
Agorafobia: o que é e como lidar com este distúrbio mental
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Índice
- 1. AgoraFobia vs. Ansiedade Social
- 2. Sintomas
- 3. Causas
- 4. Fatores de Risco
- 5. Complicações
A agorafobia é um tipo de transtorno mental que se carateriza por um medo intenso e ansiedade de qualquer lugar ou situação de onde fugir possa ser difícil.
Exemplos disso são estar sozinho fora de casa, estar numa área repleta de pessoas e viajar de carro, avião ou autocarro.
Este distúrbio, que afeta cerca de 2% da população e é mais comum em mulheres, desenvolve-se depois de ter um ou mais ataques de pânico, o que a faz temer ter outro ataque.
Como consequência, uma pessoa com este tipo de crise de ansiedade específica evita lugares onde os sintomas se possam manifestar novamente, acabando por se isolar.
Qual é a diferença entre agorafobia e ansiedade social?
Podem parecer transtornos mentais semelhantes, mas na realidade não são.
O significado de agorafobia prende-se com o facto de esta condição desencadear um terror intenso em situações sociais.
Uma pessoa que tenha ansiedade social pode ficar nervosa e preocupar-se com constrangimentos ou julgamentos sociais em vez de temer pela sua segurança, como acontece na primeira condição.
Situações com maior probabilidade de desencadear ansiedade social incluem:
- Falar em público;
- Ir a um evento onde não se conhece ninguém;
- Comer fora de casa, como num restaurante.
O transtorno de ansiedade social é diagnosticado com mais frequência do que a agorafobia, afetando cerca de 13% da população. As duas condições podem causar sintomas semelhantes aos do pânico, como frequência cardíaca acelerada, falta de ar e suor.
Sintomas de agorafobia
À semelhança de outros transtornos de ansiedade, os sintomas de agorafobia podem aumentar e diminuir em termos de gravidade. Os sintomas típicos incluem o medo de:
- Sair de casa sozinho;
- Usar transportes públicos;
- Multidões ou esperar em filas;
- Espaços fechados, como lojas, cinemas ou elevadores;
- Espaços abertos, como pontes, centros comerciais ou estacionamentos.
Estas situações desencadeiam uma ansiedade generalizada porque a pessoa não consegue fugir ou encontrar ajuda se começar a sentir pânico.
De igual forma, uma pessoa agorafóbica pode temer ter outros sintomas incapacitantes ou constrangedores, como queda, tontura, desmaio ou diarreia. Além disso, outros sinais deste distúrbio mental englobam:
- Duração igual ou superior a seis meses;
- O medo ou ansiedade são desproporcionais ao perigo real da situação;
- Evitar a situação que desencadeia o episódio, ou precisar de uma pessoa que a acompanhe para enfrentá-la;
- Ter problemas ou sofrer com situações sociais, laborais ou outras áreas da vida devido ao medo e à ansiedade.

Causas
A origem da agorafobia é desconhecida.
Stress, personalidade, experiências de aprendizagem e biologia, incluindo genética e condições de saúde, podem desempenhar um papel no desenvolvimento deste transtorno.
A probabilidade de o desenvolver é ainda maior se a pessoa tiver ataques de pânico, caraterizados por uma intensa ansiedade física e mental. Os sintomas de um ataque de pânico podem incluir:
- Dificuldade em respirar ou sensação de sufoco;
- Vermelhidão ou calafrios repentinos;
- Sensação de perda de controlo;
- Frequência cardíaca acelerada;
- Dor de estômago ou diarreia;
- Dor ou pressão no peito;
- Tontura ou vertigem;
- Suor excessivo;
- Medo de morrer.
Nem todas as pessoas com agorafobia têm histórico de ataques de pânico. Nesses casos, o medo pode estar relacionado com questões como medo de crime, doença, acidente ou terrorismo.
Fatores de risco
Este distúrbio mental pode começar na infância, mas geralmente manifesta-se no final da adolescência ou no início da idade adulta.
Os fatores de risco que podem impulsionar este tipo de transtorno mental podem incluir:
- Ter uma personalidade ansiosa ou nervosa;
- Eventos stressantes, como luto, abuso ou agressão;
- Responder a ataques de pânico com muito medo ou evitando-os;
- Ter transtorno do pânico ou outras reações de medo excessivo (fobias);
- Depressão, transtornos alimentares ou outras condições de saúde mental.
Complicações
Em casos graves, uma pessoa agorafóbica pode nem conseguir sair de casa, o que pode limitar significativamente as suas atividades diárias.
Sem tratamento, algumas pessoas ficam confinadas em casa e a depender da ajuda de outras pessoas. O transtorno pode levar a depressão, uso indevido de álcool ou drogas e pensamentos e comportamento suicida.
Diagnóstico
Uma vez que a agorafobia causa sintomas semelhantes aos de outras condições de saúde, o diagnóstico pode não ser imediato.
Para excluir outros problemas, podem ser realizados exames físicos, recolhas de sangue e exames ao coração ou aos pulmões, assim como verificar o histórico de saúde física e mental.
Além disso, os pacientes devem ter medo persistente ou ansiedade sobre duas ou mais situações, como estar sozinho fora de casa, uso de transporte público, ficar no meio da multidão e estar em espaços abertos ou fechados.
Para facilitar o diagnóstico, as seguintes situações devem estar presentes:
- Certos episódios quase sempre provocam medo ou ansiedade;
- Evitar constantemente a situação ou exigir a presença de um acompanhante;
- O medo ou a ansiedade não corresponde à ameaça real tendo em conta as normas socioculturais;
- O medo ou a ansiedade causam sofrimento ou prejudicam bastante as atividades sociais ou ocupacionais;
- O medo ou a ansiedade são evidentemente excessivos caso haja outra condição médica, como doença de Parkinson e doença inflamatória intestinal.

Tratamento
Às vezes, os transtornos de ansiedade ou pânico melhoram por si só, apesar de ser aconselhável consultar o médico mediante os sintomas.
Mudanças no estilo de vida podem ajudar o paciente, incluindo praticar exercício regularmente, ter uma alimentação mais saudável e evitar álcool, drogas e bebidas que contenham cafeína, como chá, café e refrigerantes.
Técnicas de autoajuda podem ajudar durante uma crise de ansiedade ou ataque de pânico, incluindo permanecer no local onde está, concentrar-se em algo que não seja ameaçador e visível e respirar lenta e profundamente.
Se a agorafobia não responder a esses métodos de tratamento, consulte o médico. Geralmente, o tratamento inclui psicoterapia, medicação ou ambos.
É possível prevenir?
Não há uma forma única de prevenir a agorafobia, mas a ansiedade tende a aumentar quanto mais a pessoa evita situações que teme.
Se começar a sentir um medo leve de ir a lugares considerados seguros, tente praticar a ida a esses locais repetidamente. Isso pode ajudá-lo a sentir-se mais confortável.
Em caso recorrente de sintomas de ansiedade intensos ou ataques de pânico constantes, é recomendável procurar tratamento o mais rapidamente possível para evitar que a situação piore.
Este tipo de ansiedade, como outras condições de saúde mental, pode ser mais difícil de tratar se for diagnosticado tardiamente.