
A confusão mental deve ser motivo de preocupação?
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Índice
- 1. Sintomas
- 2. Condições subjacentes à confusão mental
- 3. Outras causas possíveis
- 4. Fatores de risco
- 5. Eventuais complicações
Mais comum em idosos devido ao processo natural de envelhecimento, a confusão mental que também pode surgir nos mais novos, em resultado de infeções sistémicas, efeitos secundários de medicamentos, desidratação, carências nutricionais, doenças degenerativas ou traumatismos cranianos.
Consoante a causa, a confusão pode surgir repentinamente ou ao longo do tempo. Pode ter uma duração curta e passageira, mas também pode ser permanente e incurável, ou seja, pode tratar-se de demência.
Sintomas
É essencial saber identificar quando um episódio de confusão acontece, pois só assim será possível dar início ao tratamento. Os sinais e sintomas da confusão mental podem incluir:
- Lapsos de memória durante a execução de uma tarefa;
- Comportamentos desadequados e incomuns;
- Desorientação quanto ao tempo e espaço;
- Diálogo sem nexo e distúrbios na linguagem;
- Pausas longas durante o discurso;
- Alterações repentinas de humor;
- Dificuldade de raciocínio.

Condições subjacentes à confusão mental
Com o envelhecimento, é comum haver alterações de memória, apesar de isso não afetar todos os idosos.
No entanto, quando a perda de memória surge repentinamente ou interfere nas atividades diárias pode ser um sinal de uma condição mais séria, tais como:
- Demência: trata-se de um declínio lento da memória, da capacidade de resolução de problemas e da capacidade de aprendizagem e do julgamento, sendo que muitas condições de saúde podem causar demência ou sintomas semelhantes;
- Amnésia: trata-se de uma perda de memória que pode ser causada por um derrame, traumatismo craniano ou abuso de substâncias, podendo ser temporária ou permanente mediante a causa;
- Delírio: o delirium é uma mudança repentina no funcionamento do cérebro, que pode ter muitas causas, e gerar confusão, alterações nos ciclos de sono-vigília e comportamento incomum.
Outras causas possíveis
Entre as outras causas da confusão mental encontram-se:
- Baixos níveis de oxigénio;
- Febre, infeções, hipotermia;
- Baixo teor de açúcar no sangue;
- Desidratação e desequilíbrio de eletrólitos;
- Anemia;
- Stress e/ou privação de sono;
- Ansiedade e/ou depressão;
- Convulsões;
- Enxaquecas;
- Tumor cerebral;
- Doenças neurológicas;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Traumatismo craniano ou lesão na cabeça;
- Episódio traumático;
- Doenças autoimunes;
- Efeitos secundários de medicação;
- Consumo abusivo de álcool ou drogas;
- Carências nutricionais, nomeadamente deficiência em niacina, tiamina, vitamina C e vitamina B12.
Fatores de risco
Há igualmente certos fatores que podem afetar o nível de consciência de uma pessoa, nomeadamente:
- Exposição a toxinas, como monóxido de carbono;
- Exposição a altas temperaturas, o que pode levar à insolação;
- Exposição a baixas temperaturas, o que pode levar à hipotermia;
- Diminuição do oxigénio no sangue devido a grandes altitudes;
- Hospitalização, que frequentemente afeta os idosos pelo facto de o seu ambiente e rotinas serem alterados;
- Idade, o fator de risco mais significativo para demência e para comprometimento cognitivo leve.
Eventuais complicações
A confusão mental afeta cada pessoa de forma diferente e pode ser difícil prever potenciais complicações.
Certas condições relacionadas com a confusão mental, especialmente delírio, podem aumentar o risco de complicações posteriores. Por isso, a confusão pode aumentar o risco de ter:
- Quedas e lesões traumáticas relacionadas;
- Aumento do risco de doenças cerebrais futuras, como demência;
- Incapacidade de cuidar de si próprio, levando à perda de autonomia;
- Condições de saúde mental, como depressão ou perturbação de stress pós-traumático (PSPT);
- Comportamento agitado ou agressivo fora do habitual, o que pode causar possíveis lesões.
Diagnóstico
As alterações cognitivas podem ser provocadas por doenças graves. Por isso, é sempre necessário recorrer a um médico para o correto diagnóstico e tratamento.
Um único teste poderá não ser suficiente para identificar a causa.
Além de um exame físico, o profissional de saúde irá fazer perguntas sobre a sua saúde mental, dieta, nível de atividade física, doenças crónicas, história clínica familiar, medicação que faz ou suplementos alimentares que toma.
Os exames que podem ser solicitados variam consoante a suspeita clínica, mas podem incluir:
- Raio-x pulmonar;
- Análises à urina;
- Análises ao sangue;
- Testes neuropsicológicos;
- Tomografia computorizada;
- Ressonância magnética;
- Eletroencefalograma;
- Estudo do sono.
Tratamento
O tratamento vai depender da causa da confusão mental.
Num diagnóstico de demência, sem cura e progressiva, o médico pode prescrever tratamentos que visam atrasar a evolução da doença e atenuar os sintomas.
Se se tratar de uma infeção, geralmente a confusão desaparecerá ao tratá-la.
Se o problema for resultado de uma anemia, o tratamento pode passar por suplementação de ferro.
Para casos de confusão repentina e de curto prazo, causada por desidratação ou privação de sono, o tratamento pode ser efetuado em casa.
Se a causa for desidratação, beber água ou bebidas com eletrólitos pode ajudar a aliviar os sintomas.
Muitas vezes, a confusão mental deixa de existir com a troca de medicação, assim como com correções na dieta e hábitos de sono.
Dicas para reduzir o risco de confusão mental
Há estratégias práticas e simples que pode seguir para estimular a memória e melhorar a saúde mental, nomeadamente:
- Gerir condições crónicas, como diabetes, pressão alta e epilepsia;
- Desenvolver técnicas para gerir melhor o stress e ansiedade;
- Evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína;
- Reservar tempo para atividades de lazer;
- Adotar uma alimentação saudável;
- Praticar alguma atividade física;
- Ler e resolver quebra-cabeças;
- Dormir oito horas por noite.

Perguntas frequentes
Respondemos, a seguir, às dúvidas mais frequentes relacionadas com a confusão mental e a perda de memória.
Delírio é o mesmo que confusão mental?
Delírio e confusão não são o mesmo e uma pessoa pode ter confusão sem ter delírio.
O delírio é um síndrome clínico agudo e reversível, que, habitualmente, tem uma causa médica ou orgânica subjacente. Além de se desenvolver rapidamente, o delírio pode ser flutuante ao longo do dia.
Por outro lado, a confusão é um sintoma de várias condições ou patologias.
É normal sentir pressão na cabeça e confusão mental?
Dor de cabeça e confusão podem ser sinais de um problema de saúde grave, como um derrame ou lesão cerebral. Se a pressão na cabeça for distinta de dores de cabeça anteriores, procure atendimento médico imediato.
No entanto, nem todas as dores de cabeça que causam confusão são emergências médicas. Por exemplo, algumas pessoas com enxaquecas desenvolvem confusão durante esses episódios.
O que pode causar confusão mental nos jovens?
A confusão mental nos jovens pode ser causada por vários fatores, como envenenamento, traumatismo craniano, oxigénio insuficiente no cérebro, queimadura grave ou outra lesão séria.
Embora este estado possa ocorrer em qualquer lugar, é mais provável em situações de hospitalização.
Geralmente, a confusão mental nos mais novos é temporária e reversível quando a condição subjacente é tratada.
Como agir se encontrar uma pessoa com confusão mental?
Se estiver com alguém ou encontrar uma pessoa que apresente confusão mental repentina, ligue de imediato para o 112.
Enquanto aguarda por ajuda médica, permaneça com a pessoa, uma vez que ela pode estar assustada, ficar violenta ou até se perder.
Tente manter a calma e tranquilizá-la, usando palavras simples e frases curtas.
Se possível, anote quaisquer medicamentos que a pessoa esteja a tomar.