior;

  • Contextos profissionais ou académicos de alta competitividade ou visibilidade, que intensificam a sensação de “não pertenço aqui”;

  • Padrões de perfecionismo e autoexigência elevados, que aumentam a vulnerabilidade a pensamentos de insuficiência.

Estas situações podem desencadear o sentimento de “não merecer” ou “ser uma fraude”, mesmo quando há provas objetivas de competência.

A síndrome do impostor não espera uma “condição ideal” para se manifestar. Reconhecer estas fases de vulnerabilidade é um passo essencial para lidar com o fenómeno.

Qual a relação entre o perfecionismo e a síndrome do impostor?

Existe uma ligação estreita entre o perfecionismo e a síndrome do impostor. Diversos estudos evidenciam que pessoas com perfis perfecionistas têm maior probabilidade de experienciar este fenómeno psicológico:

  • Tendem a definir metas excessivamente altas e a encarar qualquer falha mínima como sinal de incapacidade;

  • Trabalham em excesso, evitam delegar e raramente se permitem descansar, receando “ser descobertas”;

  • São frequentemente autocríticas, com dificuldade em interiorizar conquistas reais, mesmo perante elogios ou resultados positivos.

Esta dinâmica cria um ciclo de exigência e dúvida: quanto maior for a pressão por perfeição, menor o reconhecimento dos sucessos. Assim, o sentimento de impostor cresce, gerando ainda mais ansiedade e autoexigência.

Por isso, ao abordar a síndrome do impostor, é essencial também trabalhar os padrões perfecionistas, compreendendo que o valor pessoal não depende de desempenho absoluto.

 

como lidar síndrome do impostor

Como lidar com a síndrome do impostor

Aprender a lidar com a síndrome do impostor passa por reconhecer o fenómeno, compreender os seus gatilhos e adotar estratégias práticas para reequilibrar a perceção de competência:

1. Reconhecer o fenómeno

O primeiro passo é admitir que estes sentimentos existem. Identificar e nomear a síndrome do impostor ajuda a compreender que se trata de um padrão psicológico comum e não de uma falha pessoal.  

Este reconhecimento é fundamental para quebrar o ciclo de autocrítica.

2. Separar sentimentos de factos

Sentir que não é suficientemente bom não significa que isso seja verdade.

Procure confrontar a perceção de “fraude” com dados reais, como resultados alcançados, elogios ou responsabilidades assumidas. Criar um “arquivo de conquistas” ajuda a lembrar-se da sua competência quando a dúvida surgir.

3. Adotar uma mentalidade de crescimento

Ninguém nasce perfeito. Trocar o pensamento “tenho de saber tudo” por “estou a aprender” é um passo essencial.

Aceitar o erro como parte do processo reduz o medo de falhar e melhora a confiança em situações novas.

4. Reduzir comparações

Comparar-se constantemente com os outros é injusto e irrealista, pois só vemos o sucesso alheio, não o esforço que o antecedeu.

Foque-se nas suas metas e progresso pessoal, reconhecendo o seu percurso único.

5. Partilhar e procurar apoio

Conversar com colegas, amigos ou mentores sobre estes sentimentos ajuda a perceber que não está sozinho.

Se a autocrítica for persistente ou afetar o seu bem-estar, procurar apoio psicológico pode ser determinante para desenvolver estratégias de superação.

6. Celebrar conquistas

Reconheça os seus progressos, mesmo os pequenos.

A prática regular de celebrar vitórias ajuda a contrariar a tendência de desvalorizar resultados positivos e reforça a autoconfiança.

H3. 7. Ajustar o ambiente e as expetativas

Se o contexto profissional ou académico é demasiado exigente, reveja os padrões e objetivos que definiu para si.

Defina metas realistas, aprenda a delegar e procure espaços de trabalho com feedback construtivo. Pequenas mudanças no ambiente podem reduzir o risco de manter este padrão de pensamento.

Superar a síndrome do impostor

A síndrome do impostor é um fenómeno comum que pode afetar qualquer pessoa, levando a duvidar das próprias capacidades, mesmo perante provas de sucesso. Reconhecer estes pensamentos é o primeiro passo para lidar com eles e recuperar a autoconfiança.

Procurar apoio psicológico profissional pode ser fundamental para compreender as causas destes sentimentos e aprender estratégias eficazes para os superar.

Procure um psicólogo ou psiquiatra se os sentimentos de impostor vierem acompanhados de ansiedade persistente, humor depressivo, insónia, evitamento marcante, prejuízo no trabalho e estudo ou pensamentos de autoagressão. Tratamentos como Terapia Cognitivo-Comportamental e abordagens baseadas em aceitação e compromisso têm boas evidências para crenças autocríticas e perfecionismo desadaptativo.

Lembre-se: sentir insegurança não o torna uma fraude, é apenas humano. Pedir ajuda é um sinal de coragem e o primeiro passo para fortalecer o seu equilíbrio emocional.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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