Queda de cabelo

Sofre com queda de cabelo? O guia para um cabelo saudável

7 mins. leitura

Em virtude dos fios de cabelo possuírem um ciclo de crescimento, a queda de cabelo é um fenómeno perfeitamente normal, tanto nos homens como nas mulheres. Calcula-se que a maioria das pessoas tenha uma perda insensível de aproximadamente 100 fios de cabelo por dia, sem o risco de desenvolver calvície, em virtude desse processo de renovação contínua. Contudo, uma queda maior que essa pode significar uma estrutura capilar fragilizada, desde a raiz até as pontas, e por isso a atenção deve ser redobrada, visto que em certos casos pode alertar para algum problema de saúde. Convém, dessa forma, reconhecer os sinais de alarme e procurar um médico dermatologista.

As causas mais comuns para a queda de cabelo – permanente ou temporária – são:

  • Anemia: o défice de ferro leva a uma queda na concentração de hemoglobina, proteína presente em células do sangue que é fundamental para o transporte de oxigénio. O défice de oxigénio reduz a resistência dos fios.
  • As dietas radicais: entrar num regime muito restrito culmina em défices nutricionais que são capazes de afetar o cabelo.
  • Disfunções da tiróide: esta glândula alojada no pescoço dita o ritmo de todo o organismo. E os processos de crescimento e renovação capilar não ficam de fora. Se esta pequena estrutura passa a fabricar doses elevadas das hormonas T3 e T4, quadro chamado de hipertiroidismo, acaba por acelerar a reposição celular do couro cabeludo.
  • Stress crónico: um momento isolado de nervosismo não vai resultar em perda excessiva de cabelo. Contudo, se a ansiedade não for tratada, cria-se uma desregulação hormonal que prejudica a integridade dos fios.

Entretanto, existem outras doenças do couro cabeludo ou doenças sistémicas que afetam o couro cabeludo, e que podem cursar com queda capilar.


Tipos de queda de cabelo

Alopecia androgenética (ou calvície hereditária)

É o tipo de perda de cabelo mais frequente. A calvície hereditária é uma condição que afeta mais os homens, pois a queda dos cabelos está também diretamente associada à presença das hormonas sexuais masculinas, de modo especial à presença da testosterona. As mulheres também produzem esta hormona, mas em quantidade menor; por isso, os casos de calvície nas mulheres são mais raros e, quando ocorrem, a perda é menos drástica.

Os primeiros sinais da calvície nos homens podem aparecer entre 17 e 23 anos, mas é por volta dos 50 anos de idade que 50% dos homens e 20-50% das mulheres são afetados, podendo agravar com a idade.

A queda do cabelo é lenta e raramente difusa. O padrão habitual em indivíduos do sexo masculino é a queda na região das têmporas (as chamadas “entradas”) e/ou na parte superior da cabeça. Nas mulheres, o desbaste afeta as zonas centrais do couro cabeludo, poupando a zona frontal da cabeça.

Geralmente é causada pela interação de três fatores:

  • Herança familiar (fatores genéticos);
  • Androgénios (hormonas presentes nos dois sexos, embora em maior percentagem nos homens);
  • Aumento da idade;

À exceção da queda de cabelos por força da hereditariedade, nos outros casos, ela pode ser evitada, ou retardada, se forem afastados os fatores de risco e introduzidos alguns medicamentos. Baseia-se, essencialmente, em estimulantes do crescimento dos fios de cabelo e em bloqueadores hormonais.

Há casos em que só o implante de cabelos pode representar uma solução estética para a calvície. O procedimento é cirúrgico e consiste na retirada dos bulbos capilares existentes atrás e nas laterais da cabeça, regiões que não sofrem a ação dos fatores genéticos e hormonais, para implantá-los na área rarefeita do couro cabeludo.

Na mulher, quando a perda de cabelo é significativa ou se existem outros sinais de disfunção hormonal (acne, excesso de pelos, pele oleosa e irregularidades do ciclo menstrual), o médico dermatologista pode optar por tratamentos locais e orais eficazes no atraso da evolução da doença.


Eflúvio Telogénico (ou Alopecia difusa)

Esta é uma das causas mais comuns de queda de cabelo, ocorrendo normalmente devido ao período pós-parto, contracetivos orais, febre, dietas de emagrecimento, deficiência de ferro e zinco, estados tensionais prolongados, após cirurgias ou exames com sedação, stress doenças sistêmicas e dermatite de contacto no couro cabeludo.

É caraterizado pela queda de quantidades moderadas de cabelo de todas as partes do couro cabeludo, que podem ser observadas no travesseiro, na banheira ou numa escova de cabelo.

Embora os pelos de algumas partes do couro cabeludo pareçam mais finos, é raro evoluir para perda difusa.

A queda de cabelo ocorre entre seis e16 semanas após o fator desencadeante, e a sua autorresolução pode demorar até um ano, mesmo quando a causa identificada tiver sido resolvida previamente.

A toma de suplementos vitamínicos é recomendada, embora não seja obrigatória no tratamento deste tipo de queda de cabelo.


Efeitos secundários de medicamentos

A toma de determinados medicamentos pode estar na origem da queda de cabelo, nomeadamente o lítio, betabloqueadores, varfarina, heparina, anfetaminas e levodopa.

Além disso, medicamentos anticancerígenos usados na quimioterapia causam uma perda súbita de cabelo, que afeta o couro cabeludo de modo difuso. Um dos mais frequentes é a Doxorrubicina (ou Adriamicina), utilizada para diminuir a velocidade ou parar o crescimento das células cancerígenas.


Sintoma de doença

A queda de cabelo pode ser um dos sintomas de uma doença. As situações mais frequentes ocorrem nos seguintes casos:

  • Lúpus eritematoso sistémico;
  • Sífilis;
  • Hipertiroidismo ou hipotiroidismo;
  • Desequilíbrio hormonal;
  • Distúrbio nutricional grave (sobretudo deficiências de proteína, ferro, zinco ou biotina, que são mais frequentes em pessoas com dietas restritivas e em mulheres com um fluxo menstrual intenso).

Tinea do Couro Cabeludo

A tinea (ou “tinha da cabeça”) é uma infeção provocada por alguns tipos de fungos que afetam o couro cabeludo e provocam uma perda irregular de cabelo.

Trata-se de uma forma comum de queda de cabelo nas crianças, fazendo com que o cabelo se solte na superfície do couro cabeludo e este lasque ou fique escamoso.

As tineas são contagiosas e o seu tratamento é feito com recurso a medicação oral.


Alopecia Areata (“Pelada”)

Também conhecida por “Pelada”, a alopecia areata é uma condição caraterizada por perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo (cílios, sobrancelhas, barba, por exemplo). Ela acomete de 1% a 2% da população, afeta ambos os sexos e todas as etnias. O distúrbio pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus portadores tenham menos de 20 anos.

Os fatores genéticos (em 10% a 42% dos casos, há outras pessoas na família com o problema) e imunológicos (genes implicados na suscetibilidade à alopecia areata provavelmente interagem com fatores ambientais desencadeantes, como o stress ou a presença de micro-organismos, para disparar uma resposta imunológica que lesa o folículo piloso) estão entre as possíveis causas do distúrbio.

Não obstante, em 20% a 30% dos casos, a alopecia pode estar associada a enfermidades de natureza imunológica, como tiroidites, diabetes, lúpus, vitiligo, rinites e a outras condições alérgicas.

Embora não cause dor ou comichão, pode ser motivo de grande preocupação, pois a sua evolução pode partir de apenas uma ou duas manchas para uma grande extensão de perda de cabelo.

Nos casos mais graves, afeta todo o couro cabeludo (alopecia total) ou, mesmo, a totalidade do corpo (alopecia universal).

O tratamento é feito localmente e, geralmente, com sucesso. Nas formas mais extensas, porém, é necessária uma avaliação caso a caso, pois nem sempre as opções habituais são eficazes.


Alopecia Traumática

Este tipo de queda é causado por técnicas de cabeleireiro que puxam o cabelo (tranças apertadas, por exemplo), expõem-no a calor e torção extremos (ferro de ondulação ou rolos quentes) ou utilizam produtos químicos fortes para branqueamento, coloração ou ondas permanentes.

A alopecia traumática ocorre, também, em casos de tricolomania, uma perturbação psiquiátrica pouco comum caraterizada pelo puxar e torção compulsiva do cabelo, a ponto de causar manchas carecas.


Prevenção

Embora em muitos casos seja uma “batalha” difícil de vencer, é possível adotar alguns comportamentos que permitem prevenir a queda de cabelo ou, pelo menos, retardar este processo.

Algumas sugestões importantes:

  • Mudar o estilo de vida para reduzir o stress, ansiedade e depressão;
  • Praticar exercício físico regularmente;
  • Ter uma alimentação saudável, que inclua proteínas, gorduras e certas vitaminas (A, B1, B2, B3, B6, B9, B12, C e E) e minerais (zinco, ferro, fósforo, magnésio, iodo e zinco);
  • Cuidar da higiene do couro cabeludo (optar por champôs, amaciadores e tónicos pouco agressivos);
  • Evitar prender os fios molhados e penteados apertados, limitando o uso de processos de aquecimento que podem danificar o cabelo;
  • Quando possível, trocar os medicamentos que estejam a provocar queda de cabelo (sempre sob indicação médica);
  • Evitar álcool e fumo;
  • Usar escova de cabelo adequada.

Para evitar as infeções fúngicas que causam a queda de cabelo:

  • Manter o cabelo limpo;
  • Não compartilhar chapéus, pentes ou escovas com outras pessoas.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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