Ir para conteúdo principal
dor no peito com falta de ar

Tem dor no peito com falta de ar? Pode ser dispneia

8 mins. leitura

Índice

  1. 1. O que é a dispneia?
  2. 2. Quais os sinais de alerta?
  3. 3. E nas crianças?
  4. 4. Como é diagnosticada a causa de dispneia?
  5. 5. Quais as opções de tratamento?

A dor no peito com falta de ar pode ser sinal de um problema de saúde que exige atenção médica imediata. Este sintoma é conhecido como dispneia, o termo clínico para a sensação de dificuldade em respirar.

A dispneia, frequentemente associada a doenças cardíacas ou pulmonares, pode começar discretamente, ao fazer tarefas simples como caminhar ou subir escadas. Outras vezes, surge de forma repentina e intensa.

Neste artigo explicamos em que consiste a dispneia, que doenças a podem causar e como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção.

O que é a dispneia?

Dispneia é o termo médico utilizado para descrever a sensação de falta de ar ou dificuldade em respirar. Pode manifestar-se como um aperto no peito, esforço para respirar ou a perceção de que o ar “não chega” aos pulmões.

Embora possa ser desencadeada por situações pontuais, como exercício intenso, temperaturas muito baixas ou stress, é muitas vezes um sintoma de problemas cardíacos ou pulmonares que exige atenção médica.

Quanto a tipos, a dispneia pode ser:

  • Aguda, quando surge de forma rápida e dura horas ou dias. Pode estar associada a causas como ansiedade, alergias, constipações ou até situações mais graves como enfarte, anafilaxia ou embolia pulmonar;

  • Crónica, quando é persistente, durando várias semanas ou mais. Está frequentemente relacionada com doenças como asma, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), insuficiência cardíaca ou até com um estilo de vida sedentário.

    Há ainda outras formas específicas, como:

  • Dispneia paroxística noturna (DPN), caraterizada por episódios súbitos de falta de ar que ocorrem uma a duas horas após adormecer, muitas vezes obrigando a pessoa a acordar;

  • Dispneia com suspiros, que implica uma necessidade frequente de suspirar, numa tentativa de aliviar a sensação de falta de ar.

Que doenças podem causar a dor no peito com falta de ar?

A dispneia (falta de ar) é um sintoma e não uma doença em si. Pode surgir durante a atividade física, mas também pode estar associada a doenças.

Quando ocorre com dor no peito, pode indicar várias condições clínicas, que se enquadram em diferentes categorias, sobretudo respiratórias e cardíacas, mas também neuromusculares, psicogénicas e sistémicas.

Respiratórias

As doenças respiratórias que podem causar dor no peito com falta de ar são, por exemplo:

  • Asma;

  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), incluindo exacerbações agudas e enfisema;

  • Pneumonia e outras infeções respiratórias;

  • Embolia pulmonar (coágulo sanguíneo nos pulmões);

  • Pneumotórax (colapso pulmonar);

  • Malignidade pulmonar (cancro do pulmão);

  • Pleurisia (inflamação da pleura, membrana que envolve os pulmões);

  • Derrame pleural (líquido à volta dos pulmões);

  • Fibrose pulmonar e cicatrizes pulmonares;

  • Sarcoidose;

  • Tuberculose;

  • Aspiração de corpo estranho.

Cardiovasculares

Algumas das doenças cardiovasculares que podem provocar estes sintomas:

  • Síndrome coronário agudo (ataque cardíaco);

  • Insuficiência cardíaca congestiva, incluindo edema pulmonar;

  • Tamponamento pericárdio (acumulação de líquido no saco que envolve o coração);

  • Defeitos valvulares cardíacos;

  • Hipertensão pulmonar (tensão arterial elevada nos pulmões);

  • Arritmias cardíacas;

  • Inflamação do coração (endocardite, pericardite, miocardite);

  • Cardiomiopatia (alteração do músculo cardíaco).

Outras causas

A dispneia associada a dor no peito pode ainda ter como causas:

  • Anemia (baixa contagem de glóbulos vermelhos, reduzindo a oxigenação dos tecidos);

  • Lesões torácicas (como costelas partidas);

  • Síndromes psicogénicos (como ansiedade, síndrome de hiperventilação, ataques de pânico);

  • Obesidade severa e falta de preparação física;

  • Doenças sistémicas como insuficiência renal, acidose metabólica, tirotoxicose, cirrose hepática, anafilaxia, sépsis e angioedema.

Durante a gravidez, é comum sentir alguma falta de ar à medida que o seu corpo se adapta. No entanto, se a falta de ar for grave ou persistente, ou se for acompanhada de dor no peito ou outros sintomas preocupantes, fale com o seu médico para despistar qualquer condição grave.

dor no peito com falta de ar dispneia

Quais os sinais de alerta?

A dispneia pode ser um sintoma comum em várias situações, desde esforço físico até condições mais graves. No entanto, existem sinais de alerta que podem indicar a necessidade de intervenção médica imediata.

Quando ligar para o 122?

Ligue imediatamente para o 112 se:

  • Tem dificuldade respiratória grave, está ofegante, engasgado ou não consegue falar;

  • O seu peito está apertado ou pesado, especialmente se a dor se irradia para braços, costas, pescoço ou maxilar;

  • Está com lábios ou pele muito pálida, azulada ou acinzentada (em peles morenas ou mais escuras, verifique as palmas das mãos);

  • Sente-se subitamente confuso, agitado ou desorientado;

  • Tem palpitações cardíacas, batimentos irregulares ou muito rápidos;

  • Tem tosse com sangue, inchaço numa perna ou febre alta acompanhada de dificuldade respiratória;

  • A falta de ar não melhora após 30 minutos de repouso ou surge repentinamente e sem causa aparente;

  • Tem estridor ou pieira ao respirar ou desmaio com dificuldade em respirar.

E nas crianças?

Nos mais pequenos, procure atendimento médico urgente de imediato se a criança:

  • Tem dificuldade em respirar, pode fazer sons como grunhidos ou retrair o abdómen sob as costelas;

  • Os lábios ou a pele estão pálidos, azuis ou cinzentos;

  • Fica subitamente confusa, chorando constantemente ou comportando-se de forma estranha;

  • Está “mole”, sem reação, com cabeça caída ou incapaz de focar o olhar;

  • Tem tosse persistente, febre elevada ou piora súbita do estado geral.

Quando procurar o médico de família?

Deve procurar o seu médico assistente se:

  • A sua falta de ar piora durante atividades normais ou quando está deitado;

  • Tem tornozelos inchados juntamente com dispneia;

  • Está a tossir há mais de três semanas ou tem outros sintomas persistentes;

  • Nota alterações no seu quadro habitual, especialmente se está a usar medicação e não há melhoria.

Mesmo que os sintomas pareçam leves, como falta de ar ao subir escadas ou sensação de cansaço incomum, não devem ser ignorados, especialmente se forem novos ou estão a piorar.

Segundo a American Heart Association, estes sinais podem estar associados a problemas cardíacos a longo prazo, como ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou fibrilhação auricular.

Se tiver falta de ar crónica, pode ser controlada com medicação adequada, exercícios respiratórios e atividade física supervisionada, mas sempre com orientação médica.

Como é diagnosticada a causa de dispneia?

A abordagem da dispneia começa com uma avaliação clínica detalhada. O objetivo é identificar a causa subjacente deste sintoma.

O médico vai perguntar quando e como surgem os episódios de falta de ar, se há fatores que a agravam como, por exemplo, subir escadas, fumo do tabaco ou exposição a alergénios. Também vai perguntar se a dispneia se manifesta com outros sintomas como dor no peito, tosse, pieira, cianose (pele azulada), inchaço dos tornozelos ou dificuldade em respirar ao deitar.

Durante o exame físico, é habitual auscultar os pulmões com um estetoscópio e medir os sinais vitais, como a frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura, índice de massa corporal (IMC) e tensão arterial. É ainda feita uma oximetria de pulso, colocando um sensor no dedo para avaliar os níveis de oxigénio no sangue.

Dependendo do que se encontra inicialmente, podem ser realizados exames complementares, incluindo:

  • Radiografia do tórax, exame de primeira linha para avaliar possíveis causas pulmonares ou cardíacas;

  • Tomografia computorizada (TC) do tórax, fornece imagens detalhadas do interior do tórax e pode identificar embolias pulmonares, tumores ou fibrose pulmonar;

  • Eletrocardiograma (ECG), avalia a atividade elétrica do coração e pode indicar enfarte do miocárdio ou arritmias;

  • Ecocardiograma, permite observar o funcionamento do coração, incluindo válvulas e fração de ejeção;

  • Provas de função pulmonar (como a espirometria), medem o volume e a velocidade do ar inspirado e expirado, úteis para diagnosticar doenças como asma ou DPOC;

  • Gasometria, avalia a oxigenação, o dióxido de carbono e o equilíbrio ácido-base;

  • Exames laboratoriais, incluem análises ao sangue para detetar anemia, infeções, distúrbios metabólicos ou inflamatórios;

  • Escala mMRC (Medical Research Council Modificado), usada para classificar a gravidade da dispneia, de 0 (apenas com esforço extenuante) a 4 (falta de ar ao vestir-se ou em repouso);

  • Prova de esforço, realizada numa passadeira ou bicicleta ergométrica, avalia a capacidade respiratória e cardiovascular sob esforço, útil para identificar causas como falta de condicionamento físico, asma induzida pelo exercício ou limitações cardíacas.

Consoante os resultados destes testes e a suspeita clínica, o médico pode ainda recorrer a exames mais específicos, como cintigrafia V/Q, TC espiral, cateterismo cardíaco ou análises para envenenamento por monóxido de carbono.

aperto no peito falta de ar

Quais as opções de tratamento?

O tratamento da dispneia depende da sua causa subjacente. É possível curá-la quando resulta de situações transitórias, como um esforço físico intenso ou uma infeção ligeira. Quando está associada a uma condição médica, como asma, DPOC, insuficiência cardíaca ou ansiedade, o foco será no controlo dessa condição.

Estas são as opções mais comuns de tratamento:

  • Exercício físico: a prática regular, ajustada à sua condição, pode fortalecer os pulmões e o coração, ajudando a reduzir o esforço necessário para respirar;

  • Técnicas de relaxamento e respiração: podem ser indicadas para controlar crises de falta de ar, especialmente quando associadas à ansiedade ou a doenças respiratórias crónicas;

  • Medicação: os broncodilatadores inalados são frequentemente prescritos para aliviar sintomas em pessoas com asma ou DPOC. Outros medicamentos, como analgésicos ou ansiolíticos, podem ser úteis em contextos específicos;

  • Oxigenoterapia: quando os níveis de oxigénio no sangue estão baixos, pode ser necessário administrar oxigénio através de uma máscara ou cânula nasal.

Se a dispneia estiver associada a uma doença pulmonar crónica, como DPOC ou fibrose pulmonar, pode ser necessário acompanhamento por um pneumologista. Nestes casos, além da medicação, pode ser aconselhada a reabilitação pulmonar, que combina exercício físico, educação e apoio psicossocial.

Cada situação é única. Por isso, é essencial seguir o plano terapêutico prescrito e manter um acompanhamento médico regular.

Como prevenir a dor no peito com falta de ar?

Algumas estratégias podem ajudar a reduzir o risco de episódios de falta de ar, sobretudo em pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas:

  • Siga o plano de cuidados definido com o seu médico, incluindo medicação, terapias respiratórias e exercício adequado;

  • Evite a exposição a fumos, químicos irritantes (como tintas ou produtos de limpeza) e outros poluentes atmosféricos;

  • Pratique técnicas de respiração e relaxamento com regularidade;

  • Não fume e evite ambientes com fumo;

  • Mantenha um peso adequado e adote hábitos saudáveis;

  • Evite esforço físico em condições extremas de temperatura, humidade ou poluição. Consulte os índices de qualidade do ar antes de sair de casa.

Se sente dor no peito com falta de ar, não ignore. Procure o seu médico para avaliar a origem dos sintomas e garantir o tratamento adequado se necessário. Estar atento aos sinais é a melhor forma de prevenir.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

Encontre aqui profissionais de saúde perto de si.

Contribua com sugestões de melhoria através do nosso formulário online.

Este artigo foi útil?

Obrigado pelo seu feedback.

Partilhe este artigo:

Obrigado pela sua preferência.

Irá receber no seu email as melhores dicas de Saúde e Bem-estar.
Pode em qualquer momento alterar ou retirar o(s) consentimento(s) prestado(s).

Receba as melhores dicas
de Saúde e Bem-estar

Precisamos do seu consentimento para envio de mais informação.

Encontre o melhor
Prestador Medicare perto de si

Código Postal inválido

Pesquise entre os mais de 17 500 Prestadores
da Rede de Saúde Medicare.

1 presente à escolha

ADESÃO ONLINE Presente à escolha

Aderir Online
Cartão Platinium Mais Vida
Quer aderir? Ligamos grátis! Esclareça as suas dúvidas com a nossa
equipa, sem compromisso.
Precisamos do seu consentimento para envio de mais informação.
Formulário enviado Obrigado pelo seu contacto. Será contactado em breve pela nossa equipa de especialistas.
Política de Privacidade