homem com delírio

Delírio: quando a realidade fica deturpada

6 mins. leitura

Índice

  1. 1. Tipos de transtorno
  2. 2. Exemplos de Delirio
  3. 3. Sintomas
  4. 4. Causas
  5. 5. Tratamento

O delírio, do latim delirium, é um tipo de confusão mental que afeta a capacidade de uma pessoa focar a sua atenção e a sua consciência.

Esse estado acontece quando há uma interrupção generalizada na atividade cerebral, normalmente devido a uma junção de fatores.

O delirium, caraterizado como uma condição comum, pode surgir em cerca de 80% das pessoas que estejam em instalações de cuidados a longo prazo e até um terço de pacientes internados em hospitais.

Geralmente, pessoas com transtorno delirante agem de forma muito diferente do que em circunstâncias normais.


Principais tipos de transtorno delirante

Os principais tipos de delírios incluem o hiperativo, hipoativo e misto.

O delírio hipoativo e o misto são os mais comuns entre as pessoas mais velhas, incluindo com demência.

Passamos a caraterizar cada um destes tipos de delírio.


Delirium hiperativo

Este pode ser o tipo mais fácil de reconhecer. Pessoas com este tipo de delírio podem ficar inquietas, ansiosas, ter mudanças rápidas de humor ou ver coisas que não existem, um fenómeno designado por alucinação.

O delírio e alucinação não são o mesmo. O delirium é uma crença firmemente mantida apesar da realidade, enquanto a alucinação é uma perceção sensorial sem estímulo externo real.

Por último, é frequente que uma pessoa com delirium hiperativo resista a cuidados médicos.


Delirium hipoativo

Pessoas com delirium hipoativo podem ser inativas, ter atividade reduzida, ser lentas ou sonolentas.

No fundo, podem parecer atordoadas. Uma pessoa com este tipo não interage com os familiares nem com outras pessoas.


Delirium misto

O delirium misto, como o próprio nome indica, envolve ambos os tipos de delírios mencionados anteriormente.

Isso significa que a pessoa pode alternar rapidamente entre inquietação e lentidão.


Exemplos de delírios

Um episódio delirante pode envolver diferentes manifestações, como:

  • Alucinações: a pessoa vê ou ouve algo que não é real.
  • Paranoia: a pessoa acredita firmemente em coisas que não são verdadeiras.

Alguns exemplos de delírios incluem:

  • Delírio de perseguição: a pessoa tem uma ideia fixa, sem base na realidade. Por exemplo, temer que alguém esteja a tentar prejudicá-la.
  • Delírio de grandeza: a pessoa tem uma sensação exagerada de superioridade. Na sua mente, possui valor, poder e conhecimento profundo.
  • Delírio de ciúme: caraterizado pela interpretação errónea de uma situação. A pessoa fixa-se na ideia de que alguém próximo lhe é infiel.
  • Somatização: a pessoa acredita fortemente ter alguma condição médica ou deformação física.
  • Erotomania: o paciente tem a profunda convicção de que outra pessoa está apaixonada por ele.

mulher a sentir-se confusa

Sintomas

Geralmente, os sintomas de delírio surgem ao longo de algumas horas ou alguns dias e podem ocorrer com um problema médico.

Os sintomas podem aparecer e desaparecer durante o dia, mas também pode haver períodos sem sinais de delirium. Há uma tendência para piorar à noite, uma vez que tudo parece menos familiar, devido à escuridão.

Além disso, os sintomas podem ser piores em ambientes desconhecidos, como hospitais.

Conheça, a seguir, os sintomas primários que podem afetar a saúde mental de uma pessoa com esta disfunção mental.


Menor perceção do ambiente

Um dos sintomas primários do transtorno delirante é a perceção reduzida do que rodeia a pessoa, o que pode resultar em:

  • Dificuldades em manter-se num tema de conversa ou mudar de assunto;
  • Pouca ou nenhuma atividade, ou pouca resposta ao que a rodeia;
  • Foco numa ideia em vez de responder a perguntas;
  • Facilidade de distração.

Pensamentos confusos

A capacidade de pensar normalmente também pode ficar afetada, o que se traduz em sintomas como:

  • Memória fraca, como esquecer eventos recentes;
  • Dificuldades em falar ou em lembrar palavras;
  • Não saber onde está ou quem é;
  • Dificuldades em ler ou escrever;
  • Dificuldades em entender o que se diz;
  • Expressar-se de forma confusa ou sem sentido.

Mudanças emocionais e comportamentais

As mudanças emocionais e de comportamento podem incluir:

  • Estar quieto e retraído, especialmente em pessoas mais velhas;
  • Ansiedade, medo ou desconfiança dos outros;
  • Estar inquieto, ansioso ou defensivo;
  • Gritar, gemer ou fazer outros sons;
  • Raiva ou temperamento explosivo;
  • Mudanças nos hábitos de sono;
  • Movimento lento ou ser lento;
  • Mudanças rápidas de humor;
  • Mudanças de personalidade;
  • Falta de interesse e emoção;
  • Sensação de euforia;
  • Alucinação;
  • Depressão.

confusão mental representada em cartões

Causas

Qualquer pessoa pode ter delírios quando está extremamente doente ou sob o efeito de drogas, ou medicamentos, que afetam a função cerebral.

Entre as causas possíveis, incluem-se:

  • Cirurgia ou outro procedimento médico que exija que a pessoa seja colocada num estado semelhante ao sono;
  • Condições médicas como AVC, ataque cardíaco, agravamento de doença pulmonar ou hepática, ou lesão por queda;
  • Exposição a toxinas, como monóxido de carbono, cianeto ou outros venenos;
  • Desequilíbrios corporais, como baixo teor de sódio ou de cálcio;
  • Certos medicamentos ou efeitos laterais de medicamentos;
  • Falta de sono ou sofrimento emocional grave;
  • Uso ou abstinência de álcool, ou drogas;
  • Má nutrição ou perda de fluido corporal;
  • Dor.

Alguns medicamentos, tomados individualmente ou em conjunto com outros, podem desencadear delírio. Isso inclui medicamentos que tratam:

  • Dor;
  • Asma;
  • Inchaço;
  • Alergias;
  • Problemas de sono;
  • Doença de Parkinson;
  • Espasmos ou convulsões;
  • Transtornos de humor, como ansiedade e depressão.

Às vezes, não é possível identificar a causa.


Existe relação entre o delírio e a demência?

Ter delírios pode acontecer mais facilmente em pessoas que têm uma condição existente que afeta as funções cerebrais, como a demência.

Todas as doenças cerebrais degenerativas e relacionadas com a idade podem contribuir para o delirium ou torná-lo provável de acontecer.

No entanto, delirium não é o mesmo que demência, embora possam ter sintomas semelhantes. Da mesma forma, episódios delirantes nem sempre significam que uma pessoa tem demência.

Por exemplo, há estudos que indicam que pessoas com transtorno bipolar parecem ter um maior risco de desenvolver transtornos delirantes, independentemente dos medicamentos usados no tratamento.

Essa descoberta pode refletir uma predisposição inerente ao delirium entre esses pacientes. Contudo, a combinação de medicamentos usados no tratamento dessa condição pode ser um fator de risco.


Tratamento

Não há tratamento ou medicação específica para o transtorno delirante. O objetivo do tratamento é determinar a causa do delírio para pará-lo ou revertê-lo. Isso pode incluir:

  • Fluidos e nutrição, que devem ser administrados cuidadosamente porque o paciente pode não querer ou ser fisicamente incapaz de manter uma ingestão equilibrada;
  • Técnicas de reorientação ou dicas de memória, como relógios, calendário e fotos de família;
  • Terapia de suporte e tratamento farmacológico;
  • Ambiente estável, silencioso e bem iluminado.

Para o paciente com suspeita de toxicidade alcoólica ou abstinência de álcool, o tratamento deve incluir multivitamínicos.

Já delírios que causem lesões ao paciente ou a outras pessoas devem ser tratados com medicamentos, sendo que os mais comuns são os antipsicóticos.


Prevenção

A melhor maneira de prevenir um episódio delirante é perceber os fatores de risco que podem desencadeá-lo. A maioria das medidas de prevenção deve ser efetuada pela equipa médica.

No entanto, amigos e familiares podem desempenhar um papel importante na redução do risco de transtorno delirante. Para isso, é essencial seguir a orientação de profissionais para proteger tanto o paciente como quem tenta ajudar.

Os ambientes hospitalares são um desafio, uma vez que o internamento geralmente envolve troca de quarto, procedimentos invasivos, ruídos altos e iluminação insuficiente. A falta de luz natural e a falta de sono podem piorar a confusão.


Prognóstico

A maioria das pessoas com delírio recupera totalmente se a causa for identificada e tratada de imediato.

Em casos mais graves, a condição evolui gradualmente para uma disfunção crónica do cérebro, semelhante à demência. Pode causar incapacidade ou aumentar significativamente o risco de morte devido aos episódios delirantes.

Além disso, os pacientes hospitalizados com delirium são mais propensos a complicações durante a sua estadia do que os que não o têm.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

Encontre aqui profissionais de saúde perto de si.

Contribua com sugestões de melhoria através do nosso formulário online.

Este artigo foi útil?

Obrigado pelo seu feedback.

Partilhe este artigo:

Obrigado pela sua preferência.

Irá receber no seu email as melhores dicas de Saúde e Bem-estar.
Pode em qualquer momento alterar ou retirar o(s) consentimento(s) prestado(s).

Receba as melhores dicas
de Saúde e Bem-estar

Precisamos do seu consentimento para envio de mais informação.

Encontre o melhor
Prestador Medicare perto de si

Código Postal inválido

Pesquise entre os mais de 17 500 Prestadores
da Rede de Saúde Medicare.

1 presente à escolha

ADESÃO ONLINE Presente à escolha

Aderir Online
Cartão Platinium Mais Vida
Quer aderir? Ligamos grátis! Esclareça as suas dúvidas com a nossa
equipa, sem compromisso.
Precisamos do seu consentimento para envio de mais informação.
Formulário enviado Obrigado pelo seu contacto. Será contactado em breve pela nossa equipa de especialistas.
Política de Privacidade