
Prolapso uterino: o que é, sintomas e como tratar
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Índice
- 1. Causas
- 2. Sintomas
- 3. Tratamento
- 4. Prevenção
O prolapso uterino pode afetar qualquer mulher, embora seja mais frequente após a menopausa e em mulheres que tiveram mais de um parto vaginal.
Ocorre quando os músculos e ligamentos do assoalho pélvico - responsáveis por sustentar o útero, a bexiga, o reto, a vagina e outros órgãos da região - ficam enfraquecidos ou danificados.
Quando essa estrutura de suporte falha, o útero pode descer (ou "prolapsar") em direção à vagina, podendo, nos casos mais graves, sair parcialmente pela abertura vaginal. Também outros órgãos pélvicos, como a bexiga ou o intestino, podem descer e provocar situações semelhantes.
Embora o prolapso não represente um risco direto para a vida, pode provocar dor, desconforto e limitações nas atividades do dia a dia. O impacto funcional é muitas vezes significativo, afetando a qualidade de vida da mulher, mesmo na ausência de complicações graves.
Causas do prolapso uterino
O parto vaginal e o envelhecimento são as causas mais associadas ao útero descaído. Mas podem ainda incluir:
- Excesso de peso;
- Tosse crónica ou bronquite;
- Levantar peso repetidamente;
- Obstipação crónica ou esforço para evacuar;
- Redução dos níveis de estrogénio após a menopausa;
- Perda de tónus muscular como resultado da menopausa;
- Dificuldades no trabalho de parto ou trauma durante o parto;
- Idade no primeiro parto: mulheres mais velhas correm um maior risco de lesões no assoalho pélvico em comparação com mulheres mais jovens.
Algumas condições de saúde também podem aumentar a probabilidade de prolapso vaginal, incluindo condições genéticas do tecido conjuntivo, como síndrome de Marfan, síndrome de Ehlers-Danlos e síndrome de hipermobilidade articular.
Fatores de risco
Há fatores que podem aumentar o risco de prolapso uterino, nomeadamente:
- Ter dado à luz um bebé grande;
- Ter tido um ou mais partos vaginais;
- Histórico familiar de tecido conjuntivo fraco;
- Cirurgia pélvica anterior;
- Envelhecimento;
- Menopausa;
- Obesidade;
- Fumar.
O risco de prolapso uterino na gravidez aumenta a cada parto, uma vez que tanto a gestação como o parto podem danificar os nervos, causando fraqueza muscular.
Mesmo que uma mulher nunca tenha estado grávida, as estruturas de sustentação na pélvis podem enfraquecer com o envelhecimento. Isto faz com que exista uma probabilidade maior de ocorrer o prolapso de órgãos pélvicos.

Complicações mais comuns
É frequente o prolapso do útero ocorrer com o prolapso de outros órgãos pélvicos, especificamente de dois tipos:
- O primeiro é o prolapso anterior, que resulta da fragilidade do tecido conjuntivo entre a bexiga e a parte superior da vagina. Isto pode fazer com que a bexiga descaia para dentro da vagina;
- O segundo diz respeito ao prolapso vaginal posterior. O enfraquecimento do tecido conjuntivo entre o reto e o assoalho pélvico da vagina pode causar o prolapso do reto para dentro da vagina, o que pode causar algumas dificuldades na evacuação.
Sintomas do útero descaído
O prolapso do útero leve é comum após o parto.
Geralmente, esta condição não causa sintomas. Quando se manifestam, os sintomas do prolapso uterino moderado a grave podem incluir:
- Dor lombar;
- Incontinência;
- Dificuldade para evacuar;
- Sangramento ou corrimento;
- Dor durante a relação sexual;
- Pressão ou desconforto na pélvis;
- Ver ou sentir o tecido protuberante para fora da vagina;
- Dificuldade para inserir tampões ou outros aplicadores na vagina;
- Sensação de que a bexiga não esvazia completamente.
Os sintomas podem piorar quando fica em pé ou caminha por longos períodos, ou até quando tosse e espirra.
Nessas posições, a gravidade exerce uma pressão adicional sobre os músculos pélvicos, pois aumentam a pressão intra-abdominal, intensificando a pressão sobre os músculos pélvicos.

Tratamento
O tratamento pode não ser necessário se o útero descaído não apresentar sintomas incómodos.
Caso os sintomas sejam significativos, o médico pode recomendar:
- Pessário vaginal: este dispositivo de silicone é inserido na vagina para ajudar a sustentar os tecidos protuberantes;
- Controlo do peso: um peso saudável exerce menos pressão sobre os órgãos pélvicos;
- Mudanças na dieta: beber mais água e aumentar o consumo de fibras pode ajudar a aliviar a obstipação, evitando o esforço para evacuar que pressiona ainda mais os músculos pélvicos;
- Medidas de autocuidado: os exercícios de Kegel para o prolapso uterino podem proporcionar alívio dos sintomas ou ajudar a prevenir o agravamento da condição.
Quando é necessária cirurgia para o prolapso uterino?
Se os tratamentos anteriores não forem suficientes para a correção de um prolapso uterino, a cirurgia pode ser recomendada.
A cirurgia laparoscópica, minimamente invasiva, pode ser uma opção. Outras opções cirúrgicas englobam:
- Histerectomia: esta intervenção remove totalmente o útero;
- Reparo do prolapso sem histerectomia: esta técnica de preservação uterina coloca o útero no lugar e pode ser uma alternativa para pessoas que pretendem engravidar.
Prognóstico
Geralmente, o tratamento para o prolapso do útero é bem sucedido. No entanto, é possível que ocorra uma recorrência do prolapso, especialmente para pessoas que já tiveram uma condição grave, têm mais de 60 anos ou sofrem de obesidade.6
Prevenção
Alguns fatores, como ter tido múltiplos partos vaginais ou passar pela menopausa, não podem ser evitados.
No entanto, existem formas de reduzir o risco de desenvolver um prolapso uterino. Há estratégias que pode seguir para minimizar esse risco, nomeadamente:
- Manter um peso saudável;
- Evitar fazer força na evacuação;
- Praticar exercício regularmente;
- Realizar exercícios de Kegel para fortalecer os músculos do assoalho pélvico;
- Adotar técnicas adequadas de levantamento de peso ao carregar objetos pesados;
- Deixar de fumar: os fumadores desenvolvem frequentemente tosse crónica, o que pode exercer pressão adicional sobre os órgãos pélvicos e, como consequência, enfraquecê-los.