
O que é a doença de Addison e como tratar esta insuficiência
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Índice
- 1. Sintomas
- 2. O que provoca?
- 3. Fatores e grupos de risco
- 4. Tratamento
- 5. Prognóstico
A doença de Addison, ou insuficiência adrenal primária, ocorre quando as glândulas suprarrenais não produzem hormonas em quantidade suficiente, como cortisol e aldosterona.
Esta doença rara deve o seu nome a Thomas Addison, o qual a descreveu pela primeira vez em 1855.
Sem tratamento, esta condição pode ser fatal.
Sintomas
Geralmente, os sintomas da doença de Addison manifestam-se lentamente, muitas vezes ao longo de meses. No entanto, o stress físico, como uma doença ou lesão, pode fazer com que os sintomas piorem rapidamente.
Os sintomas iniciais podem consistir em:
- Fadiga;
- Desidratação;
- Perda de peso;
- Dor abdominal;
- Hiperpigmentação;
- Diarreia ou vómito;
- Sudorese (suor excessivo), devido à baixa taxa de açúcar no sangue;
- Tontura ou desmaio ao ficar de pé, após sentar ou deitar;
- Cãibras musculares, fraqueza, dor generalizada ou dor nas articulações.
Os primeiros sintomas da insuficiência adrenal também podem afetar as emoções, os desejos e a saúde mental.
Esses sintomas podem incluir depressão, desejo por sal e mudanças de humor. Mulheres com doença de Addison também podem ter menstruação irregular, perda de pelos no corpo e diminuição do desejo sexual.

Complicações
Às vezes, os sintomas de Addison pioram rapidamente. Quando isso ocorre, trata-se de uma emergência conhecida como crise adrenal ou insuficiência adrenal aguda.
Sem tratamento, uma crise adrenal pode levar à morte. Procure ajuda médica imediatamente se tiver síndrome de Addison e apresentar qualquer um dos seguintes sintomas:
- Febre;
- Fraqueza extrema;
- Confusão ou menor consciência do ambiente;
- Diarreia e vómitos intensos, potencialmente levando à desidratação;
- Dor repentina e intensa na parte inferior das costas, barriga ou pernas;
- Perda de consciência.
O que provoca insuficiência adrenal?
A causa mais comum da doença é uma resposta autoimune, que ocorre quando o sistema imunitário ataca tecidos saudáveis por um motivo desconhecido. Aproximadamente, 75% dos casos de Addison devem-se a esta causa.
O sistema imunitário ataca a parte externa das glândulas suprarrenais, que produzem cortisol e aldosterona.
Geralmente, os sintomas não se desenvolvem até que 90% do córtex adrenal tenha sido danificado. Isso pode levar meses ou anos.
Outras causas menos comuns da doença incluem:
- Hemorragia nas glândulas suprarrenais;
- Remoção cirúrgica das glândulas suprarrenais;
- Quando células malignas de outra parte do corpo invadem as glândulas suprarrenais;
- Infeções repetidas, incluindo infeções relacionadas com o VIH/SIDA e infeções fúngicas;
- Amiloidose, uma condição na qual proteínas amiloides se acumulam em órgãos vitais.
Relacionada com a doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal primária, encontra-se a insuficiência adrenal secundária, sendo que essas condições têm causas diferentes.
Diferenças entre Addison e insuficiência adrenal secundária
A insuficiência adrenal primária, ou Addison, ocorre quando as glândulas suprarrenais são danificadas e não produzem hormonas em quantidade suficiente, nomeadamente cortisol e aldosterona.
Mais comum do que a síndrome de Addison, a insuficiência adrenal secundária ocorre quando a glândula pituitária não produz a hormona ACTH em quantidade suficiente.
Como resultado, as glândulas suprarrenais não produzem cortisol suficiente. Os sintomas são os mesmos de uma crise de Addison, incluindo fadiga, fraqueza e perda de peso.
Fatores e grupos de risco
A doença de Addison pode afetar pessoas de todas as faixas etárias, mas é mais comum em indivíduos com idades compreendidas entre os 30 e os 50.
A maioria das pessoas com essa condição não tem nenhum fator que as coloque em maior risco de desenvolver a doença.
No entanto, há circunstâncias que podem aumentar o risco de insuficiência adrenal, nomeadamente:
- Lesão cerebral traumática;
- Histórico de doença ou cirurgia que afeta a glândula pituitária ou as glândulas suprarrenais;
- Alterações genéticas que afetam a glândula pituitária ou as glândulas suprarrenais;
- Outras condições autoimunes, como hipotiroidismo, diabetes tipo 1, anemia perniciosa, doença de Graves, tiroide crónica, dermatite herpetiforme, vitiligo e miastenia grave.
Há relação entre síndrome de Cushing e Addison?
A relação entre Cushing e Addison é antagónica.
Enquanto a doença de Addison acontece quando o corpo não tem cortisol suficiente, a doença de Cushing é causada pelo excesso de cortisol.
O cortisol ajuda o organismo a responder ao stress e desempenha muitos outros papéis fundamentais, como reduzir a inflamação, controlar a pressão arterial e contribuir para o correto funcionamento do coração e dos vasos sanguíneos.

Tratamento
A doença é tratada pela substituição das hormonas ausentes, cortisol e aldosterona, por versões sintéticas. O cortisol é substituído pelo medicamento hidrocortisona e a aldosterona pelo fludrocortisona.
As dosagens são diferentes para cada pessoa. O médico pode aumentar a dosagem se o paciente passar por uma infeção, trauma, cirurgia e outras situações stressantes, para evitar uma crise adrenal aguda.
No caso de uma pessoa grávida com insuficiência adrenal, a dosagem de medicamento em vigor antes da gestação mantém-se.
Se as náuseas e vómitos no início da gravidez dificultarem a ingestão de medicamentos por via oral, podem ser necessárias injeções de corticosteroides.
Durante o parto, o tratamento é semelhante ao de pessoas que necessitam de cirurgia. Após o parto, a dosagem é reduzida lentamente e a pessoa regressa à dose normal cerca de 10 dias após o nascimento do bebé.
Prognóstico
Até 50% das pessoas com doença de Addison desenvolvem outra condição autoimune, mas, geralmente, o prognóstico é positivo.
Embora as pessoas com esta condição necessitem de medicação para o resto da vida, podem viver vidas normais e saudáveis.
No entanto, as dosagens desses medicamentos necessitam de ser monitorizadas pela equipa médica, para evitar tratamento excessivo ou insuficiente.
O tratamento excessivo com hidrocortisona pode resultar em obesidade, diabetes tipo 2 e osteoporose, enquanto o tratamento excessivo com fludrocortisona pode causar pressão arterial alta.