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médico a fazer cateterismo em paciente

Entenda o que é o cateterismo e como é feito

8 mins. leitura

Índice

  1. 1. O que é o cateterismo e como é feito este exame?
  2. 2. Qual é o objetivo deste exame?
  3. 3. Que patologias pode detetar um cateterismo?
  4. 4. Recuperação
  5. 5. Possíveis complicações

Problemas cardíacos são uma preocupação crescente, e a capacidade de os diagnosticar e tratar com precisão é fundamental. É nesse contexto que o cateterismo cardíaco se destaca, sendo um procedimento essencial na medicina para avaliar a saúde do coração e dos vasos sanguíneos.

Mas o que é o cateterismo e como é feito? Que doenças pode detetar e que cuidados são necessários antes e depois da sua realização?

Neste artigo, vamos explicar detalhadamente cada etapa deste procedimento, desde a preparação até à recuperação, abordando as patologias que pode identificar e os potenciais riscos associados.

Se o seu médico recomendou este exame ou se simplesmente procura compreender melhor a sua importância, continue a ler para obter todas as respostas baseadas em informação fiável e atualizada.

O que é o cateterismo e como é feito este exame?

Apesar de ser um exame comum na cardiologia, muitas pessoas têm dúvidas sobre o que é o catetorismo e como é feito.

Um cateterismo é um procedimento minimamente invasivo que consiste na introdução de um tubo fino e flexível (cateter) num vaso sanguíneo, geralmente através da virilha (artéria femoral), do braço (artéria radial) ou, mais raramente, do pescoço.

Este tubo é conduzido até ao coração ou até às artérias coronárias, permitindo aos profissionais de saúde visualizar e avaliar o estado dos vasos e cavidades cardíacas.

Este exame também é conhecido como cateterismo cardíaco ou angiografia coronária, quando o objetivo é observar as artérias coronárias.

O cateterismo cardíaco é realizado numa sala de hemodinâmica, sob vigilância constante.

O paciente permanece acordado, sendo administrada anestesia local na zona onde o cateter será introduzido. Em alguns casos, é dada também uma sedação ligeira para maior conforto.

Um cateterismo dura, em média, 30 minutos. O tempo total, incluindo preparação e recuperação, pode ir de 5 a 9 horas ou mais.

Estes são os passos habituais do procedimento:

  • O paciente deita-se de costas e ligado a um eletrocardiógrafo (ECG), para registo da atividade elétrica do coração e monitorização dos sinais vitais;

  • Será administrado um sedativo leve por via intravenosa;

  • O médico vai aplicar anestesia local na zona de inserção, sendo que o paciente pode sentir uma ligeira queimadura no momento;

  • Será inserida uma bainha (um tubo fino e flexível) no vaso sanguíneo;

  • Através desta bainha, o cateter é guiado até ao coração com a ajuda de imagens de raio-x.

Pode ser injetado um contraste para visualizar melhor as artérias e estruturas cardíacas. O paciente pode sentir calor, sabor metálico ou salgado na boca, náuseas ou uma breve dor de cabeça.

Tipos de procedimentos realizados com cateterismo

O que acontece após a colocação do cateter depende do objetivo do exame:

  • Angiografia coronária: avaliação das artérias do coração com recurso a contraste;

  • Angioplastia com ou sem stent: abertura de artérias estreitadas;

  • Ablação cardíaca: tratamento de arritmias com calor ou frio;

  • Cateterismo cardíaco direito: avaliação do lado direito do coração;

  • Valvoplastia por balão: alargamento de válvulas cardíacas estreitas;

  • Substituição de válvula cardíaca: substituição transcateter da válvula aórtica (TAVR), por exemplo;

  • Correção de defeitos congénitos: fecho de orifícios no coração;

  • Biópsia cardíaca: recolha de amostra de tecido para análise.

Após o procedimento, o cateter será removido e o local de inserção será fechado com colagénio, suturas, clip ou pressão manual.

Será aplicado um penso apertado ou outro sistema para evitar hemorragias e o paciente irá para uma sala de recobro.

cardiologista a auscultar paciente

Qual é o objetivo deste exame?

O principal objetivo do cateterismo é obter informações precisas sobre o funcionamento do coração e das artérias coronárias. Permite medir pressões no interior do coração, avaliar o débito cardíaco, detetar obstruções nas artérias e analisar o estado das válvulas cardíacas e do músculo cardíaco.

Além disso, permite a realização imediata de intervenções em caso de doença coronária significativa. Por exemplo, pode ser utilizada uma angioplastia com colocação de um stent para desobstruir uma artéria bloqueada, reduzindo o risco de enfarte agudo do miocárdio.

O médico pode recomendar um cateterismo para investigar sintomas como dor no peito (angina), falta de ar, batimentos cardíacos irregulares (arritmias), tonturas ou desmaios, especialmente quando outros exames não fornecem um diagnóstico conclusivo.

Antes do procedimento, é habitual realizar exames de diagnóstico complementares, como análises ao sangue, exames de imagem cardíaca (como ecocardiograma, TAC ou ressonância magnética) ou um teste de esforço. Estes testes ajudam a avaliar o funcionamento do coração e a planear o cateterismo com maior precisão e segurança.

Que patologias pode detetar um cateterismo?

Agora que já entendemos o que é o cateterismo e como é feito, assim como os seus objetivos, vamos perceber em que contextos clínicos pode ser usado.

Doenças que o cateterismo pode ajudar a diagnosticar

O cateterismo cardíaco pode identificar: 

  • Doença arterial coronária. Provocada por aterosclerose, é uma das causas mais comuns de angina de peito e enfarte agudo do miocárdio. O cateterismo permite visualizar obstruções nas artérias coronárias.

  • Doença valvular cardíaca. Estenose (estreitamento) ou insuficiência (falha no fecho) das válvulas cardíacas podem ser avaliadas com grande precisão.

  • Cardiopatias congénitas. Defeitos estruturais do coração presentes desde o nascimento, como defeitos do septo ventricular, são muitas vezes diagnosticados em crianças através do cateterismo.

  • Cardiomiopatia. Doença do músculo cardíaco que pode causar aumento, espessamento ou enfraquecimento do coração, afetando a sua capacidade de bombear sangue.

  • Insuficiência cardíaca. Permite avaliar o desempenho do músculo cardíaco, quantificar o débito cardíaco e medir pressões intracardíacas.

  • Hipertensão pulmonar. O exame permite medir diretamente as pressões nas artérias pulmonares, sendo essencial para o diagnóstico desta condição.

  • Doença microvascular coronária. Envolve os pequenos vasos do coração, difíceis de detetar com outros exames. O cateterismo pode ajudar a confirmar o diagnóstico.

  • Rejeição após transplante cardíaco. Através da realização de uma biópsia endomiocárdica (retirada de tecido cardíaco com o cateter), é possível monitorizar sinais precoces de rejeição.

Situações em que o cateterismo pode ser recomendado

O médico pode sugerir um cateterismo cardíaco quando o doente apresenta sintomas sugestivos de problemas cardíacos, como:

  • Dor no peito (angina);

  • Falta de ar;

  • Tonturas ou desmaios;

  • Cansaço extremo;

  • Batimentos cardíacos irregulares (arritmias).

Também pode ser indicado quando outros exames, como o eletrocardiograma (ECG), o teste de esforço, o ecocardiograma ou a TAC cardíaca, apresentam resultados inconclusivos ou alterados.

Outras situações

O cateterismo pode ainda ser útil para:

  • Confirmar diagnósticos antes de cirurgias cardíacas;

  • Avaliar o sucesso de intervenções como angioplastias ou colocação de stents;

  • Planear um transplante cardíaco;

  • Decidir o tratamento mais adequado, como cirurgia de revascularização (bypass coronário).

Preparação para o exame

A preparação para o exame inclui várias etapas importantes. O médico irá explicar todo o processo e dar oportunidade para esclarecer dúvidas.

Contudo, devem ser considerados os seguintes pontos:

  • Jejum de 6 a 8 horas antes do procedimento;

  • Suspensão de alguns medicamentos, especialmente anticoagulantes;

  • Análises laboratoriais e exames prévios como eletrocardiograma;

  • Assinatura de um consentimento informado.

O local de inserção do cateter é higienizado antes do exame e, muitas vezes, depilado. O doente deve informar a equipa médica se tem:

  • Doença renal, pois o contraste pode afetar os rins;

  • Distúrbios hemorrágicos;

  • Doença das válvulas cardíacas;

  • Dispositivos cardíacos implantados, como pacemaker;

  • Alergias, sobretudo a iodo, marisco, contrastes iodados, medicamentos, látex, fita adesiva ou anestésicos.

Quem está grávida ou a amamentar deve informar previamente o médico, pois a radiação e o contraste podem representar riscos para o feto ou bebé.

Recuperação

O tempo de repouso depende do tipo de cateterismo realizado e da via de acesso utilizada, mas normalmente é assim:

  • Se for pela virilha (artéria femoral), é essencial um repouso absoluto de 4 a 6 horas após o exame, para evitar hemorragias. Em alguns casos, poderá ser necessário permanecer deitado cerca de 24 horas, de costas e sem mover a perna onde foi feita a punção;

  • Se for pelo braço (artéria radial), o tempo de recuperação tende a ser mais curto. Poderá mobilizar-se mais precocemente, mas deve evitar esforços com o braço utilizado.

Geralmente, a alta é dada no próprio dia ou no dia seguinte. Durante os primeiros dois a três dias, devem-se evitar:

  • Esforços físicos;

  • Relações sexuais;

  • Carregar objetos pesados;

  • Conduzir.

É normal surgir um hematoma, que desaparece em poucos dias. A equipa médica deve ser contactada se:

  • O hematoma aumentar de tamanho, surgir uma massa no local ou houver dor intensa;

  • O local da punção começar a sangrar e não parar após pressão firme durante alguns minutos;

  • Sentir formigueiro, dormência ou notar que o pé ou a mão do lado da punção estão frios ou azulados;

  • A área em redor do local da punção estiver muito inchada ou a drenar fluidos;

  • Tiver febre, tosse com sangue ou muco amarelo/esverdeado;

  • Sentir dor no peito, falta de ar, tonturas ou perceber alterações no ritmo cardíaco (muito rápido ou muito lento);

  • Tiver dificuldades em tomar a medicação prescrita.

homem com dor no peito

Possíveis complicações

Outra dúvida habitual é se o cateterismo cardíaco é considerado um exame seguro.

Tal como acontece com qualquer procedimento invasivo, existem riscos, ainda que pouco frequentes. As possíveis complicações incluem:

  • Hemorragia ou hematoma no local onde o cateter é inserido (geralmente na virilha, braço, pescoço ou pulso);

  • Reações alérgicas ao contraste iodado;

  • Arritmias cardíacas (geralmente temporárias);

  • Infeção no local da punção;

  • Dor na zona de inserção do cateter;

  • Coágulos sanguíneos ou lesão vascular;

  • Isquemia (redução do fluxo sanguíneo para o coração);

  • Enfarte do miocárdio (raro);

  • Acidente vascular cerebral (muito raro);

  • Danos renais, sobretudo em pessoas com insuficiência renal preexistente;

  • Rasgão ou lesão arterial;

  • Colapso pulmonar (pneumotórax);

  • Tamponamento cardíaco (acumulação de líquido à volta do coração);

  • Efeitos secundários dos medicamentos usados para sedação (como náuseas, vómitos ou confusão);

  • Efeitos da exposição à radiação, especialmente em casos de exames repetidos.

Complicações mais graves, como a necessidade de cirurgia cardíaca de emergência ou morte, são extremamente raras.

Grupos de risco

Embora o cateterismo cardíaco seja geralmente seguro, certos grupos de doentes requerem uma avaliação mais cuidadosa antes da realização do exame, devido ao maior risco de complicações. Entre estes grupos incluem-se:

  • Pessoas com diabetes, insuficiência renal ou hipertensão arterial. Estas condições podem aumentar o risco de lesão renal induzida pelo contraste e de outras complicações vasculares;

  • Idosos, devido à maior prevalência de comorbilidades e fragilidade física associada à idade;

  • Doentes com distúrbios da coagulação (coagulopatias). O risco de hemorragia após a punção pode ser mais elevado.

  • Pessoas com antecedentes de cateterismos ou cirurgias cardíacas. A anatomia vascular pode estar alterada, aumentando a complexidade do procedimento.

  • Doentes oncológicos em tratamento ativo, especialmente se estiverem a fazer quimioterapia, pela possibilidade de maior fragilidade vascular, imunossupressão e risco de infeção.

Nestes casos, a equipa médica realiza uma avaliação clínica individualizada, ponderando cuidadosamente os riscos e os benefícios do cateterismo.

Saber o que é o cateterismo e como é feito é essencial para tomar decisões informadas. Por isso, se continua com dúvidas sobre este exame, esclareça-as com o seu médico.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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