rapariga a ingerir um pequeno pedaço de pepino

Perturbações alimentares: o que são e como detetá-las

5 mins. leitura

Indíce
  1. 1. O que são?
  2. 2. Principais Sintomas
  3. 3. Perturbações mais comuns
  4. 4. Diagnóstico e Tratamento
  5. 5. Prevenção

As perturbações alimentares têm, nos últimos anos, gerado bastante preocupação, devido à sua prevalência e impacto negativo na sociedade.

São condições de saúde mental complexas que afetam a relação da pessoa com a comida, peso e imagem corporal. Podem ter consequências graves se não forem identificadas e tratadas a tempo.

Neste artigo, vamos explicar o que são as perturbações alimentares, quais os tipos mais comuns e como detetá-las precocemente.


O que são perturbações alimentares?

As perturbações alimentares são distúrbios psicológicos que envolvem padrões de comportamento alimentar disfuncional e preocupações excessivas com a imagem corporal e o peso.

Estas condições podem levar a uma variedade de consequências negativas para a saúde física, emocional e social. Podem, ainda, resultar em morte se não forem tratadas.

São vistas como um problema de saúde pública, por atingirem milhões de pessoas globalmente. Embora possa afetar mulheres e homens de qualquer idade, é mais frequente em adolescentes e jovens adultos do sexo feminino.

A maioria das pessoas com perturbações do comportamento alimentar não reconhece que tem um problema de saúde.

Algumas das perturbações alimentares mais comuns incluem a anorexia nervosa, bulimia nervosa e ingestão alimentar compulsiva.


balança e mulher sentada no chão

Principais sintomas

Identificar precocemente uma perturbação alimentar é fundamental para prevenir complicações de saúde e proporcionar tratamento adequado. Estas são algumas pistas comportamentais e físicas que podem indicar um problema desta ordem:

  • Preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal;
  • Evitar eventos ou encontros sociais sempre que há comida envolvida;
  • Comer muito pouco;
  • Tomar laxantes depois de comer;
  • Praticar exercício físico em excesso;
  • Restrição severa de alimentos, como evitar certos grupos alimentares ou adotar padrões alimentares extremos;
  • Sensação de frio, cansaço ou tontura;
  • Dores, formigueiro ou dormência nos braços e nas pernas;
  • Sensação de batimentos cardíacos acelerados, desmaio ou sensação de desmaio;
  • Problemas digestivos, como inchaço, prisão de ventre ou diarreia;
  • Flutuações de peso inexplicáveis;
  • Ausência de menstruação (amenorreia) ou ciclos menstruais irregulares.

Também podem ocorrer mudanças emocionais, como depressão, ansiedade e irritabilidade.


Perturbações alimentares mais comuns

As perturbações alimentares estão muitas vezes ligadas a outros distúrbios como depressão, ansiedade, pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e abuso de álcool ou drogas. A hereditariedade pode desempenhar um papel no surgimento desses distúrbios, mas estes também afetam pessoas sem histórico familiar.

Conheça, a seguir, as perturbações do comportamento alimentar mais comuns.


Anorexia nervosa

As pessoas com anorexia nervosa têm um medo exagerado de engordar, o que as leva a restringir drasticamente a ingestão de alimentos, resultando em emagrecimento extremo e problemas de saúde graves. Isto acontece porque têm uma perceção distorcida do próprio corpo, isto é, pensam que têm peso a mais, mesmo estando muito magras.

Desenvolve-se, normalmente, durante a adolescência e afeta mais mulheres do que homens.

A anorexia nervosa pode causar infertilidade, enfraquecimento de ossos, cabelos e unhas. Em casos graves, pode provocar insuficiência cardíaca, falência múltipla de órgãos e morte.


Bulimia nervosa

Indivíduos com bulimia nervosa tendem a consumir grandes quantidades de alimentos num curto período de tempo.

Após estes episódios de compulsão alimentar, tentam compensar por meio da purgação, recorrendo à autoindução do vómito, ao jejum, ao uso excessivo de laxantes ou ao exercício físico intenso.

Também se desenvolve durante a adolescência, afetando mais mulheres que homens. As principais complicações envolvem garganta inflamada, glândulas salivares inchadas, erosão dentária, cáries, problemas gástricos e intestinais, desidratação grave e distúrbios hormonais.

Em casos mais críticos, pode causar desequilíbrios nos níveis de eletrólitos, insuficiência renal, problemas cardíacos, entre outros.

homem a ingerir uma grande quantidade de esparguete

Ingestão alimentar compulsiva

A ingestão alimentar compulsiva é caraterizada por episódios regulares de consumo excessivo de alimentos. Durante estes momentos, a pessoa perde o controlo sobre o que está a comer e só deixa de comer quando se sente completamente saciada.

Ao contrário da bulimia, estes episódios não são seguidos por comportamentos purgativos como, por exemplo, a autoindução do vómito.

Por norma, esta perturbação desenvolve-se durante a adolescência, mas pode revelar-se mais tarde.

Geralmente, as pessoas com compulsão alimentar ingerem alimentos pobres em nutrientes. Isto pode aumentar o risco de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.


Outras perturbações do comportamento alimentar

Além das perturbações alimentares mencionadas, existem outros distúrbios alimentares menos conhecidos, ou menos comuns, que se podem enquadrar nas seguintes categorias:

  • Distúrbio de purga: as pessoas adotam comportamentos de purga, como vómitos, uso de laxantes, diuréticos ou atividade física excessiva, para controlar o peso, mas não comem em excesso;
  • Síndrome de comer à noite: envolve a ingestão de grandes quantidades de alimentos durante a noite, após acordar do sono. Isto pode estar associado a sentimentos de angústia e culpa;
  • Outros transtornos alimentares não especificados: engloba qualquer outra perturbação com sintomas semelhantes aos de um distúrbio alimentar, mas que não se encaixa nas categorias anteriores. É o caso da ortorexia, que se carateriza por uma obsessão relativa à alimentação saudável, ao ponto de interferir com a vida diária. Por exemplo, podem ser eliminados grupos inteiros de alimentos com receio de que não sejam saudáveis. Isto pode causar desnutrição e uma perda significativa de peso, ainda que não seja esse o objetivo da pessoa. Quem sofre deste problema pode sentir dificuldade em comer fora de casa e angústia emocional.

Diagnóstico e tratamento

As pessoas com perturbações alimentares, por norma, não reconhecem que têm um problema de saúde e, por isso, recusam ajuda, dificultando desta forma o diagnóstico e tratamento.

No entanto, se não forem tratadas, as perturbações do comportamento alimentar podem levar a condições perigosas como desnutrição e risco de morte súbita, devido a problemas cardíacos.

Assim, se manifesta sintomas de uma perturbação alimentar ou conhece alguém que possa estar nessa situação, é importante procurar ajuda médica para apoio e orientação adequados. Com cuidados apropriados, é possível recuperar bons hábitos alimentares e voltar a ter uma vida saudável.

Os planos de tratamento são individualizados e envolvem, normalmente, uma abordagem multidisciplinar, que inclui psiquiatras, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais de saúde, se necessário.

As alternativas de tratamento abrangem a psicoterapia individual, em grupo ou familiar. Por exemplo, a terapia cognitivo-comportamental pode ser recomendada para ajudar a diminuir ou eliminar comportamentos como episódios de compulsão alimentar, purga e restrição alimentar.

Pode também ser indicado pelo médico a toma de medicamentos como antidepressivos, antipsicóticos ou estabilizadores de humor, para auxiliar no tratamento do distúrbio alimentar ou de outras condições que existam simultaneamente, como a depressão ou a ansiedade.

Há, ainda, a orientação nutricional que engloba consultas com um nutricionista para aprender sobre nutrição adequada e hábitos alimentares saudáveis.


É possível prevenir perturbações do comportamento alimentar?

Embora não se possa falar propriamente em prevenção, é importante detetar precocemente e corrigir comportamentos que possam eventualmente avançar para distúrbios alimentares.

Perante um comportamento alimentar prejudicial para a qualidade de vida da pessoa ou para a sua imagem, é fundamental procurar a orientação de um profissional de saúde para evitar, assim, a escalada do problema.

Além disso, ao lidar com crianças, é crucial promover hábitos alimentares saudáveis e desencorajar dietas, especialmente quando são demasiado restritivas.

As refeições em família são uma boa ocasião para transmitir os benefícios de uma alimentação saudável, bem como para falar dos riscos associados a uma dieta mal orientada.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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