depressão na adolescência

Depressão na adolescência é cada vez mais comum. Saiba os sinais de alerta

5 mins. leitura

Índice

  1. 1. Causas
  2. 2. Como identificar
  3. 3. O papel dos pais
  4. 4. Tratamento
  5. 5. Prevenção

A depressão na adolescência é uma realidade crescente que merece atenção. Estima-se que 1 em cada 7 crianças entre os 10 e os 19 anos sofra de uma perturbação mental, o que representa cerca de 15% da carga global de doenças nessa faixa etária.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o número de adolescentes afetados por problemas de saúde mental tem vindo a aumentar, com 20% a desenvolverem, pelo menos, uma perturbação mental.

Em Portugal, o cenário é igualmente preocupante: quase 31% dos jovens apresentam sintomas depressivos, sendo que a maioria revela níveis moderados a graves. Dados recentes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra indicam que este número subiu para 45% no ano letivo de 2022-2023.

Nem sempre os sinais são evidentes, mas é fundamental que pais, professores e toda a comunidade educativa estejam atentos aos sintomas de ansiedade e depressão. Reconhecer precocemente as alterações de comportamento pode fazer a diferença no apoio e recuperação dos jovens.


Possíveis causas da depressão na adolescência

A adolescência é uma fase marcada por transformações intensas - físicas, emocionais e sociais - que tornam os jovens mais vulneráveis a alterações psicológicas. Embora a causa exata da depressão em crianças e adolescentes não seja totalmente conhecida, acredita-se que tenha origem multifatorial, semelhante ao que acontece nos adultos.

Entre os principais fatores que podem estar na origem da ansiedade e da depressão nesta fase destacam-se:

  • Padrões de pensamento negativo: muitos jovens desenvolvem uma visão pessimista sobre si mesmos e o mundo. A sensação de impotência perante os desafios do dia a dia, em vez da capacidade de encontrar soluções, pode contribuir para o surgimento da depressão;
  • Traumas na primeira infância: situações como abuso físico, emocional ou sexual, bem como a perda de um dos pais, podem deixar marcas profundas e alterar o desenvolvimento cerebral, aumentando o risco de perturbações emocionais mais tarde;
  • Fatores hereditários: existe uma maior probabilidade de desenvolver depressão quando há antecedentes familiares, nomeadamente pais ou avós que já enfrentaram esta perturbação;
  • Química cerebral: alterações no funcionamento dos neurotransmissores, responsáveis pela comunicação entre as células nervosas, podem afetar a regulação do humor e levar ao aparecimento de sintomas depressivos;
  • Hormonas: as flutuações hormonais próprias da puberdade também podem desempenhar um papel no desencadear ou agravamento da depressão, interferindo na estabilidade emocional dos adolescentes.

Independentemente da causa, quando uma criança ou adolescente está com amigos e familiares ou envolvido em atividades de que normalmente gosta e, mesmo assim, a tristeza ou sensação de isolamento não passa e permanece, há uma maior probabilidade de estar perante um quadro clínico de depressão.


Como identificar sinais de depressão nos jovens?

O sintoma mais comum da depressão é a tristeza sem motivo aparente. Mas os sinais podem incluir uma mudança na atitude e no comportamento do jovem, que podem causar sofrimento e problemas significativos na escola, em casa, nas atividades sociais ou em outras áreas da vida.

Enumeramos duas categorias de sinais de depressão na adolescência e sintomas possíveis.

como identificar depressão na adolescência

Mudanças emocionais

Esteja atento às seguintes alterações emocionais:

  • Irritabilidade;
  • Baixa autoestima;
  • Sensação de desespero ou vazio;
  • Sentimentos de inutilidade ou culpa;
  • Perda de interesse ou prazer em atividades habituais;
  • Perda de interesse ou conflito com familiares e amigos;
  • Pensamentos frequentes sobre morte ou suicídio;
  • Sensação constante de que a vida e o futuro são sombrios;
  • Frustração ou sentimentos de raiva, mesmo em questões simples;
  • Sentimentos de tristeza, que podem incluir crises de choro sem motivo aparente;
  • Fixação em fracassos do passado, culpabilização ou autocrítica exageradas;
  • Dificuldade em pensar, concentrar-se, tomar decisões e lembrar-se das coisas;
  • Extrema sensibilidade à rejeição ou ao fracasso, assim como necessidade excessiva de segurança.

Mudanças de comportamento

As alterações de comportamento podem ser mais evidentes do que as mudanças emocionais:

  • Automutilação;
  • Isolamento social;
  • Uso de álcool ou drogas;
  • Cansaço e perda de energia;
  • Insónias ou sono excessivo;
  • Premeditação ou tentativa de suicídio;
  • Baixo desempenho escolar ou faltas frequentes;
  • Menor atenção à higiene pessoal ou à aparência;
  • Pensamento, fala ou movimentos corporais mais lentos;
  • Queixas frequentes de dores no corpo e dores de cabeça inexplicáveis;
  • Explosões de raiva, comportamento disruptivo ou de risco e outros comportamentos repetitivos;
  • Agitação ou inquietação, como andar de um lado para o outro, torcer as mãos ou incapacidade de ficar parado;
  • Alterações no apetite, como diminuição e perda de peso ou aumento da vontade de comer e ganho de peso.

Qual o papel dos pais?

Perante a possibilidade de depressão na adolescência, é importante que os pais conversem com os seus filhos, tentando descobrir o que os incomoda e o que estão a sentir.

Independentemente da causa do problema, é importante que os pais levem os filhos a sério. O problema pode não parecer grave, mas se traz sintomas de depressão e ansiedade no jovem, devem tomar medidas nesse sentido.

Caso o adolescente não queira partilhar os seus sentimentos, é importante que os pais demonstrem preocupação e disponibilidade com o filho caso ele precise de desabafar. Estabelecer uma comunicação aberta é uma das estratégias para os pais na saúde mental dos filhos.

Pode ser útil conversar com pessoas que conheçam o jovem, como colegas, pais de amigos e com a própria escola.

Incentivar o diálogo com alguém em quem o adolescente confie, como outro membro da família, um amigo ou alguém da escola, também é uma possibilidade.

como ajudar jovens com depressão

Como lidar e ajudar jovens com depressão

Algumas técnicas de parentalidade e comunicação podem ajudar a reduzir o nível de stress e ansiedade do adolescente, nomeadamente:

  • Substituir a vergonha e a punição por reforço positivo para o bom comportamento;
  • Permitir que o adolescente cometa erros, tomar decisões por ele pode ser percebido como falta de confiança nas suas habilidades;
  • Respeitar o espaço individual;
  • Não forçar o jovem a seguir um percurso de vida que os pais gostariam que seguisse;
  • Ouvir as preocupações dos mais jovens, mesmo que pareçam insignificantes;
  • Manter uma comunicação aberta.

Os sintomas de depressão não vão melhorar por si só e podem piorar ou conduzir a outros problemas se não forem tratados.

Mesmo que os sinais e sintomas não pareçam graves, adolescentes com depressão podem correr risco de suicídio.

Se os sintomas de depressão persistirem, começarem a interferir na vida do adolescente ou causarem preocupações sobre a sua própria segurança, consultar o médico ou um profissional de saúde mental especializado é o passo seguinte a dar.


Tratamento

Existem diversos métodos para tratar este distúrbio mental, incluindo medicamentos e psicoterapia.

A terapia familiar pode ser útil se o conflito familiar estiver a contribuir para a depressão do jovem.

A hospitalização numa unidade psiquiátrica pode ser necessária para adolescentes com depressão grave.

As evidências científicas mostram que a depressão é altamente heterogénea. Por isso, recomenda-se uma abordagem de tratamento gradual, com breves intervenções psicossociais, seguidas de terapia psicológica específica e, por fim, medicação antidepressiva, caso seja necessária.


Prevenção

Não há uma forma segura de prevenir a depressão na adolescência.

No entanto, algumas estratégias podem ajudar os jovens a combater este tipo de perturbação mental, nomeadamente:

  • Manter o tratamento contínuo mesmo após o desaparecimento dos sintomas depressivos para prevenir uma recaída;
  • Adotar medidas para gerir o stress, aumentar a resiliência e a autoestima para lidar com os problemas à medida que estes surgem;
  • Usar a tecnologia de forma responsável e moderada para que o impacto das redes sociais na saúde mental seja o menor possível;
  • Procurar amizade e apoio social, especialmente em tempos de crise;
  • Manter uma adequada higiene do sono;
  • Praticar atividade física.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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