
Tem plaquetas baixas? O que significa e como tratar
• 3 mins. leitura
Índice
- 1. O que significa
- 2. Sintomas
- 3. Diagnóstico
- 4. Cuidados a ter
A trombocitopenia ocorre quando há uma contagem de plaquetas baixas. Estas células do sangue, também chamadas trombócitos, desempenham um papel essencial na coagulação, ajudando a estancar hemorragias. Quando os valores estão abaixo do normal, podem surgir sintomas preocupantes e complicações.
Quer saber mais sobre esta condição e o que pode fazer? Continue a ler.

O que significa ter plaquetas baixas?
Uma contagem baixa de plaquetas significa que o número destas células no sangue está abaixo do intervalo considerado normal, que varia entre 150.000 e 450.000 por microlitro de sangue. Esta condição, chamada trombocitopenia, pode ser leve, moderada ou grave, consoante a diminuição verificada do número de plaquetas.
A condição pode afetar tanto crianças quanto adultos. Além disso, uma pequena percentagem de gestantes pode desenvolver trombocitopenia leve antes do parto.
A trombocitopenia pode ser temporária ou crónica, podendo ocorrer devido a diferentes fatores, como doenças autoimunes, infeções, efeitos secundários de medicamentos ou condições que afetem a medula óssea, onde são produzidas as plaquetas.
Em casos graves, pode aumentar o risco de hemorragias internas e outras complicações sérias.
Quais os sintomas?
Os sintomas de plaquetas baixas variam consoante a gravidade do quadro. Algumas pessoas não apresentam nenhum sintoma, enquanto outras podem manifestar sinais como:
- Hemorragias frequentes ou prolongadas, incluindo sangramento nasal, gengival ou hemorragias menstruais intensas.
- Hematomas fáceis e extensos sem causa aparente.
- Pequenas manchas vermelhas na pele (petéquias), sobretudo nas pernas e pés, que não desaparecem com pressão.
- Púrpura, manchas vermelhas, roxas ou acastanhadas causadas por hemorragias sob a pele.
- Sangue na urina, fezes ou vómito, podendo apresentar-se como sangue visível ou uma coloração escura e alcatroada.
- Fadiga e fraqueza, que podem estar associadas a outras condições subjacentes.
- Baço aumentado, quando este retém um número anormal de plaquetas, reduzindo a sua presença na circulação sanguínea.
Na maioria dos casos ligeiros, a trombocitopenia não apresenta sintomas, sendo detetada apenas em análises de rotina. No entanto, se notar episódios de sangramento anormal ou manchas na pele sem motivo aparente, é essencial consultar um médico para uma avaliação detalhada.
O que pode causar plaquetas baixas?
A trombocitopenia pode ser causada por produção insuficiente de plaquetas na medula óssea, destruição acelerada ou retenção excessiva no baço.
As principais causas incluem:
- Doenças autoimunes, como púrpura trombocitopénica imune, Lúpus e artrite reumatoide.
- Infeções virais, como dengue, hepatite C e VIH.
- Anemia aplástica, que compromete a produção de células sanguíneas.
- Cancros do sangue, como leucemia e linfoma.
- Efeitos secundários de medicamentos, incluindo quimioterapia, antibióticos, anti-inflamatórios e heparina.
- Deficiências nutricionais, como falta de vitamina B12, ferro ou ácido fólico.
- Consumo excessivo de álcool, que interfere na produção de plaquetas.
- Doenças hepáticas, como cirrose, que podem causar hiperesplenismo (aumento do baço e destruição excessiva de plaquetas).
- Síndromes raras, como púrpura trombocitopénica trombótica e síndrome hemolítico-urémico, que levam à formação anormal de coágulos.
- Gravidez, podendo causar uma trombocitopenia ligeira e transitória.
- Bacteremia, infeção grave no sangue que pode destruir plaquetas.
Outros fatores de risco:
- Exposição a substâncias tóxicas, como pesticidas, arsénio e benzeno, que podem afetar a produção de plaquetas.
- Cirurgia e dispositivos médicos, como válvulas cardíacas artificiais, que podem destruir plaquetas mecanicamente.
- História familiar, pois algumas formas de trombocitopenia podem ser hereditárias.
A identificação da causa específica da trombocitopenia é essencial para um tratamento adequado.
Quais as complicações?
Quando as plaquetas estão muito baixas, o risco de hemorragias graves aumenta. Algumas das possíveis complicações incluem:
- Hemorragias internas, que podem afetar o trato gastrointestinal ou o cérebro, representando risco de vida. A trombocitopenia grave pode causar hemorragias cerebrais espontâneas, especialmente quando a contagem de plaquetas está abaixo de 10.000 por microlitro.
- Dificuldade na cicatrização, com cortes e feridas a demorarem mais tempo a sarar.
- Anemia, resultante da perda contínua de sangue, o que pode reduzir os glóbulos vermelhos e causar fadiga e fraqueza.
- Hemorragias espontâneas, que podem ocorrer sem qualquer lesão visível, afetando gengivas, olhos, bexiga ou outros órgãos.
- Acidente vascular cerebral (AVC) e enfarte do miocárdio, embora raros, podem ocorrer devido a desequilíbrios na coagulação, aumentando o risco de coágulos sanguíneos.
Sem tratamento adequado e acompanhamento médico, a trombocitopenia pode ser fatal.

Como é feito o diagnóstico e tratamento de plaquetas baixas?
O diagnóstico da trombocitopenia é feito mediante exames de sangue. O principal é o hemograma completo, já que permite medir o número de plaquetas na corrente sanguínea.
Também podem ser realizados outros exames, como o esfregaço de sangue, testes de coagulação e, em alguns casos, uma biópsia da medula óssea para avaliar a produção de plaquetas.
O médico também poderá fazer um exame físico e analisar o historial clínico do paciente, procurando sinais de hemorragias ou aumento do baço, e questionar sobre medicamentos e doenças recentes.
O tratamento das plaquetas baixas depende da causa e gravidade. Em casos ligeiros, pode não ser necessário qualquer tratamento. Quando a contagem de plaquetas está muito baixa ou há risco de hemorragias, podem ser utilizados os seguintes tratamentos:
- Medicamentos, como corticosteroides para reduzir a destruição das plaquetas pelo sistema imunitário ou agonistas do recetor da trombopoietina para estimular a sua produção.
- Transfusões de plaquetas, em situações de emergência ou quando há hemorragias significativas.
- Suspensão de medicamentos que possam estar a causar a trombocitopenia.
- Tratamento da doença subjacente, como infeções ou condições autoimunes.
- Esplenectomia (remoção do baço), em casos mais graves onde o baço esteja a reter número elevado de plaquetas.
Cada caso deve ser avaliado individualmente por um médico, para determinar a melhor abordagem terapêutica.
Que cuidados ter?
Se tem trombocitopenia, é importante adotar alguns cuidados para reduzir o risco de hemorragias e complicações. Eis algumas recomendações essenciais:
- Evite atividades de risco. Desportos de contacto, como boxe, futebol e artes marciais, aumentam o risco de lesões e hemorragias. Consulte o seu médico para saber quais as atividades físicas seguras para si.
- Tenha atenção aos medicamentos. Alguns fármacos, como a aspirina, o ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroides (AINE), podem dificultar a coagulação do sangue. Fale com o seu médico antes de tomar qualquer medicamento de venda livre, suplemento ou remédio natural.
- Modere o consumo de álcool. O álcool pode afetar a produção de plaquetas. Pergunte ao seu médico qual a quantidade segura para si.
- Mantenha uma boa higiene oral. Utilize uma escova de dentes macia para evitar sangramento das gengivas e reduza a necessidade de procedimentos dentários invasivos.
- Adote um estilo de vida saudável. Se fuma, pare. Fumar pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos. Uma alimentação equilibrada, rica em ferro, vitamina B12 e ácido fólico, pode ajudar a manter a saúde do sangue.
- Tome precauções no dia a dia. Use sempre o cinto de segurança no carro e luvas ao manusear objetos cortantes para evitar ferimentos.
- Esteja atento a sinais de hemorragia. Se notar sintomas como hematomas frequentes, sangramento prolongado ou hemorragias inesperadas, informe o seu médico de imediato.
O acompanhamento médico regular é fundamental para monitorizar os níveis de plaquetas e ajustar o tratamento, se necessário. Seguir estas recomendações pode ajudá-lo a levar uma vida mais segura e equilibrada.
Perguntas frequentes
Quanto tempo é necessário para os valores subirem?
O que é o índice de dispersão plaquetária?
O que comer quando se tem plaquetas baixas?
A alimentação pode ter um papel importante na recuperação. Deve incluir:
- Alimentos ricos em ferro(espinafres, lentilhas, carne vermelha magra);
- Fontes de vitamina B12 (ovos, peixe, laticínios);
- Alimentos ricos em ácido fólico (feijão, espargos, laranjas);
- Fruta e vegetais com antioxidantes(frutos vermelhos, cenouras, brócolos).
Ter plaquetas baixas pode ser preocupante, mas, com um diagnóstico correto e um acompanhamento médico adequado, é possível controlar a condição e evitar complicações.
Se apresenta sintomas ou tem dúvidas sobre os seus níveis de plaquetas, consulte um especialista para uma avaliação detalhada.