
Sabe o que é a espondilose e como aliviar os sintomas?
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Índice
- 1. O que é a espondilose e como acontece este desgaste na coluna
- 2. Quais os sinais de alerta da espondilose?
- 3. Como é feito o diagnóstico?
- 4. É possível tratar a espondilose?
- 5. Gerir a espondilose no dia a dia
Já ouviu falar ou sabe o que é a espondilose? Trata-se de um termo médico que designa o desgaste progressivo das estruturas da coluna vertebral. É uma condição degenerativa, associada ao envelhecimento natural do corpo, embora também possa ser acelerada por determinados hábitos e doenças.
Pode afetar diferentes regiões da coluna, como lombar, cervical ou dorsal. A maioria das pessoas é assintomática. No entanto, quando surgem queixas, estas costumam traduzir-se em dor nas costas, pescoço e, por vezes, limitação de movimentos ou formigueiros nos membros.
Continue a ler e conheça os sinais a que deve estar atento, que tipos de espondilose existem, como é feito o diagnóstico, quais os tratamentos disponíveis e que medidas podem ajudar a evitar o agravamento.
O que é a espondilose e como acontece este desgaste na coluna
Espondilose é um termo genérico que descreve a degeneração dos discos intervertebrais e articulações da coluna, frequentemente acompanhada pelo desenvolvimento de osteófitos, vulgarmente conhecidos como "bicos de papagaio". Este desgaste é mais comum a partir dos 40 ou 50 anos e tende a agravar-se com a idade.
Não se trata de uma doença com uma única causa ou manifestação, mas sim de um processo degenerativo que pode afetar qualquer zona da coluna:
- Espondilose cervical: afeta a zona do pescoço;
- Espondilose lombar: afeta a zona inferior das costas;
- Espondilose dorsal: afeta a parte média da coluna, embora seja menos comum.
Com o envelhecimento, os discos intervertebrais perdem hidratação e elasticidade, ficando mais finos e menos eficazes a absorver o impacto entre as vértebras. Esta alteração aumenta o atrito entre os ossos, levando à formação de osteófitos e à rigidez das articulações facetárias.
Além disso, as estruturas da coluna vão ficando mais frágeis, o que pode resultar em:
- Desalinhamento vertebral (espondilolistese);
- Compressão de nervos ou da medula;
- Inflamação crónica das articulações da coluna.
A espondilose afeta igualmente homens e mulheres. Fatores de risco como má postura, excesso de peso, sedentarismo, lesões anteriores ou trabalho físico intenso podem acelerar este processo.
Quais os sinais de alerta da espondilose?
Agora que já sabemos o que é a espondilose, é importante perceber de que forma se manifesta.
A maioria das pessoas com espondilose não apresenta sintomas. No entanto, quando estes surgem, variam consoante a zona da coluna afetada.
Os sintomas mais comuns da espondilose lombar são:
- Dor persistente na zona lombar;
- Rigidez matinal ou após períodos de inatividade;
- Dor que piora com a atividade e alivia com o repouso;
- Dormência ou formigueiro nas pernas, se houver compressão nervosa.
Na espondilose cervical, os principais sintomas incluem:
- Dor no pescoço que pode irradiar para os ombros e braços;
- Dificuldade em virar a cabeça;
- Cefaleias (dores de cabeça) tensionais;
- Formigueiro ou fraqueza nos braços e mãos;
- Casos mais graves podem envolver compressão da medula espinal (mielopatia cervical).
A espondilose dorsal é menos frequente, mas pode causar:
- Dor intercostal ou torácica;
- Sensação de aperto ou pressão no peito (raro).
Em casos mais graves, especialmente quando há compressão medular, podem ocorrer dificuldades de coordenação, perda de força muscular e alterações na marcha.
Sinais de gravidade incluem dor noturna, perda de peso inexplicável, febre, sinais neurológicos progressivos (fraqueza, atrofia, alterações sensoriais), suspeita de compressão medular. Estes casos exigem avaliação médica urgente.

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da espondilose começa com uma observação clínica detalhada, incluindo o histórico de sintomas e exame físico. O médico pode solicitar exames complementares como:
- Radiografias da coluna para avaliar alterações ósseas e presença de osteófitos;
- Ressonância magnética (RM), ideal para visualizar os discos e tecidos moles, além de detetar compressões nervosas;
- Tomografia computorizada (TAC), usada em casos mais específicos ou quando a RM não é possível.
Estes exames ajudam a identificar o tipo, localização e gravidade da espondilose. Podem, ainda, ser realizados testes neurológicos, sobretudo se houver suspeita de compressão nervosa ou medular.
É possível tratar a espondilose?
A espondilose não tem cura. Contudo, existem tratamentos para aliviar os sintomas, melhorar a mobilidade e evitar o agravamento da condição. O plano terapêutico pode abranger:
- Fisioterapia com exercícios personalizados para fortalecer a musculatura de suporte da coluna e melhorar a postura;
- Medicação analgésica, anti-inflamatória e relaxantes musculares, usada em períodos de dor aguda;
- Aplicação de calor ou frio local para aliviar a rigidez e o desconforto;
- Técnicas de tração cervical ou lombar, quando indicado;
- Injeções de corticoides em situações de dor intensa causada por inflamação.
Nos casos em que há compressão significativa da medula ou nervos, ou quando os sintomas não melhoram com tratamento conservador, pode ser indicada cirurgia, como descompressão ou fusão vertebral.
Gerir a espondilose no dia a dia
Saber o que é a espondilose e como se manifesta permite agir precocemente e minimizar o impacto na qualidade de vida.
Embora seja uma condição crónica, pode ser bem controlada com uma abordagem multidisciplinar e cuidados diários com o corpo.
Adotar um estilo de vida ativo, com foco na prevenção e no alívio da dor, é essencial para manter a autonomia.
Em caso de sintomas persistentes ou incapacitantes, fale com o seu médico para definir o plano terapêutico mais adequado.

Como prevenir a espondilose?
O envelhecimento é inevitável, mas há várias estratégias que ajudam a prevenir ou atrasar o desenvolvimento da espondilose e minimizar os seus sintomas:
- Praticar exercício físico regularmente com foco no fortalecimento dos músculos abdominais e dorsais;
- Adotar uma boa postura no trabalho e no dia a dia, especialmente se passa muitas horas sentado;
- Evitar o excesso de peso que sobrecarrega a coluna lombar;
- Levantar objetos corretamente, dobrando os joelhos em vez da coluna;
- Evitar o tabagismo, que acelera a degeneração dos discos;
- Controlar doenças crónicas, como a diabetes ou a osteoporose, que podem afetar a saúde da coluna.
A vigilância médica regular, especialmente em pessoas com histórico familiar de problemas osteoarticulares, também é importante.