Ritalina: será este medicamento a solução para a PHDA?
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O cloridrato de metilfenidato, mais conhecido por Ritalina (marca do fármaco) é um dos medicamentos mais prescritos no tratamento da Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção. A PHDA é uma condição neurológica que afeta crianças e adultos e que pode comprometer o rendimento escolar, profissional e a qualidade de vida.
Apesar da sua eficácia, a Ritalina levanta algumas questões sobre efeitos secundários e dependência. Neste artigo explicamos o que é, para que serve, quem pode (ou não) tomá-la, os efeitos secundários e as alternativas disponíveis, incluindo as opções naturais.
O que é a Ritalina?
O cloridrato de metilfenidato é o princípio ativo da Ritalina, um estimulante do sistema nervoso central utilizado no tratamento da PHDA e, em alguns casos, da narcolepsia.
Classifica-se como um psicotrópico e é considerada uma substância controlada, devido ao seu potencial de abuso e dependência.
Embora seja um estimulante, a Ritalina tem um efeito calmante e regulador nas pessoas com PHDA, ajudando a melhorar o foco, reduzir a impulsividade e controlar a hiperatividade.
Para que serve?
A principal indicação da Ritalina é o tratamento da PHDA. Este distúrbio carateriza-se por sintomas como:
Comportamento impulsivo;
Hiperatividade;
Dificuldade em seguir regras ou instruções.
O objetivo é reduzir sintomas e melhorar o funcionamento do paciente no dia a dia. A Ritalina permite regular os níveis de dopamina e noradrenalina no cérebro, neurotransmissores associados à atenção e ao controlo de impulsos.
É também usada, em alguns casos, para tratar narcolepsia, uma condição neurológica que provoca sonolência excessiva. Mas não é a primeira opção em todos os casos, varia de acordo com o protocolo.
Quem pode (ou não) tomar Ritalina?
Pode ser tomada por crianças, adolescentes e adultos com diagnóstico de PHDA, desde que prescrita por um médico especialista. Contudo, não é indicada para todas as pessoas.
A Ritalina não deve ser tomada por pessoas que tenham:
Problemas cardíacos graves;
Ansiedade severa;
Tiques nervosos ou síndrome de Tourette;
Histórico de dependência de substâncias químicas (toxicodependência).
Além disso, deve ser usada com precaução por pessoas com historial de depressão, hipertensão ou epilepsia.
Efeitos secundários da Ritalina: o que esperar?
Como qualquer outro medicamento, a Ritalina pode provocar efeitos secundários. Variam de pessoa para pessoa, mas incluem frequentemente:
Diminuição do apetite;
Dificuldade em dormir;
Irritabilidade;
Náuseas;
Boca seca;
Dor abdominal;
Perda de peso;
Nervosismo e ansiedade;
Aumento da pressão arterial leve;
Aumento de tiques em pessoas suscetíveis;
Aumento da frequência cardíaca.
Ritalina causa dependência?
Sim, a Ritalina pode causar dependência, sobretudo se não for utilizada de acordo com as indicações médicas.
Por ser um estimulante, existe o risco de uso recreativo e abuso, o que levou a que fosse classificada como substância controlada em vários países.
É essencial respeitar a posologia e a duração do tratamento.
Quais os efeitos secundários a longo prazo?
Os efeitos secundários a longo prazo da Ritalina continuam a ser estudados, mas algumas evidências sugerem possíveis impactos:
No crescimento das crianças (pode existir um ligeiro atraso);
No humor e estabilidade emocional;
Na tensão arterial e frequência cardíaca;
No risco de dependência com uso prolongado ou inadequado.
Alternativas à Ritalina: há opções naturais?
Nem todas as pessoas com PHDA reagem bem à Ritalina. Por isso, muitos procuram opções naturais para a substituir.
Existem algumas alternativas, embora nenhuma substitua totalmente a eficácia do metilfenidato em casos moderados ou graves.
Suplementos naturais
Alguns suplementos têm sido estudados com resultados promissores, como:
Ómega-3: ajuda na função cerebral e pode melhorar a atenção;
Magnésio: pode reduzir sintomas de ansiedade e impulsividade;
Zinco e ferro: níveis baixos estão associados a sintomas de PHDA.
Terapias comportamentais
A psicoterapia e o treino de competências sociais podem ser muito relevantes, sobretudo em crianças, ajudando a melhorar o controlo emocional e o comportamento.
Mudanças no estilo de vida
Práticas como exercício físico regular, boa alimentação, sono adequado e técnicas de gestão do stress (como mindfulness) podem ter um impacto positivo nos sintomas da PHDA.
A Ritalina é a solução definitiva?
A resposta depende do caso. A Ritalina pode ser uma solução eficaz para muitas pessoas com défice de atenção e hiperatividade, mas não deve ser encarada como um tratamento universal ou isento de riscos.
Importa lembrar que a PHDA é uma condição complexa e multifatorial, que pode beneficiar de uma abordagem integrada. A combinação entre o tratamento farmacológico, intervenções psicoterapêuticas, apoio familiar e mudanças no estilo de vida tende a produzir os melhores resultados a longo prazo.
O diagnóstico deve ser feito por um médico especialista, com base numa avaliação clínica rigorosa, e o plano terapêutico deve ser adaptado às necessidades específicas de cada pessoa.
Seja qual for o tratamento escolhido, o mais importante é garantir que a pessoa com PHDA recebe o acompanhamento adequado, de forma segura, informada e com o apoio médico necessário para alcançar o seu pleno potencial.