pneumonia silenciosa

Pneumonia silenciosa: o que é e a que sinais deve estar atento

6 mins. leitura

Índice

  1. 1. O que é?
  2. 2. Sintomas
  3. 3. Fatores de risco
  4. 4. Prevenção

A pneumonia silenciosa é uma forma de pneumonia que pode passar despercebida nos estágios iniciais, já que os sintomas podem ser leves ou facilmente confundidos com uma gripe ou constipação.

Apesar do nome, pode ter consequências graves se não for tratada a tempo, principalmente em pessoas mais vulneráveis, como idosos e crianças pequenas.

Neste artigo explicamos o que é, os sinais a que deve estar atento, quem está mais em risco, como pode ser prevenida e quais as possíveis sequelas. Saiba como proteger a sua saúde e a da sua família.


O que é uma pneumonia silenciosa?

A pneumonia silenciosa, também conhecida como pneumonia atípica ou, em inglês, walking pneumonia, é uma infeção pulmonar que se desenvolve de forma mais discreta do que a pneumonia típica. É geralmente causada por bactérias como Mycoplasma pneumoniae, a causa mais comum da pneumonia atípica comunitária, embora também possa ter origem vírica ou fúngica.

Esta forma de pneumonia manifesta-se com sintomas menos intensos - daí a designação "silenciosa" - e pode, por isso, ser subestimada ou confundida com uma gripe ligeira ou constipação, subestimando os sintomas.

Ao contrário da pneumonia clássica, pode ocorrer sem febre, dor torácica intensa ou produção significativa de expetoração. A pessoa infetada pode continuar a realizar as suas atividades diárias normalmente, o que explica o termo inglês "walking pneumonia" (pneumonia andante/ambulante).

Apesar de, na maioria dos casos, não exigir hospitalização, a doença pode levar a complicações graves se não for detetada e tratada a tempo. Isto é especialmente importante em grupos vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com o sistema imunitário comprometido. A pneumonia por Legionella tem maior potencial de gravidade e mortalidade, mesmo entre pessoas imunocompetentes.


Quais os sinais de alerta?

Reconhecer os sintomas de pneumonia atípica pode ser um verdadeiro desafio, sobretudo quando se manifestam de forma ligeira e discreta. No entanto, há sinais importantes a que deve estar atento:

  • Tosse seca persistente;
  • Fadiga prolongada e inexplicável;
  • Dores de cabeça;
  • Alteração de consciência nos mais idosos;
  • Dor ligeira no peito, especialmente ao respirar profundamente ou tossir;
  • Dificuldade respiratória ligeira, como sensação de falta de ar durante esforço;
  • Garganta irritada;
  • Dores musculares ou articulares;
  • Suores excessivos e pele húmida;
  • Perda de apetite;
  • Confusão, especialmente em pessoas mais velhas ou com pneumonia causada por Legionella;
  • Erupções cutâneas, dores nos ouvidos ou olhos, e presença de nódulos no pescoço, associados à pneumonia por Mycoplasma pneumoniae;
  • Diarreia e vómitos, frequentemente observados na pneumonia por Legionella.

Nos mais novos, os sintomas de pneumonia silenciosa infantil podem incluir tosse crónica, irritabilidade, perda de apetite, respiração acelerada e, por vezes, dificuldade em dormir. Nestes casos, a vigilância é fundamental, já que as crianças tendem a manifestar sinais menos específicos, aumentando o risco de diagnóstico tardio.


sintomas de pneumonia silenciosa infantil

Um dos aspetos que mais contribui para a dificuldade em identificar a pneumonia silenciosa é a ausência de febre, um dos sintomas mais frequentemente associados a infeções respiratórias. No entanto, ter uma pneumonia sem febre não significa que a doença seja inofensiva, sobretudo nos idosos. Pelo contrário, pode atrasar o diagnóstico e levar a complicações graves se não tiver intervenção médica atempada.


Fatores de risco: quem está mais vulnerável?

Embora a pneumonia silenciosa possa afetar qualquer pessoa, existem grupos mais vulneráveis ao desenvolvimento desta forma atípica de infeção pulmonar. Entre os principais fatores de risco, destacam-se:

  • Crianças: o sistema imunitário em desenvolvimento torna-as mais suscetíveis a infeções respiratórias;
  • Idosos: com o envelhecimento, o sistema imunitário tende a enfraquecer, o que aumenta o risco de desenvolver pneumonia atípica e de sofrer complicações graves;
  • Pessoas com doenças crónicas: pessoas com diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ou patologias cardíacas têm maior predisposição para infeções pulmonares;
  • Doentes imunodeprimidos: pessoas em tratamento oncológico, com VIH/SIDA ou que tomam medicamentos imunossupressores, têm uma capacidade reduzida de combater infeções respiratórias;
  • Ambientes fechados e de contacto próximo: locais de trabalho, escolas, creches, lares de idosos, transportes públicos, entre outros, favorecem a transmissão de agentes patogénicos como o Mycoplasma pneumoniae.

Estas populações devem estar particularmente atentas a qualquer sinal de alarme, mesmo que ligeiro, e procurar aconselhamento médico ao surgirem sintomas de pneumonia, ainda que não típicos. A deteção precoce é essencial para prevenir o agravamento da doença e evitar sequelas.


Como prevenir a pneumonia silenciosa?

A prevenção passa por medidas de higiene e cuidado respiratório, semelhantes às adotadas para evitar outras infeções respiratórias:

  • Lavar frequentemente as mãos;
  • Evitar o contacto próximo com pessoas doentes;
  • Arejar os espaços fechados;
  • Evitar fumar ou estar exposto a fumo passivo;
  • Cumprir os planos de vacinação, sobretudo contra a gripe, COVID e o Streptococcus pneumoniae. Embora não exista uma vacina específica para a pneumonia atípica, imunizações regulares fortalecem a defesa geral. No entanto, a vacina pneumocócica não protege contra Mycoplasma ou Legionella. E a vacinação contra gripe e COVID-19 reduz coinfecções e complicações, mas não impede diretamente a pneumonia atípica;
  • Reforçar o sistema imunitário com alimentação equilibrada, hidratação e descanso adequado.

Educar as crianças e os idosos – dois dos principais grupos de risco – sobre a importância destes cuidados é essencial para reduzir os riscos.


prevenir pneumonia silenciosa

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico da pneumonia atípica pode ser desafiante, uma vez que os sintomas nem sempre são evidentes. Por essa razão, o médico pode recorrer a exames complementares de diagnóstico, como:

  • Radiografia torácica, para identificar inflamações nos pulmões;
  • Análises ao sangue, para avaliar a presença de infeção;
  • Exame da expectoração, útil na identificação do agente causador da pneumonia.

Em muitos casos, o diagnóstico é clínico, baseado na observação dos sintomas apresentados, no histórico do doente e na exclusão de outras doenças respiratórias.

O tratamento depende da origem da pneumonia silenciosa – bacteriana ou vírica – e da condição geral do paciente:

  • Causa bacteriana: são prescritos antibióticos adequados ao agente infecioso. Os mais utilizados incluem macrolídeos, tetraciclinas – ambos usados em adultos e crianças – ou fluoroquinolonas, geralmente reservadas a adultos;
  • Causa vírica: o tratamento centra-se no alívio dos sintomas. Recomenda-se repouso, hidratação adequada e medicamentos como antipiréticos e analgésicos (por exemplo, paracetamol) para reduzir o desconforto.

Na maioria dos casos, especialmente quando os sintomas são ligeiros, o tratamento pode ser feito em casa com acompanhamento médico regular para evitar complicações.

No entanto, em casos mais graves – como em idosos, doentes imunocomprometidos ou com doenças crónicas – pode ser necessária hospitalização, sobretudo se houver risco de agravamento ou sequelas da pneumonia, como dificuldade respiratória persistente ou lesões pulmonares.


Quais as possíveis sequelas da pneumonia silenciosa?

Apesar de muitas pessoas recuperarem totalmente da pneumonia silenciosa, esta infeção respiratória pode deixar sequelas, sobretudo quando o diagnóstico é tardio ou o tratamento inadequado. Os efeitos prolongados variam conforme a gravidade da infeção, a idade e o estado de saúde do doente.

As sequelas da pneumonia mais comuns incluem:

  • Cansaço persistente, que pode durar várias semanas após a recuperação clínica;
  • Tosse prolongada, mesmo depois de a infeção estar controlada;
  • Redução da capacidade pulmonar, com sensação de falta de ar em atividades do dia a dia;
  • Infeções respiratórias recorrentes, como constipações ou bronquites frequentes;
  • Em casos mais graves, pode evoluir para pleurisia (inflamação da membrana que reveste os pulmões) ou até insuficiência respiratória.

Estas complicações são particularmente comuns em pessoas com sistemas imunitários fragilizados, como idosos, doentes com cancro ou infeções crónicas, e também em quem apresenta historial de doenças pulmonares prévias.

Além disso, se a pneumonia silenciosa não for tratada atempadamente, pode originar condições respiratórias crónicas como bronquite crónica ou enfisema. Em crianças, a repetição de infeções pulmonares pode comprometer o desenvolvimento normal dos pulmões, afetando a função respiratória ao longo da vida.

De salientar que também há indícios de que a pneumonia atípica possa ter impactos cardiovasculares em casos mais graves, especialmente em pessoas com fatores de risco como hipertensão ou doença arterial coronária.

Perante qualquer sintoma persistente após uma pneumonia - mesmo silenciosa - é fundamental procurar acompanhamento médico para prevenir ou tratar eventuais sequelas.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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