Será que a terapia de luz vermelha funciona? Descubra agora
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A terapia de luz vermelha tem captado a atenção como um tratamento inovador, prometendo uma vasta gama de benefícios, desde a melhoria da pele e a redução da dor até ao crescimento de cabelo. Esta técnica não invasiva, que utiliza luz de baixa intensidade, atua diretamente nas células, estimulando a sua regeneração.
Mas será que a terapia de luz vermelha funciona para todas as condições a que se propõe? Embora a NASA a tenha utilizado inicialmente para cicatrização, a sua aplicação na área da beleza e saúde expandiu-se rapidamente, gerando um debate sobre a solidez das evidências científicas.
Neste artigo, vamos saber o que a ciência diz sobre a eficácia da luz vermelha para o envelhecimento da pele, acne, queda de cabelo e outras aplicações promissoras.
Como se processa a terapia da luz vermelha?
Inicialmente, a NASA começou a experimentar a terapia da luz vermelha no crescimento de plantas no espaço e, posteriormente, para ajudar no processo de cicatrização de feridas em astronautas. Foi assim que outros usos potenciais começaram a ser investigados.
Na fototerapia, a pele é exposta a uma lâmpada, dispositivo (LED) ou laser com luz vermelha. A luz vermelha penetra mais profundamente na pele do que a luz azul, o que faz com que as mitocôndrias a absorvam.
Ao contrário da luz usada para fins de bronzeamento, esta técnica de luz vermelha utiliza níveis muito baixos de calor e não danifica nem queima a pele.
Vejamos, a seguir, se existem evidências científicas que comprovem a sua utilidade e benefícios.
Está comprovada a eficácia da terapia de luz vermelha em doenças de pele?
Em termos clínicos, a terapia da luz vermelha é amplamente aceite na terapia fotodinâmica.
Nessa terapia, a luz laser vermelha de baixa potência é usada para ativar um medicamento fotossensibilizador, cuja interação origina uma reação química que destrói células.
Ou seja, a terapia fotodinâmica é usada para tratar algumas doenças de pele, incluindo psoríase e cancro da pele. Convém realçar que a luz vermelha, por si só, não destrói o cancro da pele.
Quando esta é aplicada a células da pele danificadas, como células cancerígenas, essas células morrem e permitem o crescimento de uma nova pele.
Embora sejam necessários mais estudos para comprovar a sua eficácia, há evidências robustas que sugerem o uso da terapia da luz vermelha para minimizar alguns efeitos colaterais do cancro, como linfedema, mucosite oral e dermatite por radiação.
É possível prevenir o envelhecimento da pele com esta terapia?
Segundo o que está documentado em vários estudos, a luz vermelha pode ter o potencial de melhorar as caraterísticas da pele através da estimulação da produção de colagénio, ajudando a melhorar a elasticidade da pele.
Um dos estudos constatou, após três meses de uso de uma máscara LED, uma melhoria na pele, incluindo a redução dos sinais visíveis de envelhecimento, como rugas, flacidez e manchas escuras.
A acne pode ser minimizada pelo uso de luz vermelha?
A terapia de luz vermelha funciona de forma diferente da terapia fotodinâmica, que usa luz azul para ativar a destruição de bactérias causadoras de acne e glândulas produtoras de sebo.
Esta técnica de luz vermelha estimula as respostas biológicas do organismo, promovendo a cicatrização e reduzindo a inflamação, sem causar destruição celular.
Num estudo prospetivo, pessoas com acne leve a grave fizeram uma série de seis tratamentos, a cada duas semanas, que resultou numa redução significativa na secreção de óleo da pele e numa melhoria significativa nas lesões causadas pela acne.
A luz vermelha potencia o crescimento de cabelo?
Os primeiros estudos sobre os efeitos da luz vermelha pretendiam avaliar se a exposição a esta luz poderia causar cancro da pele em ratos. No entanto, verificaram que os roedores que receberam tratamento com luz vermelha ficaram com mais pelos.
Estudos adicionais sugerem que esta terapia pode melhorar o crescimento capilar em pessoas com alopecia androgenética (um tipo de queda de cabelo).
A luz infravermelha próxima pode estimular os folículos capilares, estimulando o crescimento capilar e reduzindo a queda.
Por outro lado, estudos focados na perda capilar hereditária e hormonal indicam que, além do crescimento capilar ao longo do tempo, os tratamentos repetidos com luz vermelha também podem aumentar a espessura e o comprimento do cabelo.
Pode melhorar a função cognitiva?
Certas investigações defendem que a terapia de luz vermelha pode melhorar a função cognitiva e melhorar alguns sinais e sintomas clínicos em patologias como Alzheimer, Parkinson, depressão e trauma cerebral.
Já um estudo realizado em pessoas com demência leve a moderada demonstrou resultados positivos e sem nenhum efeito adverso significativo.
Porém, são necessários estudos adicionais para comprovar a eficácia da luz vermelha em doenças neurológicas.
E a dor crónica?
A terapia da luz vermelha pode ser útil para aliviar alguns tipos de dor, particularmente aquela causada por inflamação.
Uma revisão da literatura, que analisou a eficácia da fotobiomodulação na redução da dor crónica e aguda, demonstrou ter havido melhorias significativas na dor associada a algumas condições, nomeadamente:
Osteoartrite no joelho;
Dor lombar mecânica;
No entanto, em muitos casos, a dor crónica regressou semanas após a conclusão da terapia.
É seguro utilizar a terapia de luz vermelha?
Esta terapia é considerada segura e não está associada a efeitos secundários quando usada por um curto período e conforme as instruções. Não é tóxica e é menos invasiva do que outros tratamentos para a pele.
Porém, se for mal utilizada, há a possibilidade de causar danos à pele ou aos olhos.
Ainda não é conhecida a segurança a longo prazo dos dispositivos que utilizam terapia com luz vermelha.
Por isso, é recomendável consultar o dermatologista antes de iniciar qualquer tipo de terapia para identificar o problema em concreto e analisar as opções de tratamento disponíveis.