imagem representativa de plaquetas de sangue

Plaquetas elevadas: o que é e como tratar

7 mins. leitura

Índice

  1. 1. O que significa?
  2. 2. O que pode causar?
  3. 3. É possível prevenir?
  4. 4. Quais as complicações associadas?
  5. 5. Como é feito o diagnóstico?

As plaquetas desempenham um papel essencial na coagulação sanguínea, ajudando a prevenir hemorragias excessivas. No entanto, as plaquetas elevadas podem indicar uma condição de saúde subjacente, transitória ou crónica, que necessita de atenção.

Neste artigo, exploramos o que pode significar uma contagem elevada de plaquetas, quais os sintomas, causas, fatores de risco, formas de prevenção e possíveis tratamentos.


O que significa ter plaquetas elevadas?

As plaquetas são pequenas células sanguíneas produzidas na medula óssea, juntamente com outros tipos de células do sangue. O seu principal papel é ajudar na coagulação, formando um bloqueio que sela feridas e evita hemorragias excessivas. Este bloqueio é conhecido como coágulo sanguíneo.

Um número elevado de plaquetas, também conhecido como trombocitose, ocorre quando a contagem de plaquetas no sangue está acima do normal, ou seja, superior a 450.000 plaquetas por microlitro de sangue.

Se a contagem de plaquetas for excessivamente elevada, podem formar-se coágulos nos vasos sanguíneos, comprometendo o fluxo sanguíneo. Esses coágulos podem ser venosos ou arteriais, aumentando o risco de complicações graves, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.

Esta condição pode ser classificada como primária ou secundária.


Trombocitose primária (ou essencial)

Resulta de uma desordem mieloproliferativa, em que a medula óssea produz plaquetas em excesso sem uma causa identificável. É frequentemente associada a mutações genéticas, como JAK2, CALR ou MPL.

Esta condição é geralmente diagnosticada em pessoas com mais de 60 anos e afeta as mulheres com o dobro da frequência dos homens. Muitas vezes, a trombocitose essencial é assintomática e descoberta somente em exames de rotina.

Em casos raros, a mutação genética responsável pode afetar outras células sanguíneas, aumentando o risco de distúrbios hematológicos mais graves.


Trombocitose secundária (ou reativa)

Decorre de uma condição subjacente, como infeções (bacterianas ou virais, incluindo COVID-19), doenças inflamatórias, deficiência de ferro ou cancros.

Bebés prematuros podem nascer com uma contagem elevada de plaquetas, mas esta tende a normalizar-se espontaneamente nas primeiras semanas de vida.

Em crianças mais velhas, a trombocitose ocorre, na maioria das vezes, como resposta a uma infeção e resolve-se quando a infeção desaparece.


mulher com sensação de fraqueza

Quais os sintomas?

A maioria das pessoas com plaquetas elevadas não apresenta sintomas, especialmente no início. Na trombocitose essencial, os sintomas podem surgir devido a alterações na coagulação. Se tiver trombocitose secundária, pode notar sinais associados à condição subjacente.

Quando os sintomas ocorrem, estão geralmente relacionados com alterações na coagulação sanguínea e hemorragias.

Os sintomas gerais são:

  • Dores de cabeça frequentes;
  • Tonturas ou vertigens;
  • Sensação de fraqueza e fadiga;
  • Formigueiro ou dormência nas extremidades.

Já os sintomas associados a coágulos sanguíneos podem ser:

  • Dor ou inchaço nas pernas (possível sinal de trombose venosa profunda);
  • Dor no peito e dificuldade em respirar (podendo indicar uma embolia pulmonar);
  • Fraqueza num dos lados do corpo (pode ser um sinal de AVC).

Os sintomas associados a hemorragias incluem:

  • Hemorragias nasais frequentes;
  • Sangramento das gengivas;
  • Hemorragia gastrointestinal (presença de sangue nas fezes);
  • Formação fácil de hematomas.

Algumas pessoas com trombocitemia essencial podem desenvolver eritromelalgia, uma condição que provoca dor, vermelhidão e inchaço nas mãos e nos pés, acompanhada de uma sensação de ardor ou formigueiro.

Em casos mais graves, a trombocitose pode estar associada a complicações como coágulos no abdómen (síndrome de Budd-Chari), AVC ou ataque cardíaco.


O que pode causar plaquetas elevadas?

A trombocitose primária resulta de uma alteração genética adquirida, levando a uma produção excessiva de plaquetas pela medula óssea. Já a trombocitose secundária ocorre como resposta a uma condição subjacente, nomeadamente:

  • Anemia ferropriva e hemolítica: o organismo pode reagir à deficiência de ferro ou à destruição dos glóbulos vermelhos com um aumento na produção de plaquetas.
  • Cancro: alguns tipos de cancro, como o do pulmão, gastrointestinal, da mama, do ovário e linfoma, podem estar associados a uma contagem elevada de plaquetas.
  • Inflamação ou infeções: doenças como artrite reumatoide ou doença inflamatória intestinal ou tuberculose podem estimular a produção de plaquetas.
  • Cirurgia ou trauma: a remoção do baço, cirurgias abdominais ou grandes traumas podem levar a um aumento temporário das plaquetas.
  • Recuperação de perdas sanguíneas: após uma hemorragia significativa, o corpo pode aumentar a produção de plaquetas para compensar a perda de sangue.
  • Deficiência de vitamina B12 ou folato: baixos níveis dessas vitaminas podem estar associados a alterações na contagem de plaquetas.
  • Uso de certos medicamentos: alguns fármacos, incluindo epinefrina, heparina e certos antibióticos, podem induzir trombocitose.
  • Alergias: algumas das condições alérgicas associadas a um aumento de plaquetas são a asma alérgica, dermatite alérgica de contacto, rinite alérgica, dermatite atópica e alergias alimentares.
  • Exercício: a prática de atividade física intensa pode afetar a contagem e a função das plaquetas que ocorre devido à libertação de epinefrina ou adrenalina. Quando esta hormona do stress é libertada, são afetados vários órgãos, incluindo o baço, que filtra o sangue e armazena as plaquetas.
  • Stress: estudos sugerem que o stress agudo pode provocar alterações na atividade das plaquetas, enquanto o stress prolongado pode levar a um aumento na contagem plaquetária. Além disso, ambos podem contribuir para a agregação de plaquetas, aumentando o risco de formação de coágulos.

É possível prevenir?

Não é possível prevenir plaquetas elevadas quando se trata de trombocitemia primária ou trombocitose secundária, uma vez que não existe forma conhecida de evitar esta condição.

Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, evitar o consumo de tabaco e controlar condições como hipertensão, diabetes e colesterol elevado pode contribuir para um melhor equilíbrio do sistema circulatório e reduzir o impacto da trombocitose.

Além disso, tomar medicamentos conforme prescrito e evitar atividades que aumentem o risco de hemorragias ou coágulos sanguíneos também pode ajudar a gerir a condição.

Para quem tem trombocitose secundária, tratar a condição subjacente pode ajudar a normalizar os níveis de plaquetas e minimizar os riscos associados. A trombocitemia primária não tem cura, mas pode ser controlada para minimizar os riscos associados.


homem com dor no peito

Quais as complicações associadas às plaquetas elevadas?

Uma contagem elevada de plaquetas pode não ser fatal por si só, mas está associada ao risco de formação de coágulos sanguíneos. Estes coágulos podem bloquear o fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o cérebro e o coração, causando complicações como:

  • AVC e ataques isquémicos transitórios, também conhecidos como mini-AVC;
  • Enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco;
  • Trombose venosa profunda;
  • Embolia pulmonar.

Pode, ainda, aumentar o risco de hemorragias, pois a formação de coágulos pode consumir muitas plaquetas, deixando o corpo com uma quantidade insuficiente para coagular adequadamente. Isto pode resultar em sangramento, especialmente se houver lesões ou ruturas nos vasos sanguíneos. A hemorragia também pode ocorrer se as plaquetas forem anormais e não desempenharem corretamente a função de coagulação.

Uma contagem elevada de plaquetas pode ser particularmente perigosa durante a gravidez, já que pode causar coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo para o feto, o que pode levar a problemas graves, como subdesenvolvimento fetal, aborto espontâneo ou parto prematuro. Mulheres grávidas com trombocitose podem precisar de tratamento para reduzir a contagem de plaquetas.


Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico começa com um hemograma completo, um exame de sangue de rotina, uma vez que a condição normalmente não apresenta sintomas.

Caso os resultados evidenciem níveis elevados, o médico provavelmente solicitará um exame de sangue de acompanhamento, após algumas semanas, para confirmar se os níveis continuam elevados.

Se os níveis se normalizarem por si próprios, geralmente não há motivo para preocupação. Porém, se os níveis permanecerem elevados, será necessário investigar a causa subjacente da trombocitose.

Ao identificar uma condição subjacente, como anemia por deficiência de ferro, cancro ou infeção, o diagnóstico pode ser relacionado à trombocitose reativa. Quando não se encontra uma causa secundária, o médico pode realizar exames adicionais para verificar se a pessoa tem trombocitose essencial.

Os exames que podem ser realizados incluem:

  • Esfregaço de sangue periférico para verificar se as plaquetas estão normais;
  • Testes genéticos/ADN para identificar mutações associadas à trombocitose essencial, como a mutação JAK2;
  • Biópsia da medula óssea para verificar a presença de células anormais na medula óssea.

Podem, ainda, ser realizados outros exames para investigar possíveis causas subjacentes da trombocitose, como:

  • Painel de ferro para avaliar os níveis de ferro no organismo;
  • Hemograma completo, que inclui a contagem de glóbulos brancos e vermelhos;
  • Testes de proteína C-reativa e taxa de sedimentação de eritrócitos para verificar a presença de inflamação, indicando infeção ou lesão;
  • Testes para mutações genéticas específicas, relacionados com a trombocitose essencial;
  • Exames de rastreio de cancro.

Estes testes ajudam a identificar a causa da trombocitose e orientam o tratamento adequado.


Quais as opções de tratamento para plaquetas elevadas?

Se não houver sintomas, por norma, não é necessário tratamento, somente a realização de exames de rotina para monitorizar os níveis de plaquetas.

As opções de tratamento para plaquetas elevadas variam conforme a causa subjacente e a gravidade dos sintomas. O tratamento é indicado principalmente para pacientes com risco elevado de trombose ou hemorragia, podendo incluir:

  • Medicação: em casos de trombocitose essencial, podem ser prescritos medicamentos como a hidroxiureia ou anagrelida, para reduzir a produção de plaquetas.
  • Anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários: para reduzir o risco de tromboses, pode ser recomendada a toma de aspirina em baixa dosagem.
  • Tratamento da causa subjacente: se a trombocitose for secundária, o tratamento da doença principal pode normalizar os níveis de plaquetas.
  • Plaquetaférese: pode ser uma opção em situações graves para diminuir a quantidade de plaquetas circulantes.

Em geral, o tratamento visa reduzir o risco de coágulos sanguíneos e complicações graves, ajudando a controlar a contagem de plaquetas e a prevenir eventos adversos associados. É fundamental consultar um médico para obter um diagnóstico adequado e discutir o melhor plano de tratamento para o seu caso específico.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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