
Ansiedade na gravidez e o impacto que pode ter no bebé
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Índice
- 1. O que é
- 2. Sintomas
- 3. Pode afetar o bebé?
- 4. Fatores de risco
- 5. Como controlar
Sentir ansiedade na gravidez é normal. As preocupações com o bebé, o parto e as mudanças na vida podem gerar stress que, em alguns casos, evolui para transtornos de ansiedade. As alterações hormonais típicas da gravidez também afetam o humor e as emoções, tornando a mulher mais vulnerável à preocupação constante.
Identificar os sintomas de ansiedade na gravidez e procurar apoio atempadamente é essencial para proteger a sua saúde mental e o desenvolvimento do bebé.
O que é a ansiedade na gravidez?
A ansiedade na gravidez é uma condição caraterizada por preocupações excessivas, medo constante e pensamentos intrusivos, muitas vezes irracionais. Podem ser sobre a saúde do bebé, o parto, a parentalidade ou outras questões da vida pessoal e profissional.
Embora algum nível de stress seja considerado normal, quando os sintomas se tornam persistentes e interferem com a vida quotidiana, pode tratar-se de um transtorno de ansiedade na gravidez. Nestes casos, é fundamental reconhecer os sinais e procurar ajuda especializada.
Como identificar os sintomas?
Os sintomas de ansiedade na gravidez variam de mulher para mulher, mas os mais comuns incluem:
- Preocupações excessivas com o bebé ou o parto;
- Dificuldade em dormir ou relaxar;
- Medo incontrolável e constante de que algo corra mal;
- Palpitações, falta de ar ou tensão muscular;
- Irritabilidade;
- Ataques de ansiedade ou pânico.
Estes sinais podem surgir em qualquer fase da gestação e, se não forem tratados, podem evoluir para episódios mais intensos de stress ou mesmo para depressão na gravidez.
Estima-se que cerca de 20% das mulheres grávidas sofram de algum tipo de perturbação de ansiedade durante a gestação.

A ansiedade na gravidez pode afetar o bebé?
A ansiedade pode prejudicar o bebé, sobretudo quando atinge níveis clínicos. O corpo reage ao stress psicológico através da libertação de hormonas como o cortisol, que, em excesso, pode afetar o desenvolvimento fetal.
Os níveis elevados de ansiedade materna estão associados a:
- Maior risco de parto prematuro;
- Baixo peso à nascença;
- Problemas de sono e regulação emocional no bebé;
- Maior propensão para transtornos de ansiedade e depressão na infância.
Além disso, os efeitos da ansiedade podem prolongar-se até à idade adulta, influenciando o comportamento e a saúde mental da criança.
Quais os fatores de risco?
Qualquer pessoa pode desenvolver sintomas de ansiedade na gravidez, mas existem fatores que aumentam o risco:
- Histórico de ansiedade ou depressão;
- Gravidez não planeada ou de alto risco;
- Falta de apoio familiar ou conjugal;
- Problemas financeiros ou profissionais;
- Perda gestacional anterior;
- Experiências traumáticas recentes.
É importante salientar que mulheres que sofreram perdas gestacionais anteriores estão particularmente vulneráveis ao desenvolvimento de ansiedade gestacional, especialmente durante os primeiros trimestres.
Como controlar a ansiedade durante a gravidez?
Saber o que fazer para controlar a ansiedade é essencial para proteger a saúde mental da mãe e o bem-estar do bebé. A boa notícia é que existem estratégias eficazes e acessíveis.
Falar sobre o que sente
Conversar com o seu médico assistente ou um psicólogo é o primeiro passo. Os profissionais de saúde podem ajudar a distinguir entre ansiedade normal e transtornos que necessitam de acompanhamento. Fale abertamente sobre a sua saúde mental, sem medo ou vergonha.
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
A TCC é uma abordagem amplamente recomendada e com bons resultados no tratamento da ansiedade durante a gravidez. Ajuda a identificar padrões de pensamento negativos e a substituí-los por estratégias mais equilibradas.
Técnicas de relaxamento e mindfulness
Exercícios de respiração profunda, meditação e ioga pré-natal podem ser extremamente benéficos para acalmar a ansiedade na gravidez. Estas práticas ajudam a aumentar a consciência corporal, a aceitação e a tranquilidade.
Atividade física leve
Com a aprovação do seu médico, atividades como caminhar, nadar ou praticar ioga adaptado à gravidez são formas naturais e seguras de reduzir o stress e melhorar o humor.
Criação de rotinas e limites
Manter horários regulares de sono, alimentação e pausas para descanso pode ajudar a regular o humor. Também é aconselhável limitar o consumo de notícias negativas e o tempo nas redes sociais, que podem amplificar a ansiedade.
Farmacoterapia (em casos moderados a graves)
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicação. Determinados antidepressivos são considerados seguros durante a gravidez, mas o tratamento deve sempre ser avaliado por um especialista.
Pequenas mudanças com grande impacto
Se procura sugestões rápidas para momentos de ansiedade mais intensa, experimente:
- Respirar profundamente por 4 segundos, suster o ar por 4 segundos e expirar lentamente por 6 segundos;
- Ouvir música calma ou sons da natureza;
- Fazer uma pequena caminhada ao ar livre;
- Escrever o que sente num diário;
- Ligar a alguém da sua confiança.

Ansiedade ou depressão na gravidez?
A ansiedade pode coexistir com a depressão na gravidez, sendo por vezes difícil distinguir entre as duas. A depressão envolve sentimentos persistentes de tristeza, perda de interesse em atividades e sensação de inutilidade. Já a ansiedade envolve preocupação constante e medo do futuro.
A intervenção precoce pode evitar complicações no pós-parto e melhorar o vínculo mãe-bebé. Se sente que a ansiedade interfere com o seu bem-estar, não adie, fale com o seu médico assistente.
Cuidar da sua saúde mental é também cuidar do seu bebé
A ansiedade na gravidez pode ser desafiante, mas não tem de a enfrentar sozinha. Reconhecer os sinais e procurar apoio são passos essenciais para uma gestação saudável e equilibrada.
A sua saúde emocional tem impacto direto no desenvolvimento do seu bebé. Por isso, seja gentil consigo mesma e dê prioridade ao seu bem-estar.
Se sente que está a perder o controlo, não adie a procura de apoio. Fale com o seu médico assistente ou psicólogo.